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domingo, 23 de junho de 2013

JOVENS BRUXAS (1996)

Filmes envolvendo bruxas nunca foram novidade nos cinemas, as temidas magas do mal vira e mexe protagonizam diversas produções, como os ótimos ‘as bruxas de eastiwick’ e ‘Elvira a rainha das trevas’ no inicio dos anos 80, passando pelo divertido convenção das bruxas e contrastando com o impactante: as bruxas de Salem. Nos últimos anos as bruxas voltaram com tudo em produções boas e outras péssimas como o ótimo arraste-me para o inferno e o infame ‘dezesseis luas’ que nitidamente pega carona no recente conceito criado pela juvenil saga crepúsculo.
Recentemente assistindo nos cinemas ao péssimo ‘João e Maria – caçadores de bruxas’ me recordo como se fosse hoje de um comentário da bruxa líder e grande vilã do filme interpretada pela belíssima Famke Janssen fazendo um comentário mais ou menos assim:
- Vocês esperavam por uma bruxa horrível não é? Mas os tempos mudaram.
Ou seja, a produção se vangloriava com o conceito de que traz bruxas más na pele de belas atrizes, ao ouvir este comentário imediatamente me veio à cabeça um filme que havia alugado na locadora em meados de 1997 e que me trazia ótimas lembranças, para ter certeza que não estava tendo devaneios assisti novamente a esta produção há uns dias atrás e a minha grata surpresa é que o filme realmente é esplendido, e prendeu minha atenção do inicio ao fim. O filme em questão trata-se de ‘jovens bruxas’ (the craft), produção lançada nos cinemas americanos em Maio de 1996 e no final do mesmo ano nos cinemas brasileiros, embora tenha adquirido certa notoriedade no país em seu lançamento em VHS em 1997. 
A trama acompanha a jovem Sarah Bailey (Robin Tuney) que se muda com a família para Los Angeles. Apresentando sérios problemas de relacionamento, no 1º dia de aula na nova escola Sarah aproxima-se de três garotas góticas que a principio também não demonstram grandes dotes de sociabilidade, porem uma das jovens nota que Sarah tem habilidades paranormais e resolve dar uma chance para a garota se enturmar com o trio.
Ao mesmo tempo que se aproximou das garotas, Sarah envolveu-se em um relacionamento de alguns dias com Chris (Skeet Ulrich) e acabou sendo extremamente magoada.
A proximidade das três amigas com a magia e o ocultismo acabou envolvendo Sarah que com sua força sobrenatural acabou por criar poderes nas garotas que tornaram-se bruxas e tiveram seus ritos atendidos.
Porem quanto mais cada uma delas experimentava os benefícios dos seus desejos e poderes, mais utilizavam a magia para finalidades negativas, e Sarah passou a perceber o que estava acontecendo, porem as coisas começaram a tomar proporções incontroláveis e após Nancy (Fairuza Balk) invocar uma força maligna, passa a perseguir Sarah em um embate que certamente não terminaria bem para um dos lados.
Jovens bruxas na época empregou efeitos especiais de ponta sendo produzido pelo estúdio recém-inaugurado da Sony Technologies e ajudou a divulgar juntamente com indivíduos como Marylin Manson o conceito gótico que foi moda para grupos de jovens na época, tornando popular comportamentos ligados ao paganismo e a bruxaria, especialmente Wicca.
Embora não tenha tido um grande lançamento por parte da columbia pictures, jovens bruxas foi bem sucedido dentro do que o estúdio esperava e o seu lançamento no mercado de home vídeo e posteriormente dvd acabou mais do que dobrando o faturamento total da produção.
Embora nos dias atuais jovens bruxas não tenha deixado um legado significativo, virado franquia ou lançado alguém que se tornou uma megaestrela (afinal a protagonista Robin Tuney hoje faz ponta em algumas series como the mentalist e prision brake), o filme conquistou uma legião expressiva de fãs, o que pode ser notado em uma rápida pesquisa na internet, e até hoje é referencia para os cultuadores do ocultismo e bruxaria já que muitos detalhes que o filme buscou são baseados em crenças e práticas neo-pagãs.
Visão pessoal: Embora valha ressaltar que em uma assistida hoje em dia, muitos aspectos de ‘jovens bruxas’ ficou muito anos 90 (o que é plausível por questões obvias), o filme acumula muito mais aspectos positivos do que negativos. O seu roteiro tem poucos buracos para um filme do gênero, e a trama faz questão de acompanhar a história de cada uma das protagonistas, fazendo com que o publico entenda as dificuldades e motivações de cada uma delas, o que torna a história muito mais real e intensa, e as atuações de Robin Tuney como a protagonista Sarah e Fairuza Balk como a antagonista Nancy roubam a cena.
Curiosidades:
Embora façam parte do 1º escalão no elenco de jovens bruxas, Neve Campbell e Skeet Ulrich que neste filme interpretam respectivamente uma das amigas e o interesse romântico da protagonista, no final do mesmo ano ambos protagonizariam ‘pânico’ que tornaria-se sucesso absoluto, e este sim uma grande franquia no que restou da década de 90 e referencia para filmes de terror até os dias atuais.
Em 1998, 2 anos após o lançamento deste filme, o canal americano Warner Brothers estreou uma serie televisa chamada 'Charmed' que era centrada em 3 jovens bruxas porem irmãs, o fator mais curioso é que a serie em suas primeiras temporadas utilizou como tema de abertura uma versão da canção How son is now? dos smiths que havia sido gravada pela banda Love Spit Love justamente para este filme. Será que a serie charmed (que tambem curiosamente foi intitulada de jovens bruxas no Brasil) se inspirou neste filme? eu creio que 100%.   
Resumindo, Embora seja um filme que divida opiniões, jovens bruxas passa muito longe de ser um filme ruim, e merece ser conferido nos dias atuais por novas gerações, diria que se já não é um filme cult, certamente deve adquirir este status em um futuro próximo.


Jovens bruxas

Titulo original: The craft
Direção: Andrew Fleming
Roteiro: Andrew Fleming, Peter Filardi
Elenco: Breckin Meyer, Christine Taylor,
Fairuza Balk, Neve Campbell, Rachel True,
Robin Tunney, Skeet Ulrich
Produção: Douglas Wick
Fotografia: Alexander Gruszynski
Trilha Sonora: Graeme Revell
Duração: 101 min.
Ano: 1996

sábado, 22 de junho de 2013

PANICO 2 (1997)

A sequencia de pânico era algo certo após o boom do 1º nos cinemas americanos ao final de 1996 e principalmente no inicio de 1997, a excelente receptividade do publico e a boa resposta da crítica credenciaram a Miramax a apostar alto nas filmagens de uma sequencia quase que imediatamente aos bons resultados de pânico nos cinemas, imediatamente o diretor Sam Raimi e o roteirista Kevin Wllianson foram convocados pelo estúdio para começarem o esboço do 2º filme, e o passo seguinte foi garantir o retorno do trio de atores Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette que foram estabelecidos na trama de Kevin Willianson como os protagonistas da serie e retornaram a trama após um cache considerável e a garantia de que os seus personagens teriam relevância na trama.
Pânico 2 estreou nos cinemas americanos e posteriormente mundialmente em dezembro de 1997, desta vez a Miramax fez questão de garantir um lançamento em grande escala do filme, além de ter investido pesado na campanha de marketing e divulgação do filme, pânico 2 foi uma das estreias mais esperadas do ano de 1997, lotou as salas de cinema e gerou grande expectativa, muito embora o filme como a grande maioria das sequencias não faça jus a obra original.
Para fortalecer o elenco de pânico 2 a Miramax fez questão de trazer um elenco de peso razoável na época para ajudar a compor a história, atores jovens que despontavam na época fazem participações interessantes como Sarah Michelle Gellar e Jerry o’connel. Jada Pinkett e Omar Epps também participam na boa cena de abertura do filme que até empolga no inicio e Liev Schreiber que fez uma participação nanica no 1º filme, retorna ao papel de Cotton Weary porem desta vez o seu personagem tem importância crucial na trama.
A pouco criativa sequencia de pânico inicia com uma cena bem legal dentro de um cinema em uma clara paródia dos acontecimentos do 1º filme (que viraram um filme dentro de ‘panico 2’ chamado de Stab (a punhalada) ) e logo foca novamente na personagem central da serie: Sidney Prescott (Neve Campbell) que após os acontecimentos em Wodsboro tenta levar uma vida normal como uma universitária na fictícia cidade de Windsor, porem a recente morte do casal de universitários dentro de um cinema local reforça os rumores que alguém esta tentando replicar os acontecimentos de Wodsboro 2 anos antes.
Em contrapartida Gale (Courtney Cox) segue como jornalista, agora renomada após lançar um livro sobre a chacina em Wodsboro, e os direitos de sua obra tornado-se um filme (stab), logo Gale, Sidney e o policial agora aposentado Dewey (David Arquette) terão seus destinos traçados novamente com o real surgimento de um assassino que novamente se veste de ghostface e literalmente quer tocar o terror.
Pânico 2 tenta claramente trazer elementos claros do filme original, novamente há por aqui citações de grandes obras de horror como no 1º filme, porem a moda em pânico 2, sustentando a pretensão de ser uma autoparodia de sua criação, é a citação a sequencias com comentários que ressaltam quando o 2º foi melhor que o 1º como o exterminador do futuro 2 e Aliens o resgate.
Embora Kevin Willianson tenha trazido para pânico 2 um universo totalmente diferente da pacata Wodsboro do 1º filme, e inserido uma leva de novos personagens como o inocente namorado de Sidney, Derek (Jerry o’connel), a amiguinha inseparável da mesma, Hallie (Elise oneal) o alter-ego jornalístico de Gale, Debbie Sal (Laurie Metcalf) a rainha da fraternidade, Cici (Sarah Michelle Gelar) o estudante obcecado por filmes e teorias malucas Mickey (Timothy Olyphant) e o tipo igual ao anterior e sobrevivente do 1º massacre em Wodsboro, Randon (Jamie Kennedy em uma participação que não durou muito e rendeu uma das poucas cenas de morte criativa). A grande maioria desses personagens serve apenas para engrossar a lista de suspeitos dos crimes e posterior banquete para as mortes que ocorrem durante a trama, quem realmente conduz todo o filme e fica acima de qualquer suspeita é o trio principal Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette, o único personagem que após o termino do filme fica claro que se destacou junto dos 3 atores é Liev Schreiber com o retorno do personagem Cotton, que após se livrar das acusações de ter assassinado a mãe de Sidney no 1º filme, tornou-se uma espécie de ex-participante de Big Brother, procurando a todo custo os seus 15 minutos de fama.
O roteiro de pânico 2 além de ter sido escrito as pressas por Kevin Willianson devido à pressão da Miramax para o lançamento do Thriller nos cinemas no final de 1997 e o curto tempo entre a pré-produção e as filmagens, também sofreu com sabotagens. Durante as filmagens do longa diversos meios de comunicação divulgaram detalhes chaves da trama e até mesmo os assassinos que originalmente seriam o namorado de Sidney, Derek acompanhado de sua melhor amiga na trama, Halley, porem essas revelações obrigaram Willianson a reescrever diversas paginas do roteiro e filma-las quase simultaneamente, a precaução passou a ser tamanha que os atores filmaram muitas das cenas principais da trama nas ultimas tomadas, poucos dias antes do termino geral das filmagens, o curto tempo de programação entre roteiro e filmagens possibilitou que o próprio diretor Wes Craven agregasse muitas questões criativas à produção.
Curiosidade bizarra:
Se stab, que é o filme fictício dentro de ‘pânico 2’ fosse uma produção de verdade, já poderíamos dizer que teve pelo menos 3 nomes em seu elenco que hoje são rostos conhecidos, Heather Graham, Luke Wilson e Tore Spelling viriam a participar de diversas produções razoáveis nos anos seguintes (principalmente Wilson e Graham).
Pânico 2 estreou nos EUA em 12 de dezembro de 1997 e posteriormente em Março do ano seguinte no Brasil e teve uma bilheteria monstruosa, contabilizando um total de R$ 172.363.301 em todo o mundo, sendo o 7º filme de terror da história a ultrapassar a barreira dos 170 milhões de dólares em bilheteria além de ter sido o filme de terror mais assistido nos anos de 1997 e 1998 a ainda por cima ter o titulo póstumo de grande produção de critica e publico do gênero horror na década de 90 é mole?
Visão pessoal
Se formos analisar questões comerciais, acredito que pânico 2 foi a sequencia de um filme de terror mais bem elaborada do ponto de vista de uma estratégia de marketing nos cinemas, e acertou em cheio trazendo o trio principal do filme original e ainda se dando bem com nomes despontando na época como Sarah Michelle Gelar e Jerry o’Connell, e destaques como o personagem de Liev Schreiber. Também se aproveitou de uma velha estratégia em Hollywood que é não deixar a poeira do sucesso baixar, já que foi lançado exatamente um ano depois do filme original, as pessoas estavam sedentas em ver ghostface novamente derramando sangue alheio, e com um orçamento muito superior ao filme original (já que pânico 2 passava muito longe de uma aposta como haverá sido o filme original) e uma massiva campanha e apoio da MTV gringa, o filme atingiu o sucesso mais do que esperado.
Analisando pânico 2 do ponto de vista de um filme de terror eficiente, creio que ficou muito abaixo da expectativa, 1º porque a protagonista principal Sidney Prescott parece não ter aprendido com os erros do 1º filme, sempre mantendo a postura frágil e amedrontada, o seu par na história Derek também parece um peixe fora d’agua na história e a sua melhor amiga Halley desde sua 1º cena deixa claro que esta na história apenas para encher linguiça e morrer no momento oportuno como tantos outros neste filme, definitivamente os personagens não demonstram qualquer carisma, diferente do 1º filme onde até mesmo a dupla de assassinos demonstrava perfis diferentes e doentios ao mesmo tempo, e novamente quem consegue dar algum ar da graça na história é o casal formado por Dewey e Gale além do famigerado Cotton.

Resumindo, além de uma ou outra cena interessante como a perseguição de ghostface a Gale dentro de um estúdio de áudio e a cena onde Gale e Dewey perseguem pessoas com celulares em busca de achar o assassino em um parque a luz do dia terminando com a bizarra morte de Randon dentro da van, pânico 2 mostra-se extremamente previsível e lembrando uma sombra do que foi o filme original, tentando se sobressair nas cenas copiosas do 1º filme, mas quase sempre topando com o obvio, ainda assim as criticas na época foram bastante positivas e há até mesmo quem diga que este filme superou o original, cada louco com sua loucura. 


Panico 2
Titulo original: Scream 2
Gênero: Terror
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
ano: 1997
Elenco: Adam Shankman, Angie Dillard, Anne Fletcher, Carmen M. Chavez, Christopher Doyle, Cornelia Kiss,Courteney Cox, Craig Shoemaker, Daniel K. Arredondo, Dave Allen Clark, David Arquette, David Warner, Duane Martin, Elise Neal, Erik Hyler, Greg Meiss, Heather Graham, Jack Baun, Jada Pinkett Smith, Jamie Kennedy, Jason Horgan, Jennifer Weston, Jerry O'Connell, Joe Washington, John Embry, John Patrick, Joshua Jackson, Kevin Williamson, Kris Andersson, Lance MacDonald, Laurie Metcalf, Laurie Sposit, Lewis Arquette, Liev Schreiber.

sábado, 8 de junho de 2013

EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO (1997)

Quando analisamos as produções de terror realizadas nos anos 90 certamente ‘eu sei o que vocês fizeram no verão passado’ trata-se de um dos filmes que podem ser destacados como boas produções que contaram com a aprovação do publico de um modo geral.
Baseado no livro com mesmo nome de 1973 do autor americano Louis Duncan, a história narra um grupo de 2 casais amigos que comemoram a noite do feriado americano de 4 de julho em sua cidade natal, prestes a ingressarem na faculdade e entrarem na fase adulta, após uma romântica estada noturna na praia os casais retornam para casa, porem no percurso acabam acidentalmente atropelando um pedestre.
No desespero momentâneo, entre socorrer a vitima que estava desacordada e arcar com as consequências que poderiam ser bem rígidas pelas leis dos EUA, o grupo de jovens decide em quase comum acordo que a saída seria jogar o corpo da vitima no mar, e após o fato consumado fazem um juramento que aquele fato ficaria escondido para sempre, porem 1 ano depois a jovem Julie (Jennifer Love Hewwit) recebe uma carta com a frase titulo do filme, e dai para frente o grupo de jovens seria mortalmente perseguido para pagarem pelo que tentaram esconder 1 ano antes.
‘Eu sei que vocês fizeram no verão passado’ foi escrito as pressas pelo roteirista e produtor Kevin Willianson que após o sucesso de pânico em 1996 foi procurado pelo estúdio Mandalay para roteirizar e produzir um terror jovem envolvendo um serial killer nos moldes do seu recente sucesso do ano anterior, a pedido da columbia pictures que bancou 100% dos custos da produção. Nesse período Willianson teve que se desdobrar, pois trabalhava incansavelmente nos roteiros de pânico 2 e 3 encomendados pela miramax além de intercalar o roteiro e a produção deste filme e a serie de tv Dawson creek para a columbia television.
‘Eu sei o que vocês fizeram no verão passado’ também é muito lembrado pelo fato de ter lançado ao estrelato a carreira de 5 jovens atores, como na época a columbia pictures pretendia ter um custo mínimo com o elenco do filme, decidiu apostar em atores que onerassem custos irrelevantes dentro do orçamento do filme, o posterior sucesso do longa ajudou a alavancar a carreira do quarteto principal nos anos seguintes: Jennifer Love Hewwitt ganhou papéis de destaque em filmes como a adaptação nas telonas de Garfield e o terno de um milhão de dólares. Ryan Phillippe atuou em filmes com grande apelo comercial como segundas intenções, crash – no limite e até mesmo conseguiu uma inusitada indicação ao Oscar por assassinato em gosford park. Freddie Prinze Jr ganhou destaque no final dos anos 90 com comédias românticas como louco por você, mais tarde protagonizando a versão live action de scooby-doo ao lado da sua hoje esposa Sarah Michelle Gellar, a integrante deste elenco que obteve mais sucesso, posteriormente estreando a serie ‘Buffy – a caça vampiros’ como a protagonista além de participar de outras produções memoráveis como pânico 2. até mesmo Ane Heche que fez um pequeno papel aqui, rumou para papeis de mais destaque no remake de psicose e seis dias e sete noites.
Resumo: Embora esta produção recorra claramente a diversos clichês do gênero, e se comparado diretamente ao seu ‘criador’ pânico seja extremamente inferior em todos os aspectos, certamente o diretor Jim Gilesppie em parceria com o sempre eficiente Kevin Wilianson souberam dosar o filme com características bem peculiares dos anos 90, e com a ajuda do quarteto principal que passa expressão em seus personagens facilitou a tarefa de ‘eu sei o que vocês fizeram no verão passado’ não só atingir um expressivo sucesso de publico nos cinemas de todo o mundo, além de possibilitar o filme ser sempre lembrado como uma excelente opção em seu gênero, além de ajudar a desenterrar o gênero de slasher movies do extenso cemitério de Hollywood no final dos anos 90.
Observão: como o desfecho deste filme já sugeria, no ano seguinte a esta produção a Mandalay novamente em parceria com a columbia lançaram a dispensável sequencia direta: eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado, que apenas substituiu o casal formado por Ryan Phillipe e Sarah Michelle Gelar, colocando os personagens de Jennifer Love Hewitt e Freddie Prinze Jr em novos apuros desta vez ambientado em uma viagem de férias dos 2 casais, em 2006 quando todos achavam que a franquia já estava definitivamente enterrada a divisão da columbia através da sony pictures lançou uma terceira parte que foi intitulada no Brasil como: eu sempre saberei o que vocês fizeram no verão passado, filme que sequer tinha qualquer relação com os acontecimentos dos filmes anteriores, alguns ainda tem coragem de considerar esse ultimo filme e chamar a serie de ‘trilogia’, eu obviamente não me incluo nessas pessoas.




Eu sei o que vocês fizeram no verão passado
titulo original: I know what you did the last summer
Gênero: Terror
Direção: Jim GillespieRoteiro: Kevin Williamson
Elenco: Anne Heche, Bridgette Wilson, Dan AlbrightDeborah Hobart, Freddie Prinze Jr., J. Don FergusonJennifer Love Hewitt, Johnny Galecki, Lynda ClarkMary McMillan, Muse Watson, Rasool J'Han, Ryan Phillippe
Sarah Michelle Gellar
, Stuart GreerProdução: Erik Feig, Neal H. Moritz, Stokely ChaffinFotografia: Gary Wissnera
Ano: 1997

domingo, 2 de junho de 2013

A COISA (1985)

Sempre tem aqueles filmes que a gente assiste na infância e fica marcado eternamente na memória, na maioria das vezes você assistia e pensava: puts que filme da hora, e depois de alguns anos quando assiste novamente sob um olhar mais amadurecido analisa e chega à conclusão: não era tudo isso que eu achava, mas ainda assim é uma história interessante. Esse é o caso de ‘a coisa’ também bastante conhecido como ‘the stuff’ seu titulo original.

Recordo-me como se fosse hoje que no inicio da década de 90 esse filme passou inúmeras vezes no extinto cinema em casa do SBT, e eu sempre que podia assistia, ou seja: quase todas as vezes que repetidamente reprisava esse pequeno clássico produzido pela New World Pictures, produtora acostumada a desenvolver produções de baixo orçamento que envolviam características de terror e comédia, a maioria de seus filmes ficou em um esquecimento eterno, porem outros como Piranha e corrida da morte ano 2000 seguiram crescendo como clássicos contemporâneos.
A criativa história inicia com um homem descobrindo uma substancia cremosa borbulhando do chão, ao experimentar o condimento percebe que trata-se de uma massa agradável que se assemelha a um iogurte ou sorvete, mais tarde a história avança com um grupo de industriais que contratam David (Michael Moriaty), um ex-agente do FBI que tornou-se um sabotador industrial, sua missão e descobrir do que se trata o tal the stuff que surgiu no mercado e rapidamente tornou-se febre de consumo entre a população dos EUA prejudicando diretamente as vendas de sorvetes, iogurtes e derivados no mercado.
Ao aprofundar suas investigações David logo descobre que o tal the stuff tinha segredos muito maiores envolvendo sua origem, e entra em uma espécie de teoria da conspiração ao lado de Charlie (Garret Morris), ambos acabam descobrindo que o stuff na verdade é um parasita que ao ser ingerido pelo ser-humano passa a controlar o seu cérebro transformando a pessoa em uma espécie de zumbi alimentando-se do seu cérebro e órgãos deixando o corpo humano oco (realmente inacreditável não?).
Ao mesmo tempo o garoto Jason (Scot Bloom) também percebe que a sobremesa tem vida e percebe o quanto a mesma afeta a sua família que consome o stuff exageradamente,  logo o garoto seria resgatado por David e completaria o trio de heróis junto com Nicole (Andrea Marcovicci) que depois de ser a criadora da campanha de marketing que ajudou a popularizar o stuff, passa a combater a sobremesa-alienígena além de servir como par romântico de David.
O elenco de ‘a coisa’ é um dos pontos que dão sustentação a maior parte do filme e até mesmo ajudam a engolir os muitos buracos do roteiro, a começar pelo veterano protagonista Michael Moriaty que sempre foi figura conhecida na TV americana tendo realizado series como holocaust no fim dos anos 70 diversos filmes para a TV como The winds of kitty hawk, o ator consegue transitar bem entre a seriedade e o humor conseguindo ser uma figura carismática dentro do filme, já o seu par romântico interpretado por Andrea Marcovicci que tinha contracenado recentemente no sucesso ‘os eleitos’ não faz mais que o obvio, alias a química entre ela e o personagem de Moriaty é extremamente forçada, do nada o casal passa a se beijar a agir como se conhecessem há anos sendo que haviam acabado de estar juntos, ah se a vida fosse assim...
Mas as grandes apostas da New Word para emplacar o sucesso de ‘a coisa’ foram às presenças do na época popular comediante do Saturday Night Live, Garret Morris e o veterano ator Paul Sorvino que interpretou o durão coronel Spears, além de uma pequena participação do também veterano Danny Aiello.
A coisa jamais ficou marcado como um grande sucesso, até mesmo o seu lançamento foi realizado de forma bastante limitada nos cinemas americanos, como já era um costume  das produções da New Word Pictures, porem o seu lançamento no mercado de home vídeo no final da década de 80 popularizou bastante a produção que naturalmente tornou-se Cult e conquistou uma legião de fãs, tanto é que atores como Michael Moriaty e Scot Bloom são lembrados até hoje como os personagens David e o garoto Jason.

Os efeitos especiais de ‘a coisa’ também se mostram interessantes, afinal não precisa de muita coisa para fazer uma montueira de massa branca caminhar pelo chão, foram utilizados quilos de sorvete e iogurte além de massa de barbear, inclusive a cena onde a massa suga uma vitima para o teto foi feita da mesma maneira como foi filmada a cena da morte de Jonny depp em a hora do pesadelo.
A ideia do diretor e roteirista Larry Cohen em utilizar um produto industrializado como o grande vilão a assolar a população foi muito inventiva, inclusive assistindo ‘a coisa’ nos dias atuais fica nítido o quanto a mensagem do filme fica clara em mostrar que a população pode ser facilmente enrolada com um produto saboroso e com grande apelo e marketing comercial, afinal você ai procura saber quais são os ingredientes que compõe a sua sobremesa favorita? Correria atrás dessa informação? E será que conseguiria essas informações facilmente? E se descobrisse algo incomum será que ao tentar desmascarar a empresa sofreria represálias?, afinal de contas esse tipo de negócio envolve muitos interesses comerciais concorda?
Pois é, não é que eu queira pairar essa duvida, mas concordemos que com as atuais e agressivas campanhas de marketing industrial aliada à concorrência de mercado, o conceito deste filme torna-se ainda mais atual, alias grande destaque para as cenas onde é realizada as diversas camadas de propaganda da sobremesa ‘the stuff’, muito embora o filme se passe nos anos 80, é sensacional a forma como é abordado à agressiva campanha de marketing do doce, fica nítido o quanto convincente ficou.  
Enfim, ‘a coisa’ como já foi dito não trata-se de nenhum grande clássico, mas é um filme memorável pela forma como abordou o seu tema, e ainda afirmo que poucos filmes da década de 80 permanecem com uma história tão atual como esta, que nos dias atuais e nas mãos de idealizadores com um mínimo de visão poderia tornar-se um grande filme.  
Observação: antevendo a moda atual, a coisa tem uma pequena e divertida cena pós-créditos.

A Coisa
titulo original: The Stuff
elenco: Andrea Marcovicci(Nicole), Danny Aiello (Vickers) Paul Sorvino (Colonel Malcolm Grommett Spears) Michael Moriarty, Garrett Morris ('Chocolate Charlie Hobbs) Alexander Scourby (Evans), Russell Nype (Richards) Scott Bloom (Jason), James Dixon(Postman) Catherine Schultz (Waitress), James Dukas (Gas Attendant) Peter Hock (Miner) Patrick Dempsey (Underground Stuff buyer)
Gênero: Terror
Direção: Larry Cohen
Roteiro: Larry Cohen
Produção: Paul Kurta
Fotografia: Paul Glickman
Trilha Sonora: Anthony Guefen
Duração: 93 min.
Ano: 1985

domingo, 19 de maio de 2013

O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA 3D - A LENDA CONTINUA (2013)

Desde o sucesso de o massacre da serra elétrica em 1974, não faltaram tentativas de se produzir sequencias buscando resgatar o sucesso do filme original, tudo começou com o péssimo o massacre da serra elétrica parte 2 em 1986, seguida de uma 3º parte totalmente desconexa em 1990, ainda dando tempo de fazer um filme tão besta quanto as sequencias anteriores em 1994 chamado de the texas chainsaw massacre: next generation (o massacre da serra elétrica: a nova geração).
Depois das bombas produzidas nos anos 80 e 90 a franquia passou um bom tempo enterrada até no inicio dos anos 2000 começar o boom dos remakes e a produtora platinum danes comprar os direitos e refilmar o icônico filme de 1974. Com o relativo sucesso, alguns anos depois a mesma produtora resolveu trabalhar as raízes de Letharface em ‘o massacre da serra elétrica: o inicio’ que acabou sendo tão bom quanto o seu antecessor, porem a baixa bilheteria acabou enterrando os planos da platinum danes dar continuidade ao rebbot da serie.
E quando todos achavam que não havia mais o que explorar na serie, o produtor Carls Mazzocone através da Twisted pictures entrou em um acordo com a platinum danes para continuar a serie, porem desta vez a ideia foi bem original, ao invés de recontar a história do filme original, continuar a história da origem de Letharface ou simplesmente criar um roteiro de Letharface e a família de canibais atacando subitamente como já havia sido feito tantas outras vezes, esta história criada por Debra Sullivan e Adam Marcus resolveu inovar, e imediatamente da continuidade aos acontecimentos ocorridos no filme de 1974.
A introdução de o massacre da serra elétrica 3d: a lenda continua, se da justamente com uma rápida e eficiente retrospectiva com imagens do filme original de 1974, assim obrigatoriamente introduzindo aqueles acontecimentos a este filme, tal estratégia serve para aqueles que estejam assistindo este filme sem qualquer informação da sua origem, ou para os desentendidos que tenham como referencia apenas os recentes remakes da platinum danes.
Em seguida a trama acompanha o xerife Hopper (clara referencia ao criador da serie Tobe Hopper) que cerca a casa dos Sawyer e obriga que a família entregue o garoto (Letharface), nesta cena podemos conferir que um dos integrantes da família Sawyer e Carson trata-se de Gunnar Hansen que interpretou Letharface no filme de 1974.
Porem os planos do xerife são frustrados por Burt Hartman e alguns caipiras locais, que revoltados com os acontecimentos incendeiam a casa da família assim exterminando os Sawyer, porem momentos depois um dos moradores do condado local ao examinar a casa acaba encontrando uma mulher sobrevivente do incidente com uma criança de colo, em seguida matando a mulher e tomando conta da criança.
Depois da conclusão da cena a história avança muitos anos depois e acompanhamos que aquela criança tornou-se a jovem Heather Miller ironicamente trabalhando em um açougue como cortadora de carnes, a garota recebe uma correspondência dando conta que a mesma é herdeira de uma casa no interior do estado do Texas, e após questionar os país e se dar conta de que foi adotada, viaja junto com o namorado e um casal de amigos até o local para conhecer o imóvel que havia acabado de tornar-se proprietária, porem ela nem imagina que Letharface, o seu único parente de sangue ainda vivo, mora recluso nas entranhas dos porões daquele velho casarão, e vai iniciar novamente um grande banho de sangue em busca da vingança dos seus entes queridos, aos mesmo tempo que Heather começa a se dar conta da sua real origem e as motivações que levaram a extirpação da sua família.
Este massacre da serra elétrica trata-se de um bom entretenimento, começa de forma brilhante e depois fica repetitivo, melhorando em seguida para terminar de forma confusa dando novas diretrizes para a serie porem distanciando-se da tradição de Letharface.
Porem se o massacre da serra elétrica 3D pode ser considerado um bom entretenimento, certamente a conclusão que chego ao final da sua projeção é de que utilizando-se da excelente ideia de dar continuidade aos acontecimentos do longa de 1974, poderiam ter contado inúmeras histórias melhores. Porque não a história continuar a ser contada naquele período? Ou pular no máximo 5 ou 10 anos como havia sido a sequencia original filmada em 1986 porem com um roteiro péssimo. A verdade é que dar continuidade na história nos primeiros 10 minutos pra depois avançar 20 anos ou mais acabou perdendo toda a magia da história original, pois boa parte do clímax de horror que se da no filme de 1974 é justamente pela sua época e o clima deserto e sombrio do local, coisa que jamais ocorre no filme atual.
Outro fator que torna o massacre da serra elétrica 3D um filme tão corriqueiro quanto as suas sequencias anteriores e outros filmes irrelevantes atuais é o fato da exploração da mulher objeto e os outros jovens estereotipados, analisando isso temos 2 cenários: o 1º baseia-se no filme original que inspirou este, onde temos uma história de alto clímax de horror que jamais tem qualquer momento de insinuação sexual ou qualquer besteira do tipo, o 2º é este formato de alto abuso de jovens assexuados e rebeldes foi muito popularizado nos anos 80 e extremamente utilizado em filmes de terror atuais, os produtores deste filme resolveram usar mais do mesmo neste filme e utilizar o 2º exemplo, porem eu penso que se a ideia é aproximar-se do filme original, o melhor seria basear-se em um formato como no 1º exemplo, e fato é que é sim possível fazer um bom filme de terror envolvendo um grupo de jovens e sem abusar das estereotipagens, a grande prova disso foi o recente sucesso que o remake de a morte do demonio alcançou conseguindo excelente desempenho nas bilheterias em todo o mundo além de elogios dos críticos e reconhecimento dos fãs do gênero inclusive deste que vôs escreve.
Outra grande limitação que se percebe em MSE 3D é por conta da sua conversão no 3D, às cenas convertidas são pouquíssimas, quase nenhuma, e as que existem praticamente não fazem diferença na projeção tirando uma ou outra envolvendo a moto-serra de Letharface.
Outra parte do filme que vale um comentário é uma cena surtada onde Letharface na caça de Heather invade um parque de diversões lotado de adultos e principalmente crianças, tocando o terror geral, algo que convenhamos, foge totalmente dos parâmetros imagináveis para um filme desta franquia, mesmo considerando que este Letharface mantem o conceito de um retardado mental conforme a ideia original de Tobe Hopper em 1974, também levamos em consideração que Letharface é inteligente o bastante para manter-se escondido da sociedade há anos, sabendo que é um cara perigoso e procurado, portanto a questão de invadir um parque de diversões lotado de civis definitivamente não foi uma decisão acertada.
  
Mas o grande buraco no roteiro de MSE 3D esta na contagem do tempo, os acontecimentos do filme original ocorreram em 1974 ou seja: mesma época que a criança de colo que tornaria-se a garota Heather foi adotada, quando a história avança a atriz Alexandra Daddario que interpreta a mesma Heather, embora em momento nenhum haja citações sobre a sua idade, aparenta ter no máximo 20 anos, chutando altíssimo: 25 anos, portanto em uma contagem de tempo didática a história estaria entre os anos de 1994 á 1999, a contradição é quando vemos veículos claramente recentes, musicas de Hip Hop americanas com batidas claramente pós anos 2000 e o mais forçado: uma cena onde um policial transmite imagens filmadas em um smartphone ao vivo diretamente para o computador do xerife Hopper da policia local, sendo que na época que o filme realmente deveria se passar, sequer haviam celulares com câmera de 1 megapixel.
Resumo da opera: Embora MSE 3D tenha todas essas limitações e no meu entendimento falhas grotescas que comprometem a serie, certamente deve satisfazer aqueles descompromissados que desejam apenas mero divertimento com os assassinatos de Letharface, que por sinal são pouquíssimos neste filme, porem a controvérsia geral da história se da em seu desfecho quando temos a humanização do assassino que passa de serial killer para anti-herói com motivações próprias e extremo zelo pela família, posso imaginar muitos caminhos que a serie pode seguir através do panorama que termina este filme, porem a parte ruim é que nenhum deles me agrada. 
O massacre da serra elétrica 3D - a lenda continua
Titulo origninal: The texas chainsaw 3D
Diretor: John Luessenhop
Elenco: Alexandra Daddario, Scott Eastwood, Tania Raymonde, 
Bill Moseley, Richard Riehle, Shaun Sipos, Gunnar Hansen, Dan Yeager, Keram Malicki-Sánchez, Thom Barry, Trey Songz, Marilyn Burns, Dodie Brown, Ritchie Montgomery, Paul Rae
Sue Rock, James MacDonald, Amanda Dyar, John Dugan, Scott A. Martin, Elena Sanchez, David Born, Kari J. Kramer, Sarah Dandashy, Sam McKinzie, Shawn Shultz, Veleka Gray, Carl Bailey, Pamela Van Zandt, Michael Patrick Rogers, Johnnie Brannon, Tavaris James Durell, Troy Harris, Brandon Noack, Blain Sanchez, James Paul, Joe Guarneri, Parker June Spaulding, Michael Byrne, Kristen Beevers
Tony McCullough, Roni Hummel, Stephen Waters 
Jonathan Darden, Dan Forest, Timothy Hoffman, 
Nikolette Noel, Juliet Reeves, Nathan Scott, Mike Walker
Produção: Carl Mazzocone
Roteiro: Kirsten Elms, Stephen Susco
Fotografia: Anastas N. Michos
Trilha Sonora: John Frizzell
Duração: 92 min.
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Europa Filmes
Estúdio: Nu Image Films / Mainline Pictures Inc. / Twisted Pictures / Lionsgate
Classificação: 18 anos

sábado, 18 de maio de 2013

PÂNICO (1996)

Em se tratando de filmes de terror, toda geração tem o assassino que merece, recentemente foi o cansativo Jigsaw em jogos mortais, nos anos 80 Freddy Krueger e Jason dominaram as telonas, e nos anos 90 até a metade da década nenhum assassino em serie ou franquia de terror até aquele momento havia se habilitado a conquistar aquela geração e estabelecer novos parâmetros no gênero, e ao mesmo tempo os ícones do terror até então estavam estagnados, já que por volta de 1996 ninguém sequer ouvia falar de Jason, Freddy, Chucky, Michael Myers, portanto o gênero de slasher movies andava bastante esquecido sem lançamentos dos seus principais ícones, foi então que Wes Craven, mago do cinema do horror resolveu levar para as telonas um roteiro do jovem e criativo Kevin Williamson que estabelecia um novo conceito dentro do gênero de terror ao mesmo tempo apresentando um novo assassino urbano chamado de ghostface, e homenageando os grandes filmes de terror envolvendo assassinos, o filme em questão foi pânico.
Partindo-se da premissa básica do assassino de adolescentes, o novato roteirista Kevin Wiliamson que até então era famoso pelo inventivo roteiro de ‘o balconista’ e grande admirador do gênero de assassinos seriais, resolveu apostar em um roteiro que trouxe folego para o gênero, mas que também trouxe inovações, e homenageando os grandes filmes que serviram como legado para o gênero.
Quando a produtora Miramax comprou os direitos do filme, para posterior lançamento através da dimension, sua divisão do gênero, já tinha em mente que era necessário um diretor renomado para levar a história ao cinemas, e logo fechou com Wes Craven, que embora relutou em um 1º momento, aceitou assumir a direção do projeto desde que pudesse desenvolver mudanças artísticas geralmente impostas pelos estúdios, e o 1º fator que diferenciou pânico dos filmes de terror convencionais foi contar com um elenco de rostos relativamente conhecidos na época como Neve Campbell, David Arquete, Skeet Ulrich, Rose Mcgowan e Drew Barrymore mesmo que em um pequeno papel na abertura do filme.
Panico se inicia com a estudante Casey Becker (Drew Barrymore em plena ascensão nos cinemas após a carreira de atriz mirim e os posteriores problemas com drogas e álcool) na casa dos pais atendendo ao telefone e logo constatando tratar-se de uma chamado por engano, porem o telefone volta a tocar outras vezes e logo Casey percebe que trata-se de um engraçadinho querendo fazer piada, e até entra na onda até a pessoa no telefone dar mostras que sabia muito mais sobre a vida da estudante, após perceber pela janela que o tal malfeitor que falava ao telefone havia amarrado o seu namorado na varanda da casa, nesse ponto Casey já desesperada e aos prantos entra no jogo do assassino que tratava-se de perguntas sobre filmes de terror, logo teríamos a primeira aparição de ghostface (nome original da fantasia utilizada pelo assassino nos filmes da serie) nas telonas, que culminaria com o assassinato da jovem estudante e seu namorado, e a abertura do filme.
O posterior desenrolar da história acompanha a também estudante Sidney (Neve Campbell) e o seu grupo de amigos que estão inseridos no mesmo ambiente estudantil onde a recém-assassinada Casey e seu namorado estudavam, e claro o assunto do momento é o assassinato do jovem casal, a história logo se funde com o assassinato da mãe de Sidney que ocorrera 1 ano antes e a busca do assassino com a fantasia de ghostface pela jovem Sidney, logo temos uma história onde o grande mistério é quem seria o assassinato por trás daquela mascara em um cenário aberto a muitos suspeitos, e claro que em meio a isso muitas mortes interessantes ocorrendo pelas mãos de ghostface até o excelente e improvável desfecho.

Pânico ainda se estabelece como um dos grandes filmes do gênero tendo rendido mais 3 sequencias e popularizado a fantasia de ghostface e a mascara da morte que ainda é muito vendida e lembrada principalmente nas festas à fantasia e carnavais.
Mas talvez o grande mérito no roteiro de Kevin Williamson e mantido na direção de Wes Craven é a homenagear os grandes filmes de terror, não faltam referencias e citações as mais populares obras do gênero: Sexta-feira 13, Letharface (O massacre da serra elétrica), O exorcista, O silencio dos inocentes, A hora do pesadelo (que não poderia deixar de estar já que é uma obra do próprio Wes Craven), A morte convida para dançar, só para citar os mais relevantes, além de citações e uma longa sequencia onde o grupo de jovens em uma festa assiste ao ‘Halloween de 1978’ em uma clara homenagem a clássica obra de John Carpenter e o desempenho de Jamie Lee Curtis no mesmo filme, tal fato é interessante por estabelecer que pânico trata-se de uma espécie de filho dessas franquias, mostrando que o filme pautou-se em todas essas obras para ser desenvolvido.
O elenco de pânico foi escolhido a dedo e contou com o grande incentivo da Atriz Drew Barrymore que leu o roteiro em 1996 e logo ficou empolgadíssima em protagonizar a personagem Sidney, porem o conflito de agenda acabou fazendo com que Barrymore fizesse apenas a sequencia inicial como a estudante Casey Becker, porem o nome de Drew Barrymore atrelado ao desenvolvimento de pânico ajudou a fortalecer o elenco feminino do filme com Neve Campbell, Rose MCgowan e Courtney Cox que na época fazia sucesso com o seriado friends e ficou empolgadíssima com o papel da jornalista Gale Weathers, além dos jovens atores David Arquete, Skeet Ulrich e Mathew LIllard. Todos os envolvidos neste filme, até mesmo alguns nomes que só apareceram em filmes do final da década de 90 como Jamie Kennedy, conseguiram estabelecer carreiras sólidas em Hollywood sendo que a maioria continua na ativa até hoje, alguns em grandes produções, e a maioria em filmes de baixo orçamento.
Quem também deu as caras em uma pequena cena neste filme foi Liev Schreiber como o homem acusado de assassinar a mãe de Sidney, posteriormente em 1998 Schreiber reprisaria o mesmo personagem em pânico 2, desta vez como um dos protagonistas, e posteriormente retornou para pânico 3 desta vez em uma pequena cena na abertura do filme.
Panico estreou nos cinemas norte-americanos em 18 de Dezembro de 1996 tendo uma recepção de publico fraca, porem nas semanas posteriores ao seu lançamento os produtores assistiram a sua bilheteria quadriplicar, fazendo com que a Miramax ordenasse o relançamento do filme meses depois para arrecadar mais alguns milhões e estabelecer-se como um dos filmes do gênero mais bem sucedidos da história do cinema.
Não é nenhum exagero falar que pânico redescobriu o gênero do terror nos cinemas em uma época onde as grandes franquias de terror andavam esquecidas, e absolutamente nada de aproveitável do gênero era lançado já ha muitos anos, o filme de Wes Craven trouxe novo folego e deu um enfoque absolutamente novo aos filmes de terror cercado de um bom humor que nunca escrachava como muitos filmes do gênero fazia, e aliando-se de forma convincente ao clima pesado de assassinatos e desespero que rondava a fictícia cidadezinha de Wodsboro, o roteiro inteligente e ágil de Kevin Williamson faz com que o publico fique entretido a todo o momento e prega peças com um desfecho que poucos preveriam, claro que o bom desempenho do filme muito se deve ao seu elenco que traz jovens atores porem todos muito longe da sua primeira experiência nos cinemas, certamente o carisma de Neve Campbell como a protagonista Sidnei assim como a química e bom humor que os atores Courtney Cox e David Arquete emprestaram aos personagens Gale e Dewey ajudaram a eternizar o longa como um dos mais lembrados do gênero, 2 anos depois o trio retornou para protagonizarem o esperado pânico 2. 

Panico
titulo original: 1996
Diretor: Wes Craven
Elenco: Drew Barrymore, Roger Jackson (voz)
Kevin Patrick Walls, David Booth, Carla Hatley,
Neve Campbell, Skeet Ulrich, Lawrence Hecht
Courteney Cox, W. Earl Brown, Rose McGowan
Lois Saunders, David Arquette, Joseph Whipp
Matthew Lillard, Jamie Kennedy, Lisa Beach, Tony Kilbert
C.W. Morgan, Frances Lee, Liev Schreiber, Troy Bishop
Ryan Kennedy, Leonora Scelfo, Nancy Anne Ridder
Lisa Canning, Bonnie Wood, Aurora Draper, Kenny Kwong
Justin Sullivan, Kurtis Bedford, Angela Miller
Produção: Cathy Konrad, Cary Woods
Roteiro: Kevin Williamson
Fotografia: Mark Irwin
Trilha Sonora: Marco Beltrami
Duração: 111 min.
Ano: 1996
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Dimension Films / Woods Entertainment

terça-feira, 14 de maio de 2013

A NOIVA DE CHUCKY (1998)

O ano era 1998, e uma onda de filmes de terror de perfil jovem estava na moda, o sucesso da serie pânico que estava no seu 2º filme abria as portas para diversas produções do gênero, e uma onda de assassinos com nova roupagem estava fazendo relativo sucesso, filmes como eu sei o que vocês fizeram no verão passado, lenda urbana e a prova final mantinham o gênero muito bem aquecido nas bilheterias americanas e ao redor do mundo, e foi nesse ano que os produtores David Kirchner e Don Mancini acharam que era o momento certo de trazer de volta o clássico boneco assassino Chucky que fez grande sucesso no final dos anos 80 e inicio dos anos 90.
Embora a universal ainda fosse detentora dos direitos da serie brinquedo assassino, os executivos do estúdio não tinham a menor intenção de desenterrar a serie, já que a maior parte das franquias antigas andava caída no esquecimento e os estúdios apostavam em novos projetos.
Porem Dom Mancini se aproximou do estúdio com uma idéia original e bem diferente, trazer Chucky novamente em um filme de terror mas que ao mesmo tempo parodiasse a serie, introduzindo uma nova personagem que roubasse a cena do filme junto com Chucky, a universal ciente de que o custo baixo da produção valeria o risco resolveu apostar na idéia e em outubro do mesmo ano estreava a noiva de Chucky, produção que da continuidade a jornada do assassino Charles Lee Ray dentro do corpo de Chucky, porem desta vez seguindo por outros caminhos que não seriam a busca implacável atrás de Andy Barclays como nos filmes anteriores.
A noiva de Chucky se inicia dentro de um depósito de provas de grandes crimes da policia americana, e em suas primeiras cenas podemos ver refêrencias claras de filmes clássicos de horror dos anos 80 como as mascaras de Jason (sexta-feira 13) e Michael Myers (Halloween), muitos bonecos (o mestre dos brinquedos), a caixa do creepshow (creepshow), a moto-serra de Letharface (o massacre da serra elétrica) e a luva de garras de Freddy Krueger (a hora do pesadelo), fazendo alusão que Chucky esta inserido no mesmo universo dos filmes citados.
E nesse mesmo local um policial subtrai um saco que logo se mostraria ser os pedaços do que era o boneco assassino Chucky, esta cena respeita o desfecho do ultimo filme da serie: brinquedo assassino 3, quando Chucky é jogado por Andy Barclay em uma enorme hélice,  sendo totalmente despedaçado.
O policial aguarda alguém a quem provavelmente vai entregar os restos do boneco, e logo é morto por uma garota, que leva o saco e sai caminhando pelo galpão abandonado, nesse momento é mostrado o letreiro de a noiva de Chucky.
As cenas seguintes mostram Tiffany, a garota assassina costurando e retrabalhando o boneco Chucky, enquanto algumas matérias de jornais em seu trailer mostram recortes de jornais da época que Charles Lee Ray foi morto, e outros mostrando que um garoto afirmou que seu boneco estava possuído por Charles Lee Ray, clara referencia aos fatos ocorridos nos primeiros filmes da serie brinquedo assassino, alias um dos pontos mais interessantes deste filme, é que embora não seja exatamente uma sequencia de brinquedo assassino, procura se manter fiel a todos os acontecimentos que ocorreram nos filmes da serie.
Tiffany logo mostra ter um passado muito intimo com Charles Lee Ray antes do mesmo ter se aventurado como o boneco Chucky, e logo faz o ritual para trazer Chucky novamente a vida.
Em seguida aparece um conhecido de Tiffany bem ao estilo de Marylin Manson que só serviria para ser a primeira vitima de Chucky na cena em que o personagem da suas boas vindas, e o que se segue são cenas hilárias onde o boneco e Tiffany logo brigariam resultando na garota prendendo Chucky em um chiqueirinho para crianças.
Porem não demoraria para o boneco conseguir soltar-se e dar o troco na garota em uma cena bem divertida com o clássico a noiva de Frankstain passando passando na TV (excelente sacada do filme e referencia ao próprio titulo do filme) ao lado da banheira, a cena posterior mostraria Chucky fazendo um ritual que bizarramente transferiria a alma de Tiffany para a boneca presente na cena.
Posteriormente o filme acompanha o casal Jesse e Jade que mantem uma relação ás escondidas do tio (o clássico ator americano John Ritter) da garota que é chefe da policia local, porem Tiffany e Chuky armam uma cilada para que Jesse e Jade transportem os bonecos até New Jersey onde esta enterrado o corpo de Charles Lee Ray, e há em seus restos mortais um amuleto que fará com que os bonecos consigam transferir suas almas para o casal.
A noiva de Chucky foi um grande sucesso de bilheteria em 1998 tendo arrecadado R$ 50 milhões ao redor do mundo, sendo o filme mais bem sucedido da serie em questões financeiras, embora alguns fãs tenham reprovado veemente a questão de a noiva de Chucky abusar do humor, mesmo com este capitulo da serie mantendo-se  no seu conceito como um filme de horror.
Dentre as muitas ironias de a noiva de Chucky, uma das mais lembradas é o cartaz do filme que era uma clara parodia do cartaz principal do filme pânico 2 que na época era o rei absoluto do filmes de terror.
A grande receita para o sucesso de a noiva de Chucky foi exatamente pelo filme ser um grande espetáculo de horror e diversão, claro que ainda é o mesmo Chucky que vimos nos filmes anteriores, a inconfundivel voz de Brad Douriff não deixa duvidas disso, as piadas cretinas, e a ironia habitual de Chucky estão presentes em todas as cenas do boneco, porem não há como deixar de se divertir com cenas como Tiffany falando para Chucky o quanto estava ultrapassado assassinar usando uma faca ou em certo momento alguém citar o quanto o boneco Chucky era anos 80, em claras auto-parodias as origens da serie.
E certamente se Brad Douriff como de costume é o grande diferencial para o novo sucesso de Chucky, Jennifer Tilly também divide os holofotes de forma competente, dosando o humor e a violência na mesma dose que Chucky, dando vida a Tiffany nas formas humana e posteriormente como boneca, a química entre Tilly e Douriff fica claríssima, principalmente nas cenas onde os bonecos atuam juntos.  
Com uma direção segura, o cineasta chinês Ronny Yu consegue transitar facilmente entre cenas de horror seguidas de cenas hilárias como quando Chucky mata o clone de Marylin Manson e em seguida da as boas vindas a Tiffany, ou quando a boneca mata um casal com o espelho aéreo do motel e em seguida os bonecos tem sua cena romântica em cima dos corpos esquartejados em uma sequencia das mais bizarras e divertidas dos anos 90.
E se a noiva de Chucky acumulou muito mais acertos do que erros, um dos seus pontos fortíssimos consiste em sua trilha sonora que traz nomes de peso como judas priest, rob zombie, bruce dickson, motorhead, blondie, White zombie e slayer.
Outro fator bem marcante em a noiva de chucky foi o visual dark do boneco que neste filme aparece todo costurado, muitos fãs da serie que se seguiram cultuam até hoje este visual de Chucky, muitos também dizem ser mais assustador e conivente com sua condição de personagem clássico do horror.
Enfim, a noiva de Chucky trata-se de um filme divertidíssimo, e embora eu mesmo não aprove essa idéia de misturar terror e comedia em larga escala, tenho que admitir que neste retorno de Chuck aos cinemas no final dos anos 90 caiu muito bem ao personagem em um filme que acima de tudo respeita as origens da serie, infelizmente em 2005 a universal pictures repassou os direitos da serie para o estúdio rogue pictures que lançou o péssimo o filho de Chucky dirigido por Dom Mancini em seu pior momento a frente da serie.


A noiva de chucky
titulo original: Bride of Chucky
Diretor: Ronny Yu
Elenco: Jennifer Tilly, Brad Dourif, Katherine Heigl,

Nick Stabile, Alexis Arquette, Gordon Woolvett, John Ritter
Lawrence Dane, Michael Johnson.
Produção: Grace Gilroy, David Kirschner.
Roteiro: Don Mancini
Fotografia: Peter Pau
Trilha Sonora: Graeme Revell
Duração: 90 min.
Ano: 1997
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Universal Pictures