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domingo, 23 de junho de 2013

JOVENS BRUXAS (1996)

Filmes envolvendo bruxas nunca foram novidade nos cinemas, as temidas magas do mal vira e mexe protagonizam diversas produções, como os ótimos ‘as bruxas de eastiwick’ e ‘Elvira a rainha das trevas’ no inicio dos anos 80, passando pelo divertido convenção das bruxas e contrastando com o impactante: as bruxas de Salem. Nos últimos anos as bruxas voltaram com tudo em produções boas e outras péssimas como o ótimo arraste-me para o inferno e o infame ‘dezesseis luas’ que nitidamente pega carona no recente conceito criado pela juvenil saga crepúsculo.
Recentemente assistindo nos cinemas ao péssimo ‘João e Maria – caçadores de bruxas’ me recordo como se fosse hoje de um comentário da bruxa líder e grande vilã do filme interpretada pela belíssima Famke Janssen fazendo um comentário mais ou menos assim:
- Vocês esperavam por uma bruxa horrível não é? Mas os tempos mudaram.
Ou seja, a produção se vangloriava com o conceito de que traz bruxas más na pele de belas atrizes, ao ouvir este comentário imediatamente me veio à cabeça um filme que havia alugado na locadora em meados de 1997 e que me trazia ótimas lembranças, para ter certeza que não estava tendo devaneios assisti novamente a esta produção há uns dias atrás e a minha grata surpresa é que o filme realmente é esplendido, e prendeu minha atenção do inicio ao fim. O filme em questão trata-se de ‘jovens bruxas’ (the craft), produção lançada nos cinemas americanos em Maio de 1996 e no final do mesmo ano nos cinemas brasileiros, embora tenha adquirido certa notoriedade no país em seu lançamento em VHS em 1997. 
A trama acompanha a jovem Sarah Bailey (Robin Tuney) que se muda com a família para Los Angeles. Apresentando sérios problemas de relacionamento, no 1º dia de aula na nova escola Sarah aproxima-se de três garotas góticas que a principio também não demonstram grandes dotes de sociabilidade, porem uma das jovens nota que Sarah tem habilidades paranormais e resolve dar uma chance para a garota se enturmar com o trio.
Ao mesmo tempo que se aproximou das garotas, Sarah envolveu-se em um relacionamento de alguns dias com Chris (Skeet Ulrich) e acabou sendo extremamente magoada.
A proximidade das três amigas com a magia e o ocultismo acabou envolvendo Sarah que com sua força sobrenatural acabou por criar poderes nas garotas que tornaram-se bruxas e tiveram seus ritos atendidos.
Porem quanto mais cada uma delas experimentava os benefícios dos seus desejos e poderes, mais utilizavam a magia para finalidades negativas, e Sarah passou a perceber o que estava acontecendo, porem as coisas começaram a tomar proporções incontroláveis e após Nancy (Fairuza Balk) invocar uma força maligna, passa a perseguir Sarah em um embate que certamente não terminaria bem para um dos lados.
Jovens bruxas na época empregou efeitos especiais de ponta sendo produzido pelo estúdio recém-inaugurado da Sony Technologies e ajudou a divulgar juntamente com indivíduos como Marylin Manson o conceito gótico que foi moda para grupos de jovens na época, tornando popular comportamentos ligados ao paganismo e a bruxaria, especialmente Wicca.
Embora não tenha tido um grande lançamento por parte da columbia pictures, jovens bruxas foi bem sucedido dentro do que o estúdio esperava e o seu lançamento no mercado de home vídeo e posteriormente dvd acabou mais do que dobrando o faturamento total da produção.
Embora nos dias atuais jovens bruxas não tenha deixado um legado significativo, virado franquia ou lançado alguém que se tornou uma megaestrela (afinal a protagonista Robin Tuney hoje faz ponta em algumas series como the mentalist e prision brake), o filme conquistou uma legião expressiva de fãs, o que pode ser notado em uma rápida pesquisa na internet, e até hoje é referencia para os cultuadores do ocultismo e bruxaria já que muitos detalhes que o filme buscou são baseados em crenças e práticas neo-pagãs.
Visão pessoal: Embora valha ressaltar que em uma assistida hoje em dia, muitos aspectos de ‘jovens bruxas’ ficou muito anos 90 (o que é plausível por questões obvias), o filme acumula muito mais aspectos positivos do que negativos. O seu roteiro tem poucos buracos para um filme do gênero, e a trama faz questão de acompanhar a história de cada uma das protagonistas, fazendo com que o publico entenda as dificuldades e motivações de cada uma delas, o que torna a história muito mais real e intensa, e as atuações de Robin Tuney como a protagonista Sarah e Fairuza Balk como a antagonista Nancy roubam a cena.
Curiosidades:
Embora façam parte do 1º escalão no elenco de jovens bruxas, Neve Campbell e Skeet Ulrich que neste filme interpretam respectivamente uma das amigas e o interesse romântico da protagonista, no final do mesmo ano ambos protagonizariam ‘pânico’ que tornaria-se sucesso absoluto, e este sim uma grande franquia no que restou da década de 90 e referencia para filmes de terror até os dias atuais.
Em 1998, 2 anos após o lançamento deste filme, o canal americano Warner Brothers estreou uma serie televisa chamada 'Charmed' que era centrada em 3 jovens bruxas porem irmãs, o fator mais curioso é que a serie em suas primeiras temporadas utilizou como tema de abertura uma versão da canção How son is now? dos smiths que havia sido gravada pela banda Love Spit Love justamente para este filme. Será que a serie charmed (que tambem curiosamente foi intitulada de jovens bruxas no Brasil) se inspirou neste filme? eu creio que 100%.   
Resumindo, Embora seja um filme que divida opiniões, jovens bruxas passa muito longe de ser um filme ruim, e merece ser conferido nos dias atuais por novas gerações, diria que se já não é um filme cult, certamente deve adquirir este status em um futuro próximo.


Jovens bruxas

Titulo original: The craft
Direção: Andrew Fleming
Roteiro: Andrew Fleming, Peter Filardi
Elenco: Breckin Meyer, Christine Taylor,
Fairuza Balk, Neve Campbell, Rachel True,
Robin Tunney, Skeet Ulrich
Produção: Douglas Wick
Fotografia: Alexander Gruszynski
Trilha Sonora: Graeme Revell
Duração: 101 min.
Ano: 1996

sábado, 22 de junho de 2013

PANICO 2 (1997)

A sequencia de pânico era algo certo após o boom do 1º nos cinemas americanos ao final de 1996 e principalmente no inicio de 1997, a excelente receptividade do publico e a boa resposta da crítica credenciaram a Miramax a apostar alto nas filmagens de uma sequencia quase que imediatamente aos bons resultados de pânico nos cinemas, imediatamente o diretor Sam Raimi e o roteirista Kevin Wllianson foram convocados pelo estúdio para começarem o esboço do 2º filme, e o passo seguinte foi garantir o retorno do trio de atores Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette que foram estabelecidos na trama de Kevin Willianson como os protagonistas da serie e retornaram a trama após um cache considerável e a garantia de que os seus personagens teriam relevância na trama.
Pânico 2 estreou nos cinemas americanos e posteriormente mundialmente em dezembro de 1997, desta vez a Miramax fez questão de garantir um lançamento em grande escala do filme, além de ter investido pesado na campanha de marketing e divulgação do filme, pânico 2 foi uma das estreias mais esperadas do ano de 1997, lotou as salas de cinema e gerou grande expectativa, muito embora o filme como a grande maioria das sequencias não faça jus a obra original.
Para fortalecer o elenco de pânico 2 a Miramax fez questão de trazer um elenco de peso razoável na época para ajudar a compor a história, atores jovens que despontavam na época fazem participações interessantes como Sarah Michelle Gellar e Jerry o’connel. Jada Pinkett e Omar Epps também participam na boa cena de abertura do filme que até empolga no inicio e Liev Schreiber que fez uma participação nanica no 1º filme, retorna ao papel de Cotton Weary porem desta vez o seu personagem tem importância crucial na trama.
A pouco criativa sequencia de pânico inicia com uma cena bem legal dentro de um cinema em uma clara paródia dos acontecimentos do 1º filme (que viraram um filme dentro de ‘panico 2’ chamado de Stab (a punhalada) ) e logo foca novamente na personagem central da serie: Sidney Prescott (Neve Campbell) que após os acontecimentos em Wodsboro tenta levar uma vida normal como uma universitária na fictícia cidade de Windsor, porem a recente morte do casal de universitários dentro de um cinema local reforça os rumores que alguém esta tentando replicar os acontecimentos de Wodsboro 2 anos antes.
Em contrapartida Gale (Courtney Cox) segue como jornalista, agora renomada após lançar um livro sobre a chacina em Wodsboro, e os direitos de sua obra tornado-se um filme (stab), logo Gale, Sidney e o policial agora aposentado Dewey (David Arquette) terão seus destinos traçados novamente com o real surgimento de um assassino que novamente se veste de ghostface e literalmente quer tocar o terror.
Pânico 2 tenta claramente trazer elementos claros do filme original, novamente há por aqui citações de grandes obras de horror como no 1º filme, porem a moda em pânico 2, sustentando a pretensão de ser uma autoparodia de sua criação, é a citação a sequencias com comentários que ressaltam quando o 2º foi melhor que o 1º como o exterminador do futuro 2 e Aliens o resgate.
Embora Kevin Willianson tenha trazido para pânico 2 um universo totalmente diferente da pacata Wodsboro do 1º filme, e inserido uma leva de novos personagens como o inocente namorado de Sidney, Derek (Jerry o’connel), a amiguinha inseparável da mesma, Hallie (Elise oneal) o alter-ego jornalístico de Gale, Debbie Sal (Laurie Metcalf) a rainha da fraternidade, Cici (Sarah Michelle Gelar) o estudante obcecado por filmes e teorias malucas Mickey (Timothy Olyphant) e o tipo igual ao anterior e sobrevivente do 1º massacre em Wodsboro, Randon (Jamie Kennedy em uma participação que não durou muito e rendeu uma das poucas cenas de morte criativa). A grande maioria desses personagens serve apenas para engrossar a lista de suspeitos dos crimes e posterior banquete para as mortes que ocorrem durante a trama, quem realmente conduz todo o filme e fica acima de qualquer suspeita é o trio principal Neve Campbell, Courtney Cox e David Arquette, o único personagem que após o termino do filme fica claro que se destacou junto dos 3 atores é Liev Schreiber com o retorno do personagem Cotton, que após se livrar das acusações de ter assassinado a mãe de Sidney no 1º filme, tornou-se uma espécie de ex-participante de Big Brother, procurando a todo custo os seus 15 minutos de fama.
O roteiro de pânico 2 além de ter sido escrito as pressas por Kevin Willianson devido à pressão da Miramax para o lançamento do Thriller nos cinemas no final de 1997 e o curto tempo entre a pré-produção e as filmagens, também sofreu com sabotagens. Durante as filmagens do longa diversos meios de comunicação divulgaram detalhes chaves da trama e até mesmo os assassinos que originalmente seriam o namorado de Sidney, Derek acompanhado de sua melhor amiga na trama, Halley, porem essas revelações obrigaram Willianson a reescrever diversas paginas do roteiro e filma-las quase simultaneamente, a precaução passou a ser tamanha que os atores filmaram muitas das cenas principais da trama nas ultimas tomadas, poucos dias antes do termino geral das filmagens, o curto tempo de programação entre roteiro e filmagens possibilitou que o próprio diretor Wes Craven agregasse muitas questões criativas à produção.
Curiosidade bizarra:
Se stab, que é o filme fictício dentro de ‘pânico 2’ fosse uma produção de verdade, já poderíamos dizer que teve pelo menos 3 nomes em seu elenco que hoje são rostos conhecidos, Heather Graham, Luke Wilson e Tore Spelling viriam a participar de diversas produções razoáveis nos anos seguintes (principalmente Wilson e Graham).
Pânico 2 estreou nos EUA em 12 de dezembro de 1997 e posteriormente em Março do ano seguinte no Brasil e teve uma bilheteria monstruosa, contabilizando um total de R$ 172.363.301 em todo o mundo, sendo o 7º filme de terror da história a ultrapassar a barreira dos 170 milhões de dólares em bilheteria além de ter sido o filme de terror mais assistido nos anos de 1997 e 1998 a ainda por cima ter o titulo póstumo de grande produção de critica e publico do gênero horror na década de 90 é mole?
Visão pessoal
Se formos analisar questões comerciais, acredito que pânico 2 foi a sequencia de um filme de terror mais bem elaborada do ponto de vista de uma estratégia de marketing nos cinemas, e acertou em cheio trazendo o trio principal do filme original e ainda se dando bem com nomes despontando na época como Sarah Michelle Gelar e Jerry o’Connell, e destaques como o personagem de Liev Schreiber. Também se aproveitou de uma velha estratégia em Hollywood que é não deixar a poeira do sucesso baixar, já que foi lançado exatamente um ano depois do filme original, as pessoas estavam sedentas em ver ghostface novamente derramando sangue alheio, e com um orçamento muito superior ao filme original (já que pânico 2 passava muito longe de uma aposta como haverá sido o filme original) e uma massiva campanha e apoio da MTV gringa, o filme atingiu o sucesso mais do que esperado.
Analisando pânico 2 do ponto de vista de um filme de terror eficiente, creio que ficou muito abaixo da expectativa, 1º porque a protagonista principal Sidney Prescott parece não ter aprendido com os erros do 1º filme, sempre mantendo a postura frágil e amedrontada, o seu par na história Derek também parece um peixe fora d’agua na história e a sua melhor amiga Halley desde sua 1º cena deixa claro que esta na história apenas para encher linguiça e morrer no momento oportuno como tantos outros neste filme, definitivamente os personagens não demonstram qualquer carisma, diferente do 1º filme onde até mesmo a dupla de assassinos demonstrava perfis diferentes e doentios ao mesmo tempo, e novamente quem consegue dar algum ar da graça na história é o casal formado por Dewey e Gale além do famigerado Cotton.

Resumindo, além de uma ou outra cena interessante como a perseguição de ghostface a Gale dentro de um estúdio de áudio e a cena onde Gale e Dewey perseguem pessoas com celulares em busca de achar o assassino em um parque a luz do dia terminando com a bizarra morte de Randon dentro da van, pânico 2 mostra-se extremamente previsível e lembrando uma sombra do que foi o filme original, tentando se sobressair nas cenas copiosas do 1º filme, mas quase sempre topando com o obvio, ainda assim as criticas na época foram bastante positivas e há até mesmo quem diga que este filme superou o original, cada louco com sua loucura. 


Panico 2
Titulo original: Scream 2
Gênero: Terror
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
ano: 1997
Elenco: Adam Shankman, Angie Dillard, Anne Fletcher, Carmen M. Chavez, Christopher Doyle, Cornelia Kiss,Courteney Cox, Craig Shoemaker, Daniel K. Arredondo, Dave Allen Clark, David Arquette, David Warner, Duane Martin, Elise Neal, Erik Hyler, Greg Meiss, Heather Graham, Jack Baun, Jada Pinkett Smith, Jamie Kennedy, Jason Horgan, Jennifer Weston, Jerry O'Connell, Joe Washington, John Embry, John Patrick, Joshua Jackson, Kevin Williamson, Kris Andersson, Lance MacDonald, Laurie Metcalf, Laurie Sposit, Lewis Arquette, Liev Schreiber.

sábado, 8 de junho de 2013

EU SEI O QUE VOCÊS FIZERAM NO VERÃO PASSADO (1997)

Quando analisamos as produções de terror realizadas nos anos 90 certamente ‘eu sei o que vocês fizeram no verão passado’ trata-se de um dos filmes que podem ser destacados como boas produções que contaram com a aprovação do publico de um modo geral.
Baseado no livro com mesmo nome de 1973 do autor americano Louis Duncan, a história narra um grupo de 2 casais amigos que comemoram a noite do feriado americano de 4 de julho em sua cidade natal, prestes a ingressarem na faculdade e entrarem na fase adulta, após uma romântica estada noturna na praia os casais retornam para casa, porem no percurso acabam acidentalmente atropelando um pedestre.
No desespero momentâneo, entre socorrer a vitima que estava desacordada e arcar com as consequências que poderiam ser bem rígidas pelas leis dos EUA, o grupo de jovens decide em quase comum acordo que a saída seria jogar o corpo da vitima no mar, e após o fato consumado fazem um juramento que aquele fato ficaria escondido para sempre, porem 1 ano depois a jovem Julie (Jennifer Love Hewwit) recebe uma carta com a frase titulo do filme, e dai para frente o grupo de jovens seria mortalmente perseguido para pagarem pelo que tentaram esconder 1 ano antes.
‘Eu sei que vocês fizeram no verão passado’ foi escrito as pressas pelo roteirista e produtor Kevin Willianson que após o sucesso de pânico em 1996 foi procurado pelo estúdio Mandalay para roteirizar e produzir um terror jovem envolvendo um serial killer nos moldes do seu recente sucesso do ano anterior, a pedido da columbia pictures que bancou 100% dos custos da produção. Nesse período Willianson teve que se desdobrar, pois trabalhava incansavelmente nos roteiros de pânico 2 e 3 encomendados pela miramax além de intercalar o roteiro e a produção deste filme e a serie de tv Dawson creek para a columbia television.
‘Eu sei o que vocês fizeram no verão passado’ também é muito lembrado pelo fato de ter lançado ao estrelato a carreira de 5 jovens atores, como na época a columbia pictures pretendia ter um custo mínimo com o elenco do filme, decidiu apostar em atores que onerassem custos irrelevantes dentro do orçamento do filme, o posterior sucesso do longa ajudou a alavancar a carreira do quarteto principal nos anos seguintes: Jennifer Love Hewwitt ganhou papéis de destaque em filmes como a adaptação nas telonas de Garfield e o terno de um milhão de dólares. Ryan Phillippe atuou em filmes com grande apelo comercial como segundas intenções, crash – no limite e até mesmo conseguiu uma inusitada indicação ao Oscar por assassinato em gosford park. Freddie Prinze Jr ganhou destaque no final dos anos 90 com comédias românticas como louco por você, mais tarde protagonizando a versão live action de scooby-doo ao lado da sua hoje esposa Sarah Michelle Gellar, a integrante deste elenco que obteve mais sucesso, posteriormente estreando a serie ‘Buffy – a caça vampiros’ como a protagonista além de participar de outras produções memoráveis como pânico 2. até mesmo Ane Heche que fez um pequeno papel aqui, rumou para papeis de mais destaque no remake de psicose e seis dias e sete noites.
Resumo: Embora esta produção recorra claramente a diversos clichês do gênero, e se comparado diretamente ao seu ‘criador’ pânico seja extremamente inferior em todos os aspectos, certamente o diretor Jim Gilesppie em parceria com o sempre eficiente Kevin Wilianson souberam dosar o filme com características bem peculiares dos anos 90, e com a ajuda do quarteto principal que passa expressão em seus personagens facilitou a tarefa de ‘eu sei o que vocês fizeram no verão passado’ não só atingir um expressivo sucesso de publico nos cinemas de todo o mundo, além de possibilitar o filme ser sempre lembrado como uma excelente opção em seu gênero, além de ajudar a desenterrar o gênero de slasher movies do extenso cemitério de Hollywood no final dos anos 90.
Observão: como o desfecho deste filme já sugeria, no ano seguinte a esta produção a Mandalay novamente em parceria com a columbia lançaram a dispensável sequencia direta: eu ainda sei o que vocês fizeram no verão passado, que apenas substituiu o casal formado por Ryan Phillipe e Sarah Michelle Gelar, colocando os personagens de Jennifer Love Hewitt e Freddie Prinze Jr em novos apuros desta vez ambientado em uma viagem de férias dos 2 casais, em 2006 quando todos achavam que a franquia já estava definitivamente enterrada a divisão da columbia através da sony pictures lançou uma terceira parte que foi intitulada no Brasil como: eu sempre saberei o que vocês fizeram no verão passado, filme que sequer tinha qualquer relação com os acontecimentos dos filmes anteriores, alguns ainda tem coragem de considerar esse ultimo filme e chamar a serie de ‘trilogia’, eu obviamente não me incluo nessas pessoas.




Eu sei o que vocês fizeram no verão passado
titulo original: I know what you did the last summer
Gênero: Terror
Direção: Jim GillespieRoteiro: Kevin Williamson
Elenco: Anne Heche, Bridgette Wilson, Dan AlbrightDeborah Hobart, Freddie Prinze Jr., J. Don FergusonJennifer Love Hewitt, Johnny Galecki, Lynda ClarkMary McMillan, Muse Watson, Rasool J'Han, Ryan Phillippe
Sarah Michelle Gellar
, Stuart GreerProdução: Erik Feig, Neal H. Moritz, Stokely ChaffinFotografia: Gary Wissnera
Ano: 1997

domingo, 2 de junho de 2013

A COISA (1985)

Sempre tem aqueles filmes que a gente assiste na infância e fica marcado eternamente na memória, na maioria das vezes você assistia e pensava: puts que filme da hora, e depois de alguns anos quando assiste novamente sob um olhar mais amadurecido analisa e chega à conclusão: não era tudo isso que eu achava, mas ainda assim é uma história interessante. Esse é o caso de ‘a coisa’ também bastante conhecido como ‘the stuff’ seu titulo original.

Recordo-me como se fosse hoje que no inicio da década de 90 esse filme passou inúmeras vezes no extinto cinema em casa do SBT, e eu sempre que podia assistia, ou seja: quase todas as vezes que repetidamente reprisava esse pequeno clássico produzido pela New World Pictures, produtora acostumada a desenvolver produções de baixo orçamento que envolviam características de terror e comédia, a maioria de seus filmes ficou em um esquecimento eterno, porem outros como Piranha e corrida da morte ano 2000 seguiram crescendo como clássicos contemporâneos.
A criativa história inicia com um homem descobrindo uma substancia cremosa borbulhando do chão, ao experimentar o condimento percebe que trata-se de uma massa agradável que se assemelha a um iogurte ou sorvete, mais tarde a história avança com um grupo de industriais que contratam David (Michael Moriaty), um ex-agente do FBI que tornou-se um sabotador industrial, sua missão e descobrir do que se trata o tal the stuff que surgiu no mercado e rapidamente tornou-se febre de consumo entre a população dos EUA prejudicando diretamente as vendas de sorvetes, iogurtes e derivados no mercado.
Ao aprofundar suas investigações David logo descobre que o tal the stuff tinha segredos muito maiores envolvendo sua origem, e entra em uma espécie de teoria da conspiração ao lado de Charlie (Garret Morris), ambos acabam descobrindo que o stuff na verdade é um parasita que ao ser ingerido pelo ser-humano passa a controlar o seu cérebro transformando a pessoa em uma espécie de zumbi alimentando-se do seu cérebro e órgãos deixando o corpo humano oco (realmente inacreditável não?).
Ao mesmo tempo o garoto Jason (Scot Bloom) também percebe que a sobremesa tem vida e percebe o quanto a mesma afeta a sua família que consome o stuff exageradamente,  logo o garoto seria resgatado por David e completaria o trio de heróis junto com Nicole (Andrea Marcovicci) que depois de ser a criadora da campanha de marketing que ajudou a popularizar o stuff, passa a combater a sobremesa-alienígena além de servir como par romântico de David.
O elenco de ‘a coisa’ é um dos pontos que dão sustentação a maior parte do filme e até mesmo ajudam a engolir os muitos buracos do roteiro, a começar pelo veterano protagonista Michael Moriaty que sempre foi figura conhecida na TV americana tendo realizado series como holocaust no fim dos anos 70 diversos filmes para a TV como The winds of kitty hawk, o ator consegue transitar bem entre a seriedade e o humor conseguindo ser uma figura carismática dentro do filme, já o seu par romântico interpretado por Andrea Marcovicci que tinha contracenado recentemente no sucesso ‘os eleitos’ não faz mais que o obvio, alias a química entre ela e o personagem de Moriaty é extremamente forçada, do nada o casal passa a se beijar a agir como se conhecessem há anos sendo que haviam acabado de estar juntos, ah se a vida fosse assim...
Mas as grandes apostas da New Word para emplacar o sucesso de ‘a coisa’ foram às presenças do na época popular comediante do Saturday Night Live, Garret Morris e o veterano ator Paul Sorvino que interpretou o durão coronel Spears, além de uma pequena participação do também veterano Danny Aiello.
A coisa jamais ficou marcado como um grande sucesso, até mesmo o seu lançamento foi realizado de forma bastante limitada nos cinemas americanos, como já era um costume  das produções da New Word Pictures, porem o seu lançamento no mercado de home vídeo no final da década de 80 popularizou bastante a produção que naturalmente tornou-se Cult e conquistou uma legião de fãs, tanto é que atores como Michael Moriaty e Scot Bloom são lembrados até hoje como os personagens David e o garoto Jason.

Os efeitos especiais de ‘a coisa’ também se mostram interessantes, afinal não precisa de muita coisa para fazer uma montueira de massa branca caminhar pelo chão, foram utilizados quilos de sorvete e iogurte além de massa de barbear, inclusive a cena onde a massa suga uma vitima para o teto foi feita da mesma maneira como foi filmada a cena da morte de Jonny depp em a hora do pesadelo.
A ideia do diretor e roteirista Larry Cohen em utilizar um produto industrializado como o grande vilão a assolar a população foi muito inventiva, inclusive assistindo ‘a coisa’ nos dias atuais fica nítido o quanto a mensagem do filme fica clara em mostrar que a população pode ser facilmente enrolada com um produto saboroso e com grande apelo e marketing comercial, afinal você ai procura saber quais são os ingredientes que compõe a sua sobremesa favorita? Correria atrás dessa informação? E será que conseguiria essas informações facilmente? E se descobrisse algo incomum será que ao tentar desmascarar a empresa sofreria represálias?, afinal de contas esse tipo de negócio envolve muitos interesses comerciais concorda?
Pois é, não é que eu queira pairar essa duvida, mas concordemos que com as atuais e agressivas campanhas de marketing industrial aliada à concorrência de mercado, o conceito deste filme torna-se ainda mais atual, alias grande destaque para as cenas onde é realizada as diversas camadas de propaganda da sobremesa ‘the stuff’, muito embora o filme se passe nos anos 80, é sensacional a forma como é abordado à agressiva campanha de marketing do doce, fica nítido o quanto convincente ficou.  
Enfim, ‘a coisa’ como já foi dito não trata-se de nenhum grande clássico, mas é um filme memorável pela forma como abordou o seu tema, e ainda afirmo que poucos filmes da década de 80 permanecem com uma história tão atual como esta, que nos dias atuais e nas mãos de idealizadores com um mínimo de visão poderia tornar-se um grande filme.  
Observação: antevendo a moda atual, a coisa tem uma pequena e divertida cena pós-créditos.

A Coisa
titulo original: The Stuff
elenco: Andrea Marcovicci(Nicole), Danny Aiello (Vickers) Paul Sorvino (Colonel Malcolm Grommett Spears) Michael Moriarty, Garrett Morris ('Chocolate Charlie Hobbs) Alexander Scourby (Evans), Russell Nype (Richards) Scott Bloom (Jason), James Dixon(Postman) Catherine Schultz (Waitress), James Dukas (Gas Attendant) Peter Hock (Miner) Patrick Dempsey (Underground Stuff buyer)
Gênero: Terror
Direção: Larry Cohen
Roteiro: Larry Cohen
Produção: Paul Kurta
Fotografia: Paul Glickman
Trilha Sonora: Anthony Guefen
Duração: 93 min.
Ano: 1985