Pesquisar este blog

sábado, 30 de março de 2013

QUADRILHA DE SADICOS / THE HILLS HAVE EYES (1977)

Wes craven trata-se de um dos mais geniais cineastas do horror que surgiram na década de 70, e um dos filmes que ajudaram a consolidar a carreira deste hoje mestre do horror nos cinemas é este excelente e original ‘quadrilha de sádicos’ (the hills have eyes)  filmado e lançado nos cinemas no ano de 1977.

Após chocar o publico em sua estréia nos cinemas com o bizarro last house on the left (aniversário macabro) em 1972, Craven amargou alguns anos na geladeira e constantemente perdendo projetos devido ma fama criada pela veracidade e selvageria mostrada em seu 1º filme, foi então que em 1977 o produtor Peter Locke resolveu apostar em Wes Craven um novo projeto de horror mas com a condição que se passasse no deserto.
Após algumas análises e pesquisas, em 2 meses Craven concluiu o roteiro e apresentou a Locke que satisfeito captou um fundo de 230 mil dólares e então começava a escalada de atores e as filmagens de ‘quadrilha de sádicos’ no deserto de Mojave na Califórnia.
Após os créditos iniciais somos apresentados a um local de clima árido ao estilo das regiões isoladas do Texas, em um velho posto de gasolina assistimos ao dialogo de duas figuras centrais da trama: o velho Fred aparentemente o dono do posto e uma garota chamada Ruby, logo nos primeiros diálogos percebemos que a garota trata-se de uma espécie de nativa da região, suja e coberta por pele de animais a garota resmunga ao velho querer viver uma vida normal e é repreendida com Fred resmungando que a garota e outros de sua espécie não passam de animais selvagens, neste ponto podemos observar um certo parentesco ou familiaridade das duas figuras, logo o dialogo seria interrompido com a chegada de clientes no posto (o que não deve ser corriqueiro naquele buraco).     
Novamente buscando o pesadelo em uma raiz da família norte-americana como já havia sido em last house on the left, Craven agora adentra em uma viagem interestadual em um carro/thiller chefiado pelo patriarca Carter ‘big bob’(Russ Grieve) e sua bela família composta pela esposa Ethel (Virginia Vincent) e os filhos: a caçula Brenda (Susan Lanier), o garoto Bobby (Robert Houston), e a primogênita Lynne (dee Wallace Stone) que trazia o marido Doug Wood (Martin Speer) e a filha recém-nascida katy alem da família levar na viagem os cães: bela e fera (sim, um casal canino), o que poucos imaginariam é o quanto o cachorro de nome fera seria importante no roteiro escrito por Wes Craven.
Após abastecer a família segue viagem normalmente apesar da agitação dos cachorros e de todos sentirem que estavam sendo observados por mais alguém, o velho Fred orienta para que a família siga a estrada central porem o velho e astuto ex-xerife da policia big bob ignora a orientação e resolve cruzar a precária estrada secundaria para o azar de todos ali.
Após seguir pela estrada secundaria a família é surpreendida com a constatação de que aquela zona é utilizada para testes nucleares pelo governo americano, a distração com a passagem de aviões da força aérea faz com que big bob acabe saindo da estrada e batendo o carro/thiller em alguns arbustos.
Neste momento somos apresentados a questão X do longa: uma família composta por 7 pessoas perdidos no meio do deserto e o pior: vemos tomadas de alguém observando tudo através de um binóculos ou seja: eles não estão sozinhos. Logo big bob e o genro Doug se dividem para buscar ajuda enquanto o resto da família fica a espera do socorro no thiller, claro que big bob carrega seu revolver e um reserva para emergências que ficaria com o garoto Bobby para proteção das mulheres da família, mas antes a matriarca faria questão que todos rezassem juntos para o bem da família, mais uma das insinuações de Craven em ressaltar a tradicional áurea sagrada dos valores acerca da família americana já que o que viria a seguir era tamanha brutalidade na época que chocaria até os mais acostumados com o cinema de horror americano na época.

Tomando conta das coisas no thiller o garoto Bobby vai atrás da cadela bela que foge deserto afora, após subir em uma colina o garoto depara-se com os restos da cadela estripados nas rochas, chocado sai correndo dali certo de que aquelas colinas abrigam seres bem piores do que simples animais selvagens, neste mesmo momento porem longe dali Big Bob reencontra o velho posto de Fred e logo parte a procura do velho que se encontrava pronto para se matar nos fundos do posto, após uma rápida discussão Fred explica a Big Bob que 30 anos atrás sua esposa geriu um filho que pesava 10 kilos e era coberto por pelos em todo o corpo, os anos se passaram e a criança que mais parecia um animal passava a matar animais e agir de modo estranho, certo dia o garoto supostamente botou fogo em sua casa matando sua esposa e o filho primogênito porem ficando intacto aos danos, tomado de ódio Fred acertou o garoto inúmeras vezes com uma barra de ferro e depois o jogou no deserto, porem o que ele não esperava era que aquela criança se criaria nas colinas e geraria sua própria família que Fred ainda ajudava mantendo o sentimento de família mesmo que bem de longe.
Segundos após finalizar sua triste historia o Velho é puxado por um homem enorme que mais parece um animal, o homem era Júpiter o filho rejeitado de Fred e realizava a vingança planejada anos a fio, Big Bob assustado assistindo a cena resolve encarar a fera porem acaba dominado e logo teria um destino trágico.

De volta ao Thiller, o garoto Bobby chega ao anoitecer perplexo com o que viu nas colinas porem mantém o silencio para não assustar as garotas, logo doug também chega com diversas bugigangas encontradas em um depósito de carros abandonados próximo dali (uma analogia as diversas vitimas que foram mortas pela família de canibais), após algum tempo um clarão se ascende perto dali, quando Doug e Bobby correm para verificar encontram o velho patriarca Big Bob queimando vivo preso por pregos em arvores, uma das cenas mais chocantes de um longa na época, perplexos e abalados os familiares em vão tentam apagar as chamas de bob com um extintor, se não bastasse tamanha brutalidade os filhos de Júpiter: o defeituoso Pluto (Michael Barryman) e o sádico assassino Mars (Lance Gordon) aproveitando a deixa adentram no thiller e em mais uma cena de brutalidade matam a Srta. Carter e Lynne a filha mais velha, há também nesta cena uma analogia de um estupro envolvendo a garota Brenda no quarto do thiller, cena que provavelmente recebeu cortes devido á censura da época enfim, alem de tudo isso os malfeitores aproveitaram para saquear o thiller, filar o passarinho da família a sangue frio e seqüestrar o bebe Katy que serviria como refeição para a família canibal.

Neste momento Quadrilha de sádicos chega no seu clímax mais intenso onde os sobreviventes do massacre: o garoto Bobby sua irmã Brenda, Doug e o cão Júpiter (responsável por boa parte do que viria a seguir) se vêem tomados de revolta e desespero devido ás trágicas perdas, com uma arma nas mãos (a outra fora utilizada e levada por Mars) e tomados de ódio resta ao que sobrou dos Carter resgatar a pequena Katy e buscar a tão desejada vingança a qualquer custo.
A frase que promoveu o longa na época de seu lançamento resume o que vemos no filme: Uma típica família americana. Eles não queriam matar. Mas também não queriam morrer. Algo que traduz exatamente o sentimento dos protagonistas de Quadrilha de sádicos que forçadamente passam por um extremo teste psicológico que mudaria completamente tudo o que aquela família tinha enraizado de valores e princípios alterando completamente seus paradigmas conquistados no convívio de anos e anos em sociedade para tornarem-se tão cruéis quanto àquela família de canibais selvagens que cruzariam o seus caminhos, o filme marca uma sombria época de ouro do horror nos cinemas e foi a prova de que todos estavam diante de um promissor cineasta e roteirista hoje mais conhecido por projetos mega-comerciais como o à hora do pesadelo original e a trilogia panico, Quadrilha de sádicos trata-se de um clássico do gênero e apesar de ter sido ultrapassado na violência com o passar dos anos merece ser conferido por quem gosta de um bom e velho entretenimento.


Observações interessantes de saber:

- No ano de 1985 Wes Craven novamente ao lado de Peter Locke aceitou filmar quadrilha de sádicos parte 2, o filme é terrível e sem nexo algum, trata-se da maior bomba no currículo do diretor que admitiu ter filmado a seqüência apenas por dinheiro.  

- Em 2006 o francês Alexandre Aja concebeu de forma fantástica o remake deste Quadrilha de sádicos com o titulo nacional de ‘viagem maldita’, trata-se de um raríssimo caso onde o remake ultrapassa a obra original.

- Quadrilha de sádicos até o presente momento não foi lançado em ou blue ray ou DVD no Brasil, o que existe é o VHS velhíssimo da extinta look vídeo, milagre é acha-lo.


quadrilha de sádicos
(The Hills Have Eyes, EUA 1977). 89 minutos
Direção: Wes Craven
Roteiro: Wes Craven
Produção: Peter Locke
Música: Don Peake
Fotografia: Eric Saarinen
Edição: Wes Craven
Maquiagem: Dave Ayres; RaMona Fleetwood; Karen Grant; Ken Horn; Donald Mulderick
Figurino: Joanne Jaffe
Direção de Arte: Robert A. Burns
Efeitos Especiais: Greg Auer; John Frazier
Elenco: Susan Lanier (Brenda Carter); Robert Houston (Bobby Carter); Martin Speer (Doug Wood); Dee Wallace-Stone (Lynne Wood); Russ Grieve (Big Bob Carter); John Steadman (Fred); James Whitworth (Jupiter); Virginia Vincent (Ethel Carter); Lance Gordon (Mars); Michael Berryman (Pluto); Janus Blythe (Ruby); Cordy Clark (Mama); Brenda Marinoff (Katy); Peter Locke (Mercury); Flora (Beauty); Striker (The Beast)

Nenhum comentário:

Postar um comentário