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segunda-feira, 4 de abril de 2011

DIA DOS NAMORADOS MACABRO (1981)

Dia dos namorados macabro, produção concebida em 1981 pela divisão canadense do estúdio Paramount trata-se de um dos mais inventivos Thillers Slasher dos anos 80, obviamente não obteve o sucesso comercial acentuado quanto ás franquias co-irmãs como sexta feira 13, halloween e por ai vai, mas pra quem gosta do gênero certamente é um dos filmes a serem sempre lembrados.
 
Seguindo a linha do que pipocava na época, o filme inicia-se com uma bizarra cena dentro de uma mina de pedra onde visualizamos duas pessoas com roupa e mascara de mineiro, logo vemos que trata-se de um casal que resolve descer ali para realizar ‘brincadeiras’ se é que você entende, porem o que aparentava ser uma cena quente acaba tornado-se um assassinato brutal e então somos apresentados ao titulo do longa, essa abertura de dia dos namorados macabro já nos de uma prévia do que podemos esperar nos próximos 90 minutos.
A premissa é básica, uma pequena cidade canadense chamada valentine bluff, todos os cidadãos e principalmente os jovens estudantes estão em polvorosa, pois é chegado o tão esperado valentines Day (dia dos namorados), após 20 anos sem ser realizado a cidade retorna com o centenário baile dos namorados, porem lembranças nada agradáveis começam a surgir no prefeito da cidade quando ele recebe uma romântica caixa de bombons em formato de coração e dentro dela ha um coração humano dilacerado transbordando sangue, o ato bizarro acompanhado de um bilhete avisando para que não seja realizado o baile dos namorados novamente e a morte de uma tradicional senhora que ajudava na realização do baile nesta mesma noite não deixaria duvidas no prefeito e seu amigo xerife. Harry Warden esta de volta!
 
Em meio a todo este clima tenso a historia ainda se importa em trabalhar seus personagens, dentre os animados jovens tem destaque o triangulo amoroso formado por TJ (Paul Kelman) o jovem filho do prefeito que retornara ha pequena cidade para trabalhar na mina novamente após uma malsucedida estada na cidade grande, Sarah (Lori Hallier) sua ex namorada que após ver TJ partir sem qualquer explicação hoje namora Axel (Neil Afleck) um velho amigo de TJ, alem deles há os estereótipos secundários de um slasher clássico (gordo bobalhão, garota devassa e por ai vai).      
Claro que La pelas tantas você se perguntara: quem diabos afinal é Harry Warden? e no momento propicio o roteiro não deixaria de narrar à triste tragédia  do mineiro através de um flashback onde há exatos 20 anos atrás na noite do baile dos namorados, um pequeno grupo de trabalhadores incluindo Warden continuava na mina, dois homens responsáveis por controlar o nível de gás metano da mina não se contiveram e resolveram abandonar seus postos para aproveitar o esperado baile, a mina acabou por explodir e todos os homens que ali estavam foram dados como mortos, semanas depois do acidente Harry Warden fora encontrado soterrado devorando o cadáver de um dos companheiros.
 
Perturbado após todos os acontecimentos Harry aguardou pacientemente sua recuperação e logo tratou de realizar sua vingança aos responsáveis pela tragédia na mina, vestiu sua velha roupa de mineração e matou violentamente os dois supervisores, após isso Warden sumiu do mapa e jurou vingança caso o tal baile voltasse a acontecer. Claro que La pelas tantas tudo será ‘magicamente’ revelado através do dono de um bar local.
Com os acontecimentos recentes e o risco de mais mortes com (o provável) Harry Warden a solta, o xerife da cidade resolve cancelar o baile dos namorados, claro que a noticia não é recebida bem pelos jovens anciosos em aproveitar o primeiro baile dos namorados de suas vidas, diante da situação TJ tem a idéia de utilizar o refeitório da mina como palco para a armação de uma festa fazendo a alegria do assassino que esta a solta, daí pra frente o que vemos é uma sucessão de mortes que se estendera até o desfecho do longa.
 
Obviamente dia dos namorados macabro visto e analisado hoje não fugira dos clichês batidos da época, aquela lenda contada pelo cara mais velho que ninguém acredita, o casal que sai pra fazer sexo e quando a coisa esquenta são mortos, o alivio cômico que terá uma morte violentíssima e daí poderia enumerar mais diversos clichês clássicos desta produção, na verdade o filme diferencia-se pelo trabalho realizado no roteiro, ao contrario do que convencionalmente vemos, aqui a tempo de nos familiarizarmos com os personagens, e algumas mortes são realmente sentidas e lamentadas, outro ponto positivo é a excepcional elaboração das cenas de morte, o diretor George Mihalka utilizou de uma originalidade fantástica para filmá-las, cenas como o corpo da velha senhora  já em fase de decomposição dentro da maquina de lavar, a garota que tem seu crânio fincado em uma torneira, o gordinho que morre através da arma de parafusos sem falar da hilária cena do velho contador de historias que arma uma armadilha para assustar os jovens e acaba por receber uma morte violentíssima, e tudo isso se maximizou ainda mais depois que fora relançado nos estados unidos em 2009 a edição sem cortes do filme, todas estas cenas citadas ficaram muito mais violentas do que já eram.
Outro ponto que desperta interesse em dia dos namorados macabro é a caracterização do assassino, a roupa e mascara de mineiro faz com que o personagem seja absolutamente irreconhecível e enigmático alem de despertar um real clima de horror nas vitimas, a sacada do diretor em deixar o telespectador acompanhar a respiração do assassino através do tubo de oxigênio da mascara torna mais real e intenso a aproximação do assassino, algo que se assemelha ao que John carpenter realizara em Halloween.



Por fim, dia dos namorados macabro faz parte de uma brilhante safra de slashers e sem duvida alguma fica muito acima da média comparada com produções da época, uma pena que o fraco marketing realizado na época tenha feito o filme estrear em poucas salas de cinema e assim jamais alcançar o sucesso que merecera, ainda assim é uma produção brilhante e cheia de méritos, em 2009 recebeu um remake em 3D até interessante, ainda assim filme original tem um clima bem mais tenso, pra quem já conhece o filme das antigas e ainda não conferiu o uncut (edição sem cortes) do longa deve ter uma sensação bem legal, pois ficou bem mais violento e interessante.




Dia dos namorados macabro
(My bloody valentine) 1981, Canada
diretor: George Mihalka
roteiro: Stephen Miller
elenco: Paul Kelman (Jessie “T.J.” Hanniger); Lori Hallier (Sarah); Neil Affleck (Axel Palmer); Keith Knight (Hollis); Alf Humphreys (Howard Landers); Cynthia Dale (Patty); Helene Udy (Sylvia); Rob Stein (John); Tom Kovacs (Mike Stavinski); Terry Waterland (Harriet); Carl Marotte (Dave)

ZOMBIE (1979)

Dentre as grandes produções de zumbis realizadas na historia do cinema, esta modesta porem inteligente produção do cineasta Lucio Fulci pertencente á era de ouro do magnífico cinema de horror italiano das décadas de 70 e 80 merece destaque.
Batizado em seu país de origem no lançamento como ‘zombi 2’ e posteriormente aqui, na era VHS como zumbi 2, no reino unido como ‘zombie flash eaters’ ou simplesmente sob o titulo norte-americano de ‘zombie’ enfim, esta pequena obra prima fora relegada durante muitos anos como mera copia barata do clássico modernista sobre zumbis de George Romero dawn of the dead (despertar dos mortos), com o passar dos anos criou tendências e galgou seu espaço sendo hoje considerado precursor da maneira como vemos os zumbis clássicos do gênero.
A trama gira em torno da garota que une um grupo de pessoas até a Ilha de Matuul com o objetivo de encontrar o pai cientista desaparecido no Caribe, no entanto eles se deparam com um batalhão de zumbis e precisarão da ajuda do Dr. Menard, um missionário médico da ilha, que conta a eles sobre uma maldição vodu que caiu sobre o local, matando muitos nativos, e trazendo-os de volta à vida como zumbis.
 
A grande falha cometida em ‘zombie’ ou melhor, pelos medíocres produtores que lançaram a obra nos cinemas italianos em 1979 fora subestimar a originalidade e poder de fogo que ‘zombie’ por si só poderia provocar nos cinemas, a questão é que no ano anterior (1978) fora lançado na Itália o já citado despertar dos mortos com o titulo: ‘zombi’ obtendo uma excelente média de publico para os padrões da época, empolgados com o desempenho da obra de Romero os produtores fizeram a cretinice de lançar o filme de fulci sob o enganoso titulo de zombi 2 ao fim de aludir o publico em tratar-se de uma sequência de ‘despertar dos mortos’ de George |Romero, o que até deu certo na Itália porem relegou o titulo de fulci as traças durante décadas a fio.
Apesar da picaretagem dos produtores, a projeção de zombie na America de norte veio a influenciar toda a próxima geração de filmes sobre zumbis que passaram a tratar os mortos vivos com a aparência putrefata e o corpo altamente mutilado dando aquela aparência de zumbi do 1º jogo da serie residente evil.



Assim como boa parte das produções da época, zombie também sofreu com a censura pesada nos cinemas ao redor do mundo, após as primeiras exibições na terra de origem o longa de Fulci passou muitas décadas tendo veiculação proibida no reino unido, vindo a ser lançado alguns anos mais tarde na Inglaterra sob o titulo de ‘zombies flash eaters’ tratativa semelhante também ocorrera na Ásia e Austrália, no Brasil o longa deu as caras no inicio dos anos 80 em uma versão pra lá de picotada, apenas nos anos 90 uma versão do VHS norte americano circularia por aqui, o calvário de zombie no reino unido só veio a terminar recentemente em 2005 quando fora liberado uma versão ‘uncut’ que posteriormente seria o DVD definitivo autorizado pelo próprio Lucio Fulci.

 

Considerando as obvias limitações técnicas e as jogadas tiradas diretamente do roteiro de despertar dos mortos como o desfecho nova York pós apocalypse, Zombie é um divertido e violento longa que merece seu lugar de destaque na historia do cinema, a cena onde o zumbi puxa os cabelos da garota até atolar seus belos olhos em uma enorme lasca de madeira já valeria o filme com toda a certeza.



zombie (Zombie, Itália, 1979. 91 minutos) 
Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Dardano Sacchetti e Elisa Briganti
Produção: Fabrizio De Angelis e Ugo Tucci
Música: Fabio Frizzi e Giorgio Tucci
Elenco: Tisa Farrow, Ian McCulloch, Richard Johnson, Al Cliver, Auretta Gay, Olga Karlatos, Stefania D'Amario, Lucio Fulci


PROM NIGHT 'A MORTE CONVIDA PARA DANÇAR' (1980)

Muito alem de grandes filmes de horror os anos 80 também ficaram marcados pela criação de grandes franquias do mesmo gênero, sexta feira 13, a hora do pesadelo, hellraiser, e por ai poderíamos citar varias outras. Um dos grandes filmes que foram concebidos nesta época e vieram a se tornar uma franquia de relativo sucesso tem seu pontapé inicial neste prom night (ou se preferirem: 'a morte convida para dançar' seu titulo brasileiro no VHS distribuído pela 'globo video' ainda nos anos 80), horror independente filmado pelo estúdio canadense avco embassy em 1980, prom night não é uma obra prima do gênero, e até peca bastante na historia cheia de buracos em seu fraco roteiro e na qualidade técnica, ainda assim o filme merece seu destaque devido aos aspectos históricos que viria a acompanhá-lo nos anos que se passaram.
 
Produção modesta como já dito, o filme buscou fortalecer-se através do elenco, e quem melhor do que a já na época grandiosa scream queen (rainha do grito) Jamie Lee Curtis dos ótimos Halloween e Halloween 2 para encabeçar o elenco do terror?, Pois é o diretor Paul lyncy acertou na escolha e junto de um elenco de jovens desconhecidos conta a historia de sete crianças que numa brincadeira dentro de um convento abandonado acabam ocasionando a morte de uma delas, com o evento ocorrido elas selam um pacto de silencio para encobrirem o fato, a primeira boa curiosidade de prom night já pode ser conferida logo nesta cena inicial quando o tenente Reymond rammond chega ao local para analisar o crime, tudo ok se não fosse o fato de testemunharmos o eterno comediante Leslie Nielsen de apertem os cintos o piloto sumiu, corra que a policia vem ai e tantos outros neste papel (e reparem, com os mesmos cabelos brancos) confesso que me espantei com a aparição do futuro comedy simboll na historia, acredito que o ator não deve ter se adaptado a papeis sérios, pois nielsen já havia filmado planeta proibido anos antes e em 1983 estrelou o também horror creepshow de George Romero, depois só comedias (que acredito ser mais a cara dele mesmo) enfim, após o fato finalmente somos apresentados ao elenco atual que da vida as crianças da cena inicial em sua fase atual como adolescentes ansiosos pelo esperado baile de formatura, daí a projeção da vida ao quebra cabeças, em meio aos preparativos para o baile todos os envolvidos no crime seis anos antes passam a serem aniquilados um a um.
 
Por muitas vezes prom night fugiu completamente da idéia que seria um suspense voltado ao terror e perde completamente foco, fato este que começa a ficar nítido ao iniciar-se o tal baile de formatura, devido à projeção ser filmada no final dos anos 70 obviamente o filme teve a costumeira influencia da disco febre (discotecas a La John Travolta em embalos de sábado à noite) portanto seria normal tal influencia em roupas e musicas, porem o diretor Paul Lynch por vezes parece ter se empolgado com a idéia e tentar transformar a projeção em uma mistura de embalos de sábado à noite com Halloween, isso fica nítido em uma tomada inteira que dura cerca de quatro minutos envolvendo uma dança entre a protagonista curtis e o bom moço da vez interpretado pelo fraco ator casey stevens, pra completar ao final a tomada se estende ao baile todo e tudo vira uma grande festa (confesso que já estava esperando a aparição do Abba), enfim como havia um assassino a solta matando em todos os cantos obviamente o foco não poderia ficar apenas ali, e neste mesmo tempo é que prom night concede uma das cenas em que eu mais me divirto, como não poderia faltar o ‘obvio’, um casalzinho resolve estacionar o furgão no meio do mato para se divertirem, logo depois, tudo sob os olhares atentos do assassino, o gordinho que serve como alivio cômico saca um livro de historia, é então que a garota pergunta:
- e isso é hora para estudar?
Então nosso glorioso ‘alivio cômico’ abre o livro que... tchan... guarda dentro um compartimento onde o mesmo esconde seus cigarros de maconha, esta cena é divertidíssima e pra melhorar mais ainda nosso assassino da vez se revela neste momento matando a garota de forma totalmente bizarra, a cena soa mais engraçada do que sarcástico propriamente dito 1º porque o som de fundo com os acontecimentos continua sendo o radio do carro, e segundo porque o assassino mostra-se como um paspalho vestindo aquelas clássicas roupas de ninjinhas pretas bem ao estilo dos vilões de bradock e outras clássicas e pitorescas produções do gênero, confesso que depois desta cena chutei o balde geral, mas enfim, levando em consideração os aspectos técnicos e obviamente não levando em consideração o roteiro, prom night tem muitos motivos pra ser considerado um dos grandes e memoráveis filmes de sua geração.
 
O filme gerou uma longínqua franquia que foi se perdendo completamente com o tempo, prova disso é que cada uma delas passa a contar uma historia diferente da outra tendo pouquíssimos pontos em comum, em 2008 o estúdio screen geens lançou um remake intitulado de prom night (a morte convida para dançar no Brasil) e adivinhem a surpresa: a historia não tem qualquer relação com este longa original e quiçá suas fracas seqüências.
Nota – prom night foi exibido nos canais televisivos por aqui com o titulo: baile de formatura, e suas seqüências igualmente.


A morte convida para dançar(Prom Night , Canadá, 1980).

Duração: 90 minutos.
Direção: Paul Lynch
Roteiro: William Gray; Robert Guza Jr.
Produção: Peter R. Simpson; Richard Simpson
Elenco: Leslie Nielsen (Sr, Raymond Hammond); Jamie Lee Curtis (Kim Hammond); Casey Stevens (Nick McBride); Anne-Marie Martin (Wendy Richards); Antoinette Bower (Sra. 'Vi' Hammond); Michael Tough (Alex Hammond)