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segunda-feira, 4 de abril de 2011

DIA DOS NAMORADOS MACABRO (1981)

Dia dos namorados macabro, produção concebida em 1981 pela divisão canadense do estúdio Paramount trata-se de um dos mais inventivos Thillers Slasher dos anos 80, obviamente não obteve o sucesso comercial acentuado quanto ás franquias co-irmãs como sexta feira 13, halloween e por ai vai, mas pra quem gosta do gênero certamente é um dos filmes a serem sempre lembrados.
 
Seguindo a linha do que pipocava na época, o filme inicia-se com uma bizarra cena dentro de uma mina de pedra onde visualizamos duas pessoas com roupa e mascara de mineiro, logo vemos que trata-se de um casal que resolve descer ali para realizar ‘brincadeiras’ se é que você entende, porem o que aparentava ser uma cena quente acaba tornado-se um assassinato brutal e então somos apresentados ao titulo do longa, essa abertura de dia dos namorados macabro já nos de uma prévia do que podemos esperar nos próximos 90 minutos.
A premissa é básica, uma pequena cidade canadense chamada valentine bluff, todos os cidadãos e principalmente os jovens estudantes estão em polvorosa, pois é chegado o tão esperado valentines Day (dia dos namorados), após 20 anos sem ser realizado a cidade retorna com o centenário baile dos namorados, porem lembranças nada agradáveis começam a surgir no prefeito da cidade quando ele recebe uma romântica caixa de bombons em formato de coração e dentro dela ha um coração humano dilacerado transbordando sangue, o ato bizarro acompanhado de um bilhete avisando para que não seja realizado o baile dos namorados novamente e a morte de uma tradicional senhora que ajudava na realização do baile nesta mesma noite não deixaria duvidas no prefeito e seu amigo xerife. Harry Warden esta de volta!
 
Em meio a todo este clima tenso a historia ainda se importa em trabalhar seus personagens, dentre os animados jovens tem destaque o triangulo amoroso formado por TJ (Paul Kelman) o jovem filho do prefeito que retornara ha pequena cidade para trabalhar na mina novamente após uma malsucedida estada na cidade grande, Sarah (Lori Hallier) sua ex namorada que após ver TJ partir sem qualquer explicação hoje namora Axel (Neil Afleck) um velho amigo de TJ, alem deles há os estereótipos secundários de um slasher clássico (gordo bobalhão, garota devassa e por ai vai).      
Claro que La pelas tantas você se perguntara: quem diabos afinal é Harry Warden? e no momento propicio o roteiro não deixaria de narrar à triste tragédia  do mineiro através de um flashback onde há exatos 20 anos atrás na noite do baile dos namorados, um pequeno grupo de trabalhadores incluindo Warden continuava na mina, dois homens responsáveis por controlar o nível de gás metano da mina não se contiveram e resolveram abandonar seus postos para aproveitar o esperado baile, a mina acabou por explodir e todos os homens que ali estavam foram dados como mortos, semanas depois do acidente Harry Warden fora encontrado soterrado devorando o cadáver de um dos companheiros.
 
Perturbado após todos os acontecimentos Harry aguardou pacientemente sua recuperação e logo tratou de realizar sua vingança aos responsáveis pela tragédia na mina, vestiu sua velha roupa de mineração e matou violentamente os dois supervisores, após isso Warden sumiu do mapa e jurou vingança caso o tal baile voltasse a acontecer. Claro que La pelas tantas tudo será ‘magicamente’ revelado através do dono de um bar local.
Com os acontecimentos recentes e o risco de mais mortes com (o provável) Harry Warden a solta, o xerife da cidade resolve cancelar o baile dos namorados, claro que a noticia não é recebida bem pelos jovens anciosos em aproveitar o primeiro baile dos namorados de suas vidas, diante da situação TJ tem a idéia de utilizar o refeitório da mina como palco para a armação de uma festa fazendo a alegria do assassino que esta a solta, daí pra frente o que vemos é uma sucessão de mortes que se estendera até o desfecho do longa.
 
Obviamente dia dos namorados macabro visto e analisado hoje não fugira dos clichês batidos da época, aquela lenda contada pelo cara mais velho que ninguém acredita, o casal que sai pra fazer sexo e quando a coisa esquenta são mortos, o alivio cômico que terá uma morte violentíssima e daí poderia enumerar mais diversos clichês clássicos desta produção, na verdade o filme diferencia-se pelo trabalho realizado no roteiro, ao contrario do que convencionalmente vemos, aqui a tempo de nos familiarizarmos com os personagens, e algumas mortes são realmente sentidas e lamentadas, outro ponto positivo é a excepcional elaboração das cenas de morte, o diretor George Mihalka utilizou de uma originalidade fantástica para filmá-las, cenas como o corpo da velha senhora  já em fase de decomposição dentro da maquina de lavar, a garota que tem seu crânio fincado em uma torneira, o gordinho que morre através da arma de parafusos sem falar da hilária cena do velho contador de historias que arma uma armadilha para assustar os jovens e acaba por receber uma morte violentíssima, e tudo isso se maximizou ainda mais depois que fora relançado nos estados unidos em 2009 a edição sem cortes do filme, todas estas cenas citadas ficaram muito mais violentas do que já eram.
Outro ponto que desperta interesse em dia dos namorados macabro é a caracterização do assassino, a roupa e mascara de mineiro faz com que o personagem seja absolutamente irreconhecível e enigmático alem de despertar um real clima de horror nas vitimas, a sacada do diretor em deixar o telespectador acompanhar a respiração do assassino através do tubo de oxigênio da mascara torna mais real e intenso a aproximação do assassino, algo que se assemelha ao que John carpenter realizara em Halloween.



Por fim, dia dos namorados macabro faz parte de uma brilhante safra de slashers e sem duvida alguma fica muito acima da média comparada com produções da época, uma pena que o fraco marketing realizado na época tenha feito o filme estrear em poucas salas de cinema e assim jamais alcançar o sucesso que merecera, ainda assim é uma produção brilhante e cheia de méritos, em 2009 recebeu um remake em 3D até interessante, ainda assim filme original tem um clima bem mais tenso, pra quem já conhece o filme das antigas e ainda não conferiu o uncut (edição sem cortes) do longa deve ter uma sensação bem legal, pois ficou bem mais violento e interessante.




Dia dos namorados macabro
(My bloody valentine) 1981, Canada
diretor: George Mihalka
roteiro: Stephen Miller
elenco: Paul Kelman (Jessie “T.J.” Hanniger); Lori Hallier (Sarah); Neil Affleck (Axel Palmer); Keith Knight (Hollis); Alf Humphreys (Howard Landers); Cynthia Dale (Patty); Helene Udy (Sylvia); Rob Stein (John); Tom Kovacs (Mike Stavinski); Terry Waterland (Harriet); Carl Marotte (Dave)

ZOMBIE (1979)

Dentre as grandes produções de zumbis realizadas na historia do cinema, esta modesta porem inteligente produção do cineasta Lucio Fulci pertencente á era de ouro do magnífico cinema de horror italiano das décadas de 70 e 80 merece destaque.
Batizado em seu país de origem no lançamento como ‘zombi 2’ e posteriormente aqui, na era VHS como zumbi 2, no reino unido como ‘zombie flash eaters’ ou simplesmente sob o titulo norte-americano de ‘zombie’ enfim, esta pequena obra prima fora relegada durante muitos anos como mera copia barata do clássico modernista sobre zumbis de George Romero dawn of the dead (despertar dos mortos), com o passar dos anos criou tendências e galgou seu espaço sendo hoje considerado precursor da maneira como vemos os zumbis clássicos do gênero.
A trama gira em torno da garota que une um grupo de pessoas até a Ilha de Matuul com o objetivo de encontrar o pai cientista desaparecido no Caribe, no entanto eles se deparam com um batalhão de zumbis e precisarão da ajuda do Dr. Menard, um missionário médico da ilha, que conta a eles sobre uma maldição vodu que caiu sobre o local, matando muitos nativos, e trazendo-os de volta à vida como zumbis.
 
A grande falha cometida em ‘zombie’ ou melhor, pelos medíocres produtores que lançaram a obra nos cinemas italianos em 1979 fora subestimar a originalidade e poder de fogo que ‘zombie’ por si só poderia provocar nos cinemas, a questão é que no ano anterior (1978) fora lançado na Itália o já citado despertar dos mortos com o titulo: ‘zombi’ obtendo uma excelente média de publico para os padrões da época, empolgados com o desempenho da obra de Romero os produtores fizeram a cretinice de lançar o filme de fulci sob o enganoso titulo de zombi 2 ao fim de aludir o publico em tratar-se de uma sequência de ‘despertar dos mortos’ de George |Romero, o que até deu certo na Itália porem relegou o titulo de fulci as traças durante décadas a fio.
Apesar da picaretagem dos produtores, a projeção de zombie na America de norte veio a influenciar toda a próxima geração de filmes sobre zumbis que passaram a tratar os mortos vivos com a aparência putrefata e o corpo altamente mutilado dando aquela aparência de zumbi do 1º jogo da serie residente evil.



Assim como boa parte das produções da época, zombie também sofreu com a censura pesada nos cinemas ao redor do mundo, após as primeiras exibições na terra de origem o longa de Fulci passou muitas décadas tendo veiculação proibida no reino unido, vindo a ser lançado alguns anos mais tarde na Inglaterra sob o titulo de ‘zombies flash eaters’ tratativa semelhante também ocorrera na Ásia e Austrália, no Brasil o longa deu as caras no inicio dos anos 80 em uma versão pra lá de picotada, apenas nos anos 90 uma versão do VHS norte americano circularia por aqui, o calvário de zombie no reino unido só veio a terminar recentemente em 2005 quando fora liberado uma versão ‘uncut’ que posteriormente seria o DVD definitivo autorizado pelo próprio Lucio Fulci.

 

Considerando as obvias limitações técnicas e as jogadas tiradas diretamente do roteiro de despertar dos mortos como o desfecho nova York pós apocalypse, Zombie é um divertido e violento longa que merece seu lugar de destaque na historia do cinema, a cena onde o zumbi puxa os cabelos da garota até atolar seus belos olhos em uma enorme lasca de madeira já valeria o filme com toda a certeza.



zombie (Zombie, Itália, 1979. 91 minutos) 
Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Dardano Sacchetti e Elisa Briganti
Produção: Fabrizio De Angelis e Ugo Tucci
Música: Fabio Frizzi e Giorgio Tucci
Elenco: Tisa Farrow, Ian McCulloch, Richard Johnson, Al Cliver, Auretta Gay, Olga Karlatos, Stefania D'Amario, Lucio Fulci


PROM NIGHT 'A MORTE CONVIDA PARA DANÇAR' (1980)

Muito alem de grandes filmes de horror os anos 80 também ficaram marcados pela criação de grandes franquias do mesmo gênero, sexta feira 13, a hora do pesadelo, hellraiser, e por ai poderíamos citar varias outras. Um dos grandes filmes que foram concebidos nesta época e vieram a se tornar uma franquia de relativo sucesso tem seu pontapé inicial neste prom night (ou se preferirem: 'a morte convida para dançar' seu titulo brasileiro no VHS distribuído pela 'globo video' ainda nos anos 80), horror independente filmado pelo estúdio canadense avco embassy em 1980, prom night não é uma obra prima do gênero, e até peca bastante na historia cheia de buracos em seu fraco roteiro e na qualidade técnica, ainda assim o filme merece seu destaque devido aos aspectos históricos que viria a acompanhá-lo nos anos que se passaram.
 
Produção modesta como já dito, o filme buscou fortalecer-se através do elenco, e quem melhor do que a já na época grandiosa scream queen (rainha do grito) Jamie Lee Curtis dos ótimos Halloween e Halloween 2 para encabeçar o elenco do terror?, Pois é o diretor Paul lyncy acertou na escolha e junto de um elenco de jovens desconhecidos conta a historia de sete crianças que numa brincadeira dentro de um convento abandonado acabam ocasionando a morte de uma delas, com o evento ocorrido elas selam um pacto de silencio para encobrirem o fato, a primeira boa curiosidade de prom night já pode ser conferida logo nesta cena inicial quando o tenente Reymond rammond chega ao local para analisar o crime, tudo ok se não fosse o fato de testemunharmos o eterno comediante Leslie Nielsen de apertem os cintos o piloto sumiu, corra que a policia vem ai e tantos outros neste papel (e reparem, com os mesmos cabelos brancos) confesso que me espantei com a aparição do futuro comedy simboll na historia, acredito que o ator não deve ter se adaptado a papeis sérios, pois nielsen já havia filmado planeta proibido anos antes e em 1983 estrelou o também horror creepshow de George Romero, depois só comedias (que acredito ser mais a cara dele mesmo) enfim, após o fato finalmente somos apresentados ao elenco atual que da vida as crianças da cena inicial em sua fase atual como adolescentes ansiosos pelo esperado baile de formatura, daí a projeção da vida ao quebra cabeças, em meio aos preparativos para o baile todos os envolvidos no crime seis anos antes passam a serem aniquilados um a um.
 
Por muitas vezes prom night fugiu completamente da idéia que seria um suspense voltado ao terror e perde completamente foco, fato este que começa a ficar nítido ao iniciar-se o tal baile de formatura, devido à projeção ser filmada no final dos anos 70 obviamente o filme teve a costumeira influencia da disco febre (discotecas a La John Travolta em embalos de sábado à noite) portanto seria normal tal influencia em roupas e musicas, porem o diretor Paul Lynch por vezes parece ter se empolgado com a idéia e tentar transformar a projeção em uma mistura de embalos de sábado à noite com Halloween, isso fica nítido em uma tomada inteira que dura cerca de quatro minutos envolvendo uma dança entre a protagonista curtis e o bom moço da vez interpretado pelo fraco ator casey stevens, pra completar ao final a tomada se estende ao baile todo e tudo vira uma grande festa (confesso que já estava esperando a aparição do Abba), enfim como havia um assassino a solta matando em todos os cantos obviamente o foco não poderia ficar apenas ali, e neste mesmo tempo é que prom night concede uma das cenas em que eu mais me divirto, como não poderia faltar o ‘obvio’, um casalzinho resolve estacionar o furgão no meio do mato para se divertirem, logo depois, tudo sob os olhares atentos do assassino, o gordinho que serve como alivio cômico saca um livro de historia, é então que a garota pergunta:
- e isso é hora para estudar?
Então nosso glorioso ‘alivio cômico’ abre o livro que... tchan... guarda dentro um compartimento onde o mesmo esconde seus cigarros de maconha, esta cena é divertidíssima e pra melhorar mais ainda nosso assassino da vez se revela neste momento matando a garota de forma totalmente bizarra, a cena soa mais engraçada do que sarcástico propriamente dito 1º porque o som de fundo com os acontecimentos continua sendo o radio do carro, e segundo porque o assassino mostra-se como um paspalho vestindo aquelas clássicas roupas de ninjinhas pretas bem ao estilo dos vilões de bradock e outras clássicas e pitorescas produções do gênero, confesso que depois desta cena chutei o balde geral, mas enfim, levando em consideração os aspectos técnicos e obviamente não levando em consideração o roteiro, prom night tem muitos motivos pra ser considerado um dos grandes e memoráveis filmes de sua geração.
 
O filme gerou uma longínqua franquia que foi se perdendo completamente com o tempo, prova disso é que cada uma delas passa a contar uma historia diferente da outra tendo pouquíssimos pontos em comum, em 2008 o estúdio screen geens lançou um remake intitulado de prom night (a morte convida para dançar no Brasil) e adivinhem a surpresa: a historia não tem qualquer relação com este longa original e quiçá suas fracas seqüências.
Nota – prom night foi exibido nos canais televisivos por aqui com o titulo: baile de formatura, e suas seqüências igualmente.


A morte convida para dançar(Prom Night , Canadá, 1980).

Duração: 90 minutos.
Direção: Paul Lynch
Roteiro: William Gray; Robert Guza Jr.
Produção: Peter R. Simpson; Richard Simpson
Elenco: Leslie Nielsen (Sr, Raymond Hammond); Jamie Lee Curtis (Kim Hammond); Casey Stevens (Nick McBride); Anne-Marie Martin (Wendy Richards); Antoinette Bower (Sra. 'Vi' Hammond); Michael Tough (Alex Hammond)


quinta-feira, 31 de março de 2011

CANNIBAL HOLOCAUST (1980)

Nunca fui um fã de filmes sobre canibais, a grande maioria contem um roteiro fraquíssimo e atuações fajutas, o tema por si só já é batido ao pé de sua letra e as gerações atuais bem provavelmente nem viram nada do tipo já que há decadas o tema não engrena nada de interessante, porem um dos grandes clássicos do horror de todos os tempos bebe desta fonte, trata-se do pesado cannibal holocaust, titulo que jamais fora lançado no Brasil e tem uma legião de seguidores ao redor do mundo.
Cannibal Holocaust narra a jornada do professor Harold Monroe (Robert Kerman) que ruma para um distante condado em plena selva amazonica obcecado em descobrir o paradeiro de quatro jovens documentaristas que um ano antes seguiram para o mesmo destino e não mais retornaram.





Durante a jornada o professor embrenha-se na perigosa selva junto de um caçador e um guia nativo conhecendo a bizarra cultura indígena e até interagindo com as tribos locais, após achar alguns objetos dos jovens em meio aos índios Monroe finalmente depara-se com o que era quase obvio, a ossada dos documentaristas e o rolo de fita das filmagens intacto, este tornaria-se o enredo do filme onde o professor Harold retorna a Nova York e trabalharia em cima do conteúdo resgatando as ultimas horas da equipe de documentaristas assassinada pelos índios, porem quanto mais Harold avança nos vídeos mais se da conta dos terríveis feitos cometidos pela jovem equipe em terras indígenas praticamente sentenciando suas prematuras mortes.
Sem jamais poupar no chocante e quase que forçando cenas de morte de animais combinado a ritos dos indígenas e violência desmasiada, o diretor Rugero Deodato criou uma das obras mais violentas se não a mais violenta do cinema, porem o que mais agrada em Cannibal Holocaust é a originalidade do roteiro onde jamais vemos serial killers ou monstros assassinos, é apenas a realidade violentada pela realidade, o tom documentarista imposto por Deodato torna tudo mais sinistro e arrebatador ainda, exemplo crasso foi o diretor chegar a ser preso dias após a estréia do filme acusado de colaborar com a morte real dos atores, pra piorar Deodato obrigou todo o elenco a assinar um contrato de sigilo onde todos deveriam ficar fora da mídia pelo próximo ano, foi preciso chamar todo mundo as pressas para provar o contrario.
Enfim, Cannibal Holocaust é o tipo de obra que é preciso ver pra crer, obviamente que não agradara a todo mundo, até mesmo quem gosta de filmes de horror deve criticar o longa devido as mortes de animais reais e etc., porem não pode-se negar que o filme de Deodato é de uma originalidade surreal alem da maquiagem ter sido primorasamente feita e as atuações convincentissimas do quarteto de jovens documentaristas, podemos considerar Cannibal Holocaust como grande pai de recentes sucessos como a bruxa de Blair e quem sabe avô do bem sucedido horror espanhol 'rec'.


Cannibal Holocaust

Cannibal Holocaust, Itália, 1979, 95 minutos
Direção: Ruggero Deodato
Roteiro: Gianfranco Clerici
Elenco: Robert Kerman (professor Harold Monroe), Francesca Ciardi (Faye Daniels), Perry Pirkanen (Jack Anders), Luca Barbareschi (Mark Tommaso) e Gabriel Yorke (Alan Yates)


A MALDIÇÃO DE CARRIE (1999)

Uma das mais conhecidas obviedades no cinema é a premissa básica de reaproveitar tudo aquilo que deu certo, afinal se o filme foi um sucesso de critica e publico ou pelo menos só de publico vale a pena apostar na mesma formula novamente não é?, pensando exatamente nisso que os produtores da united artists demonstrando claramente um surto de idéias originais resolveram desenterrar das profundezas do estúdio um dos grandes sucessos da produtora e do cinema há exatos 23 anos anteriores, e em 1999 estreava nos cinemas norte americanos e no mundo a maldição de carrie, seqüência do sucesso carrie a estranha dirigido por Brian de Palma e eternamente reverenciado pelos fans do cinema de horror.
O fato dos gênios da united artists abraçarem uma seqüência de um filme ainda que sucesso absoluto mas há 23 anos atrás já é bem absurdo levando em consideração que o publico alvo que reverenciou o longa original não são os adolescentes que engordam as bilheterias de hoje (1999 neste caso) e que talvez muitos destes adolescentes nem sequer saibam do que se trata o filme original.
Há também o fato de que uma seqüência de carrie a estranha já soaria bastante bizarro levando em consideração o desfecho dos acontecimentos no filme original, então pensaríamos: voltaria Carrie das profundezas do inferno como sugeriu a difamada seqüência final do longa de 1977 ?, eu e a maioria das pessoas sensatas devemos pensar que não, afinal a pobre carrie não teria qualquer motivo de ir para o inferno analisando os fatos, ainda que tenha matado 79 vitimas pelas contas revistas em dada altura deste longa.
Bem, o fato curioso e animador é que apesar dos diversos empecilhos especificados aqui a seqüência de Carrie a estranha é realmente um bom filme que respeita a mitologia do longa original, o roteiro escrito por Rafael moreu (que já havia escrito o eficiente hackers - piratas de computador em 1995) consegue resgatar a mitologia dos acontecimentos do filme original de forma bastante inovadora e o mais importante para o estúdio: dar uma roupagem completamente atual para a historia que certamente agrada a platéia atual e convence quem já assistiu ao filme original de 1977.

Apesar de levar consigo o titulo original de a fúria - carrie 2 (the fury – carrie 2), como poderíamos esperar de uma seqüência descente, nada vemos de carrie por aqui pois a mesma esta morta e muito bem enterrada aos exatos 23 anos passados, porem logo no inicio somos apresentados a Rachell ou melhor: a sua mãe que inicia o longa demonstrando claramente um fanatismo semelhante ao da atriz Piper laurie que viveu a mãe da Carrie no longa original em 1977, já a pequena Rachell logo se mostra apresentando problemas semelhantes ao de Carrie White, os fatos que se passam logo confirmam que a pequena garota apresenta algum parentesco com a falecida e rapidamente o filme trata de partir para os dias atuais, a vida afetiva de Rachel, como era a de Carrie, é um desastre. Sua mãe está em internada em uma clínica para doentes mentais, a família que restou a trata como um cachorro, e ela é ridicularizada na escola por seus modos estranhos. Sua única amiga é Lisa (Mena Suvari), que comete suicídio saltando do telhado da escola ao ser abandonada pelo jogador de futebol que a desvirginou, este fato começa a abrir diversos paralelos na trama após Rachell descobrir uma foto revelando os motivos do suicidio da amiga, passando a perseguir o tal jogador de futebol inclusive envolvendo a policia local no caso, neste mesmo tempo Jesse (Jason London) o rapaz mais popular do colégio começa a nutrir uma paixão por Rachell que cede as investidas do rapaz.


Em meio a toda esta premissa construtiva da historia que aparece um dos fatos mais curiosos e sustentáveis do longa, a sobrevivente e personagem chave do longa original 'Sue Snell' (novamente vivida pela atriz Amy Irving) reaparece na historia agora como conselheira da escola onde estes fatos ocorrem, impressionada com as pequenas demonstrações telecinéticas de Rachell, Sue passa a correr contra o tempo para tentar evitar que uma tragédia semelhante à de 23 anos atrás ocorra, na verdade o resgate da personagem Sue Snell e obviamente o retorno de Amy Irving para reprisar o papel torna-se o grande atrativo deste a maldição de carrie, pois de maneira inteligente o diretor Katt Shea utiliza flashbacks do longa original em dados confrontos psicológicos entre as personagens de Rachell e Sue, contraste muito interessante que se mescla com boa parte do roteiro escrito por Rafael Moreu que também procura investir na personagem de Sue Snell, desde sua aproximação em Rachell até sua busca desenfreada por indícios que provem que sua tese em comparar Rachell com Carrie tinha fundamentos (fato este que se comprova ao descobrir que Rachell é meia irmã de Carrie), observe que há até mesmo uma riqueza de detalhes quando Sue leva Rachell até as ruinas da escola destruída por carrie nos fatos do longa original onde Sue inclusive fala sobre os anos que passou internada recuperando-se do trauma vivido devido a estes acontecimentos, fato este que se casa completamente com a cena final de carrie a estranha onde a personagem demonstra claros indícios de perturbação e loucura, enfim, Rachell ignora completamente os conselhos de Sue e passa a introduzir-se cada vez mais com os novos e populares amigos da escola porem a garota nem desconfiava que toda a situação causada em dedurar o rapaz do time de futebol e relacionar-se com Jesse causaria uma vingança maligna e cruel em uma festa e que serviria de estopim para liberar todo o ódio de Rachell que tomada pelos poderes cinéticos causaria um estrago semelhante ao da meia irmã 23 anos atrás, repare nesta seqüência da festa e note semelhanças com o baile do longa original, não mentiria que foi uma bela diversão assistir a esta seqüência que com os efeitos atuais atinge um nível bem mais violento, alem de nostálgico é uma bela diversão ao telespectador.
Enfim, a maldição de carrie jamais deve ser comparado á obra original de 1977 já que seus personagens jamais conseguem alcançar a profundidade necessária para que o publico se apegue a alguém, até mesmo Emily Bergl jamais consegue dar uma intensidade a Rachell de forma que realmente nos sensibilize com ela diferente da memorável Carrie de sissy Spacek, e o romance entre Rachell e Jesse também soa forçado e todos percebem desde o primeiro contato que os dois jamais ficarão juntos e felizes para sempre, ainda assim é uma boa diversão que merece ser conferida tanto por quem procura uma boa diversão de horror e principalmente para aqueles que já são conhecedores do filme original.

A maldição de carrie
Título Original: The Rage: Carrie 2
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 105 minutos
Distribuição: MGM / UIP
Direção: Katt Shea
Roteiro: Rafael Moreu
Elenco: Emily Bergl (Rachel Lang), Jason London (Jesse Ryan), Dylan Bruno (Mark Bing), J.Smith-Cameron (Barbara Lang), Amy Irving (Sue Snell)

quarta-feira, 30 de março de 2011

CARRIE A ESTRANHA (1976)

Falar sobre clássicos do cinema trata-se de uma grande complicação pois já existem críticos ferrenhos que impuseram ao longo dos anos boas dissertações a respeito da obra portanto é algo diferenciado, Carrie ou conforme nosso titulo por aqui: carrie a estranha é um dos mais renomados horrores da historia do cinema e também motivo de curiosidade pois é um dos poucos filmes de horror (sempre foi classificado neste gênero e eu também defendo) que normalmente conta com admiradores de todos os gêneros, fato que qualquer um que o tenha conferido logo se da conta do porque.



Baseado no primeiro best seller publicado pelo (hoje) mega, super, ultra-escritor de contos de horror, o mestre Stephen King, Carrie narra a historia da adolescente titulo, uma jovem que fora criada praticamente escondida da sociedade pela mãe (Piper Laurie) uma religiosa fanática que nunca mediu esforços para manter a filha completamente à parte das atividades de qualquer adolescente de sua idade, logo na introdução o longa nos apresenta carrie como uma garota desajeitada mas que esconde misteriosos poderes paranormais, porem este fato apenas ajudava com que a garota cursasse um caminho totalmente contra o das garotas de sua época, seu atraso social pode ser medido na seqüência seguinte a introdução onde em uma cena pesadíssima a adolescente sofre a primeira menstruação durante o banho no vestiário da escola e começa a berrar desesperadamente sem se dar conta do que ocorria ali, a situação foi alvo cômico por parte das colegas de classe e acarretou em uma severa punição a todas as garotas envolvidas criando duas diferentes e cruciais situações: Sue (amy Irving) ficou sensibilizada com a situação de Carrie e decidiu fazer com que seu namorado Tommy (William Katt), um dos rapazes mais disputados pelas garotas na escola levasse Carrie no baile de formatura, em contrapartida Chris (Nancy Allen) não aceitou as exigências impostas pela professora de educação física devido á brincadeira com Carrie no vestiário e ficou fora do baile de formatura, ao saber dos bondosos planos de Sue para Carrie a garota junto com seu namorado (John Travolta meses antes de estrear nos cinemas mostrado seus dores dançantes em embalos de sábado à noite, portanto um desconhecido) arquiteta uma cruel vingança a pobre Carrie.


O resultado desta vingança foi uma das mais marcantes seqüências da historia do cinema de horror pois a vingança de Carrie foi algo drástico e aterrador onde nem a própria garota se dava conta do que seus poderes eram capazes, o banho de sangue (literalmente vindo das duas partes) tornou-se uma das mais violentas seqüências da década de 70 e foi severamente criticado por muitos críticos da época, o uso do efeito tridimensional, ou seja, várias telas se abrindo e mostrando várias coisas acontecendo ao mesmo tempo para o espectador foi excepcionalmente utilizado. Voltando para sua casa, tem de enfrentar sua mãe, em outra seqüência espetacular de suspense, terror e violência.

Carrie é o que chamo de um filme completo pois conta com toda a densidade exigida para os grandes e marcantes clássicos porem não deixa de lado o seu lado sombrio, méritos do brilhante diretor Brian de Palma que não se conteve as criticas da época e concebeu a extraordinária seqüência do baile de formatura, foi ainda através de Carrie que de Palma entrou definitivamente no hall de grandes cineastas de Hollywood assumindo projetos de grande orçamento, obviamente que não poderia deixar de citar a magnífica atuação de Sissy Spacek como a sofrida Carrie White, transformando a personagem em um ser totalmente próximo do público e freqüentemente sensibilizando a platéia, o desfecho de Carrie é algo que sempre me aterrorizou desde a 1º vez que conferi o longa, porem na ultima vez que assisti penso que talvez tenha sido desnecessário, imagino Carrie como um desses contos de fadas como a bela adormecida ou a bela e a fera, porem penso que apenas o sonho da donzela não se realizou, apenas aconteceu o contrario, e do ponto de vista da obra original de Stephen King, Carrie nunca foi uma vilã, é apenas uma vitima da sociedade como um todo, ainda assim na minha humilde opinião continuará sendo uma obra que beira a perfeição.



Observação: Este longa ganhou uma curiosa e boa seqüência 22 anos depois intitulada no brasil como 'a maldição de Carrie' onde inclusive retorna a atriz amy Irving no mesmo papel de Sue lidando com uma situação semelhante ao que vemos neste longa.
Carrie a estranha


Carrie a estranha
Título Original: Carrie
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 98 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1976
Estúdio: Redbank Films
Distribuição: United Artists / MGM
Direção: Brian de Palma
Roteiro: Lawrence D. Cohen, baseado em livro de Stephen King
Elenco: Sissy Spacek (Carry White), Piper Laurie (Margaret White), Amy Irving (Sue Snell), William Katt (Tommy Ross), John Travolta (Billy Nolan), Nancy Allen (Chris Hargenson), Betty Buckley (Srta. Collins)

NOITE DE ARREPIOS (1986)

Sempre fui um grande admirador do gênero ‘terrir’, a arte de proporcionar um bom filme de terror (ou horror, tanto faz) mesclando pitadas grotescas de comédia escrachada ou cenas ou até tomadas inteiras de situações constrangedoras que se tornam engraçadas sempre foi algo admirável pra mim, porem não confundam..., o 'terrir' original jamais perde seu foco que é o terror, o sangue, as mortes, ou seja: não se deve destoar de um filme de terror seja ele convencional ou não, o cinema norte americano já concebeu inesquecíveis clássicos do 'terrir' como o saudoso 'a volta dos mortos vivos', a cultuada serie 'uma noite alucinante' (the evil dead), e o excelente 'palhaços assassinos do espaço sideral'.
Dentro deste gênero jamais poderia deixar de citar o divertidíssimo a noite de arrepios (night of the crips) de 1986, na verdade noite de arrepios trata-se de um filme bastante simples, sua historia é até bem batida, as questões de extraterrestres e humanóides que vem de outro planeta para infernizarem os pobres seres-humanos é algo que foi extremamente explorado pelo primórdio do cinema norte-americano nos anos 50 como a bolha (56) e plan 9 the outer space (54).
A grande sacada do diretor Fred decker foi em trabalhar todos estes aspectos como certa homenagem ao cinema arcaico de horror americano (o que fica nítido na introdução de noite de arrepios) e aliar este contexto a realidade atual da produção de 1986, a verdade dita é que essa bizarra mescla que tinha tudo pra dar em um filme horrível acabou por se tornar um dos grandes clássicos da época e um dos símbolos dos bons filmes de horror produzidos nos anos 80 até porque o longa traz tudo aquilo que você poderia esperar de uma boa produção da época, o garoto perdedor que terá sua chance com a garota top da escola que por sua vez namora com o garanhão e líder da fraternidade, assim e não poderia ficar de fora o melhor amigo do protagonista.



Embora os efeitos especiais concebidos nos monstros e vermes, e até nos ETs que aparecem ao longo da projeção estejam totalmente batidos em pleno século 21, o roteiro de noite de arrepios cheio de avenura e desventuras que acompanham muito mistério e claro, sangue a beça não podem deixar de ser conferidos, os destaques do longa ficam por conta da cena da preparação para a festa de formatura, sim aquelas mesmas festas batidas de formatura dos anos 80 que você cansou de ver em filmes como porkys e curtindo a vida adoidado, mas desta vez digamos que será uma visão um tanto bizarra (e claro divertidíssima), obvio que tantos juvenis no elenco não poderiam dar conta de acabar com este mal que vem de outro planeta, por isso que a produção tratou de trazer o, diga-se de passagem, batido ator canastra tom Atkins para dar vida ao mal encarado detetive Cameron, Atkins que já havia resolvido em outras produções de horror como a bruma assassina e o sofrível halloween 3 aqui gera um carisma interessante para o personagem e convence pelo contexto do filme, enfim, a noite de arrepios trata-se de um divertidíssimo filme e que merece ser visto e revisto.
A baixa fica por conta de que o longa nunca foi lançado por aqui, pelas minhas pesquisas não há no Brasil nem sequer um VHS de a noite de arrepios que possivelmente circule pelos sebos, então há duas saídas óbvias: ou você procura o longa em um shared pra baixá-lo o que não deve ser muito difícil, ou compra o DVD norte-americano através de um site internacional, eu tenho a edição especial de noite de arrepios e a recomendo para qualquer bom admirador de filmes de horror, pois há até um final alternativo que eu jamais havia visto, só não deixe de conferir este fantástico filme.

Noite de arrepios
(Night of the Creeps, EUA, 1986). 85 minutos
Direção: Fred Dekker
Roteiro: Fred Dekker
Elenco: Jason Lively (Chris Romero); Steve Marshall (J.C. Hooper); Jill Whitlow (Cynthia Cronenberg); Tom Atkins (Det. Ray Cameron); Wally Taylor (Det. Landis); Bruce Solomon (Sgt. Raimi); Vic Polizos; Allan Kayser (Brad); Ken Heron (Johnny);

O MASSACRE DA SERRA ELETRICA (1974)

Falar sobre filmes de terror antigos no Brasil não é corriqueiro, normalmente temos de procurar bastante até encontrar uma critica, nota ou dado relevante sobre as obras de horror do passado, ainda assim existem alguns poucos clássicos que fazem exceção a regra, e obviamente que um dos monstros sagrados do gênero não seria diferente, o massacre da serra elétrica, obra filmada em 1974 e lançada em pouco mais de 400 salas de cinema norte-americanas no mesmo ano trata-se de um soberbo clássico do cinema do horror que marcou época, grande parte da polemica do longa se fez devido a sua proibição em mais de 25 países, inclusive em muitos deles o filme só foi devidamente comercializado muitos anos após o lançamento original como na Inglaterra e o próprio Brasil.
Conforme narrado a seco em seu inicio a obra perturbadora trata de especificar ao telespectador a premissa básica sobre cinco jovens que em meio a um passeio de verão no Texas vão encontrar aquilo que há de mais macabro e sinistro em suas breves vidas, especialmente Sally Hardesty que mais tarde seria a única sobrevivente da insana tragédia mostrada no longa.
O massacre da serra elétrica demora para apresentar seus vilões, ainda que de fato o caroneiro anônimo que aparece no inicio venha a se mostrar como parte da brutal família canibal, leatherface da às caras na projeção só nos 50 minutos iniciais, ainda assim é uma gran estréia, pois a brutalidade a agilidade com que o mesmo golpeia o rapaz com uma marreta e o leva adentro da casa em uma porta estratégica é algo realmente voraz, e repare na vitima se contorcendo como que mais um animal abatido no matadouro da família... realmente macabro.
Daí pra frente à projeção toma contornos pesados e podemos esperar muito mais brutalidade como a cena a seguir onde a namorada do rapaz adentra na mesma casa atrás do namoradinho, claro que não demoraria para leatherface utilizar a mesma estratégia da porta e agarrar a moça, essa porem tem um destino tão perturbador quanto o rapaz, é colocada viva em um gancho de carne enquanto nosso diabólico vilão prepara a serra para fazê-la em pedacinhos, esta cena também é bem forte, mas seria seguida por outras tão bizarras quanto como a morte seguinte onde o outro rapaz do grupo adentra na casa e passa a ficar horrorizado com os restos de animais podres e ossos amarelados sendo na seqüência golpeado até a morte pelo mesmo leatherface, é nesta cena que fica muito claro ao telespectador que leatherface revoltado e aos grunhidos como um animal trata-se de um retardado mental, um doente que age por impulso baseado na tradição de canibalismo de sua família, esta percepção cria um elo do vilão com o publico, elo este que faz parecer que o mesmo nunca tem e nunca terá controle sobre as atitudes que toma, méritos ao seu interprete, o ator Gunnar Hansen que confere até mesmo certo carisma ao vilão, carisma este que (nunca é demais lembrar) jamais nenhum interprete conseguiu atingir nas seqüências que foram saindo.
Outro grande mérito presente em massacre da serra elétrica trata-se de Marylin Burns, interprete da sofrida Sally Hardesty que passa maus bocados junto da família de canibais, a atriz consegue passar ao publico toda tensão e violência psicológica e física sofrida dentro da casa, realmente chega a ser tenebroso e nauseante as seqüências que se passam perto do desfecho do longa, devido à atuação de gala, Marylin Burns tornou-se honrosamente a 1º scream Queen da historia do cinema de horror e constantemente disputa o páreo de the Best com a também ótima Jamie Lee Curtis da franquia halloween.
                
Um dos grandes mitos criados por o massacre da serra elétrica dá conta de seu custo beneficio, o longa foi produzido pela bryanston pictures que na época financiava filmes pornográficos, devido ao sucesso de garganta profunda (clássico do gênero) o estúdio resolveu se aventurar em novas produções e utilizou os ótimos ganhos que tiveram com garganta profunda para financiar outras produções também de baixo orçamento e o massacre da serra elétrica era um destes projetos de gaveta, orçado em 140.000 dólares (orçamento pífio até mesmo para filmes pornográficos) o longa dirigido por Tobe Hopper arrecadou mais de 30 milhões de dólares apenas em seu lançamento nos cinemas na época o que o fez tornar-se um fenômeno até mesmo nos dias de hoje.


Enfim, o massacre da serra elétrica diferentemente de muitos dos longas de sua época é um filme que em uma exibição atual continua a ter vigor de sobra mostrando-se ainda chocante e perturbador, filmado em 16 mm de forma independente, figura indiscutivelmente entre os 10 melhores filmes de terror da historia e conseguiu marcar época e deixando letharface enraizado como um dos grandes vilões da historia do cinema de horror.
duas baixas:
 - 1º um dos fatos incompreensíveis que acompanham este histórico filme dão conta de Tobe Hoopper, o na época promissor realizador desta obra prima conseguiu marcar seu nome na historia do cinema de horror concebendo uma obra prima cultuada até hoje e depois jamais obteve sucesso e reconhecimento, Hopper ainda conseguiu espaço na mídia anos depois ao ser convidado para dirigir a obra de horror poltergaist produzida pelo mega diretor Steven Spielberg porem constantes brigas com o mesmo nos sets deram conta de que Hopper abandonou o set na metade do filme e Spielberg assumiu a também cadeira de diretor, fato este que pelo menos não foi creditado, o fato é que Hopper passou a produzir filmes cada vez mais medíocres e para completar o desastre aceitou realizar para o estúdio Cannon em 1986 a seqüência deste massacre da serra elétrica, um filme que quase alcança o nível de uma comédia canastra, isso revoltou os fãs da obra e só serviu para jogar a carreira do diretor mais as traças do que já estava.
 - 2º o massacre da serra elétrica como não poderia deixar de ser, demorou, mas ganhou seqüências porem nenhuma delas é digna de ser sequer comparada à obra original, em 2003 a platinum dannes estúdio especialista em produzir remakes de clássicos do horror lançou o remake deste massacre da serra elétrica, o longa é muito inferior ao original e destoa de muitos fatos contidos no filme de 1974, porem o mais revoltante é deparar-se com um letharface inescrupuloso, ao qual troca-se o personagem insano e doente visto no original, para um letharface que não passa de mais uma boa copia do Jason vorhees, ou seja, mata com total noção do que faz e objetividade, bancando o velho estereótipo vilão básico de slasher movie.



O massacre da serra eletrica (the texas chainsaw massacre)
eua, 1974
duração: 84 minutos
direção: Tobe Hopper
roteiro: Kin Henkel e Tobe Hopper
elenco: Marylin Bursn (Sally Hardest), Allen Danziger (Jerry), Paul A. Partain (Franklin Hardesty), Willian Vail (kirk), Teri Mcminn (Pam), Edwin Neal (Leatherface), John Duggan (grandfather) John Larroquete (narrador).