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domingo, 31 de março de 2013

JASON VAI PARA O INFERNO - A ULTIMA SEXTA FEIRA 13 (SEXTA FEIRA 13 PARTE 9) (1993)

UM FILME DESPREZÍVEL, QUE DESRESPEITA POR COMPLETO A MITOLOGIA DA SERIE SEXTA-FEIRA 13!

Não foram poucas ás vezes em que o cinema concebeu sequencias de grandes franquias cinematográficas que se concretizaram verdadeiras bombas, na maioria das vezes essas bombas jogaram a franquia praticamente as traças, especificamente falando do cinema de horror, talvez o maior exemplo de conhecimento geral do publico tenha sido Halloween 3, quando os idealizadores da serie, Debra Hill e John Carpenter tiveram a 'brilhante' ideia de lançar uma sequência que fugisse totalmente do universo de Michael Myers e todos os outros personagens icônicos da serie, seguindo por um caminho totalmente diferente.
Normalmente essas viagens intelectuais dos produtores e estúdios acabam por resultar em um desgaste nítido da franquia e além de desagradar à crítica e o publico em geral, acaba por deixar furioso os fãs da serie, infelizmente ‘Jason vai para o inferno, a ultima sexta feira 13’ entrou especialmente nesta lista de bombas cinematográficas do cinema de terror pelos motivos que dissertarei a seguir.

Inicio dos anos 90, os executivos dos estúdios Paramount estavam extremamente insatisfeitos com os recentes resultados que a serie sexta feira 13 havia obtido nas bilheterias, ficava claro que o estúdio já havia exprimido ao máximo os resultados financeiros que a serie poderia obter, fator que fica claro analisando que nos últimos dois filmes até então Jason já havia tido um embate frente a uma garota com poderes tele cinéticos (a critica na época ironizou o filme apelidando-o de Jason VS Carrie), e em seguida passou por uma expedição um tanto quanto bizarra em Nova York.
O desinteresse da Paramount casou-se perfeitamente com o interesse do estúdio New Line Cinema em adquirir os direitos sobre a franquia sexta feira 13, tal fato tinha uma explicação pontual: a New Line já era detentora da serie a hora do pesadelo do também famigerado Freddy Krueger, e de tanto as series se rivalizarem quase que simultaneamente nos cinemas na década anterior, criou-se um imaginário popular muito forte em torno de um crossover entre Freddy e Jason, a New Line comprou a ideia e foi atrás da Paramount, no final das contas acabou juntando a fome com a vontade de comer e o negócio foi fechado, porem antes de conceber o esperado produto final, a New Line decidiu produzir um 9º filme da serie que servisse de trampolim para a realização de FreddyVS Jason, e foi dai que nasceu esta bomba intitulada de Jason vai para o inferno, e imagino que o mesmo deve ter se revirado bastante em sua cova ao ter visto tamanha merda que fizeram com a franquia sexta feira 13.
O conceito inicial de JVPI é até plausível, após Jason matar dezenas de jovens pelos arredores de Crystal lake durante décadas, o FBI decide armar uma emboscada para por fim ao maníaco e de fato manda-lo para o inferno, para tanto uma agente do FBI passasse por uma jovem campista de Crystal lake como isca para a aproximação do assassino.
Como era de se esperar Jason acaba caindo na armadilha e é estrategicamente fuzilado por mais de uma dezena de homens fortemente armados, the end ok? Não! Dai para frente é que a merda começa a agarrar.

Ao chegar o IML, um médico legista passa a fazer a conferencia dos restos mortais de Jason, e de repente observa o coração do mesmo que começa a bater descontroladamente, em um momento daqueles que simplesmente não há explicações plausíveis (se alguém tiver, por favor, me explique) o médico legista simplesmente devora o coração de Jason como um animal insano e logo se percebe o mesmo incorporaria Jason Vorhees.
Dai pra frente o que se vê é uma sucessão de idiotices desencontradas onde o publico é apresentando a personagem Diana (Erin Gray) que muito em breve seria revelada como uma irmã bastarda de Jason Vorhees, fato extremamente absurdo, levando em consideração que em toda a mitologia da serie, jamais se fez referência a qualquer parente direto de Jason, muito menos uma irmã.

Para dar seguimento à história o fraquíssimo roteiro mostrava Jason sob o corpo de outras pessoas, perseguindo implacavelmente essa sua irmã, que logo a trama mostraria ter uma filha e uma neta recém nascida que obviamente eram parentes diretas de Jason, e portanto também alvos do maníaco, a explicação encontrada no fraco roteiro para a perseguição do Jason humanoide as suas recem criadas parentes é que o assassino só conseguiria voltar ao seu corpo de origem através do sangue de outro vorhees.
Outro fator extremamente tosco é o fato de Jason ter tornado-se um humanoide que perambula constantemente de corpo em corpo como uma espécie de hospedeiro alienígena, não precisa estender-se muito pra ver que foi algo totalmente absurdo.

Além de todas as falhas conceituais já citadas em JVPI, os personagens presentes na trama também não mostram qualquer carisma, o que acaba enfraquecendo mais ainda a história, a partir de 30 minutos de filme eu rezava para que aquilo acabasse o quanto antes, era uma tortura para qualquer fã da franquia assistir aquilo.
Ao termino da Sessão de JVPI, o sentimento que fica principalmente depois do ultimo ato, é que o filme foi feito apenas com 1 intuito: servir de fato como trampolim ou esquenta para o crossover de Jason e Freddy.

Infelizmente ou felizmente o tiro da New Line acabou saindo pela culatra já que devido a diferenças artísticas e constantes mudanças de roteiristas, o projeto de Freddy VS Jason acabou saindo exatos 10 anos depois, o que eu creio que tenha sido até melhor, pois com a fraca inspiração dos criadores de Jason na época, poderia ter sido outra bomba.
O legado deixado por JVPI foi péssimo, acabou tornando-se a 3º pior bilheteria de um filme da franquia além de ter sido detonado por toda a critica e publico, nem mesmo os fãs da serie perdoaram e boicotaram feio o longa que recentemente foi eleito o pior da franquia.
Porem o calvário de Jason ainda perduraria por mais uma sequência péssima, e quando você pensava que já tinham avacalhado o assassino da mascara ao máximo, a New Line em 2001 lançou Jason X, mas isso é assunto para outro post.


JASON VAI PARA O INFERNO - A ULTIMA SEXTA FEIRA 13Diretor: Adam Marcus
Elenco: John D. LeMay, Kari Keegan, Kane Hodder, Steven Williams, Steven Culp, Erin Gray, Rusty Schwimmer, Richard Gant, Leslie Jordan, Billy Green Bush, Kipp Marcus, Andrew Bloch, Adam Cranner, Allison Smith, Julie Michaels, James Gleason, Dean Lorey, Tony Ervolina, Diana Georger, Adam Marcus, Mark Thompson, Brian Phelps, Blake Conway, Madelon Curtis, Michelle Clunie, Michael B. Silver, Kathryn Atwood, Jonathan Penner
Produção: Sean S. Cunningham
Roteiro: Dean Lorey, Jay Huguely, Adam Marcus
Fotografia: Bill Dill
Trilha Sonora: Harry Manfredini
Duração: 87 min.
Ano: 1993
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: New Line Cinema / Sean S. Cunningham Films

sábado, 30 de março de 2013

O PADRASTO (1986)


O mercado cinematográfico do horror é um dos mais rentáveis do cinema, como dizem os críticos gabaritados o terror é o único gênero que se gasta o mínimo e se ganha o Maximo, até concordo pois é só dar uma olhadinha nos cinemas e no mercado de home video para se ver quantas e quantas produções de terror e suspense não são lançadas muitas vezes despercebidas do publico geral.

O padrasto é um desses filmes lançados nos vindouros anos 80 onde ainda se trabalhava o gênero com saudoso respeito ao seu consumidor, logo em seus minutos iniciais sem qualquer suspense barato a trama trata de revelar ao seu expectador a verdadeira face de Jerry Blake, e então é ai que logo somos introduzidos a realidade superficial a qual o psicopata vive Jerry um homem de aparência grotesca acabara de matar uma mulher e sua filha pequena dentro de casa, e logo reaparece barbeado e elegante chegando em uma casa de carro e esperando a mulher e a filha dali, os minutos iniciais tratam de deixar claro que o personagem vivia com a família anterior e a matara, logo com os noticiários televisivos locais fica claro ao expectador que o psicopata da vez trabalha de forma inusitada, se introduz em famílias e quando cansa, enjoa ou simplesmente fica incomodado ou ameaçado com algo, logo aniquila seus integrantes e parte em busca de uma nova família para viver com uma nova identidade, o grande mérito do longa o padrasto fica por conta de seu interprete Terry o,quim (hoje em dia conhecido como o John Locke do seriado lost) que brilhantemente da vida ao psicopata Jerry, mostrando-se um exímio e esforçado esposo e pai de família para a sociedade e sozinho mostrando lampejos de sua loucura doentia escondida por traz desta mascara social, destaque para a cena no porão onde a desconfiada enteada (e fatal heroína da produção) de Jerry presencia um destes momentos de insanidade do personagem.

O padrasto destacou-se principalmente no mercado de entretenimento caseiro tornando-se um fenômeno local, logo viriam seqüências, a segunda inclusive conta com Terry o,quim reprisando o mesmo papel (de forma muito inferior ao original é claro), de toda forma é um filme que merece ser muito bem colocado e sempre conferido



Observação: o padrasto foi refilmado e recebeu uma versão com nova roupagem em 2009.

O PADRASTO (The Stepfather, EUA, 1987).
Direção: Joseph Ruben.
Roteiro: Carolyn Lefcourt, Brian Garfield e Donald E. Westlake.
Produção: Jay Benson. .
Edição: George Bowers.
Fotografia: John Lindley
Música: Patrick Moraz.
Figurino: Mina Mittelman.
Elenco: Terry O'Quinn (Jerry Blake / Dexter), Jill Schoelen (Stephanie Maine), Shelley Hack (Susan Maine), Charles Lanyer (Dr. Bondurant), Stephen Shellen (Jim Ogilvie), Stephen E. Miller (Al Brennan), Robyn Stevan (Karen), Jeff Schultz (Paul Baker), Lindsay Bourne (Professor de arte), Anna Hagan (Sra Leitner) e Gillian Barber (Anne Barnes).



A NOITE DAS BRINCADEIRAS MORTAIS (1986)

Acima de qualquer gênero especifico sempre fui fã de cinema em geral, e por mais que pareça clichê falar isso, acredito que a grande magia que gera entretenimento e fantasia quando entramos em uma sala de cinema, compramos um Blue Ray, DVD (ou mais precisamente quando eu alugava VHSs, uma das grandes diversões de minha infância e adolescência) ou nos dias de hoje quando tenho o prazer de comprar aquela edição especial ou inédita como o sexta feira 13 parte 3 que saiu inédito 3D em 2009, sempre esperamos nos surpreender de alguma forma, que aquela experiência, aquele filme nos traga algo de novo, de inovador e motivante...
A noite das brincadeiras mortais, produção estadunidense realizada no ano de 1986 teria tudo pra passar extremamente despercebida dentro do seu contexto se não tivesse seguido o caminho inverso de seus concorrentes na época.

Concebido pelo bom diretor Fred Walton que já havia realizado até então o suspense o mensageiro da morte em 1979, a noite das brincadeiras mortais tinha o respaldo do produtor Frank Mancuso jr que financiava nesta mesma época os filmes da serie sexta feira 13 também em conjunto com a Paramount pictures, como na época a moda era criar assassinos que atacavam em eventos específicos o estúdio trabalhava a idéia do april fools Day (dia 1º de abril por aqui) que acabou virando o titulo do filme mesmo, porem o produtor Mancuso pensava que por passar-se no dia da mentira o longa poderia aproveitar-se da idéia e criar algo que destoasse daquilo que já víamos aos montes na mesma época, daí a idéia de contratar o roteirista Danilo Bach acostumado com filmes de ação nos mesmos anos 80 como a serie pipoca um tira da pesada e a ação deadly drifter.
O elenco de a noite das brincadeiras mortais também segue o básico da época, ou seja, um bando de jovens desconhecidos para serem banquete do maníaco da vez, se não fosse por um detalhe curioso, a scream Queen da produção não é nada mais nada menos que a gloriosa Amy Steel que pra quem não se lembra viveu 4 anos antes a heroína jenny de sexta feira 13 parte 2 que para escapar do maníaco Jason Vorhees se veste com as roupas da falecida mãe do maníaco e realiza a antológica cena de desfecho do longa e uma das mais marcantes da serie.  
   
A boa verdade é que a noite das brincadeiras mortais é realmente uma excelente produção da época e que segue muito bem (pelo menos de inicio) a linhagem dos slashers da época, a historia obviamente segue a risca os estereótipos clássicos, o grupinho de jovens universitários que decidem reunir-se na mansão de uma das garotas para realizar aquela comemoração jovial que todos nós já conhecemos, porem o que ninguém esperava é que apareceria um espertão pra eliminar um a um dos jovens, ok, a 1º impressão que fica é obvia: legal mais um insano solto no mundo e agora um que se intitula como o assassino do 1º abril... Do todo não é uma idéia ruim, ao contrario, soa muito bem até porque o roteiro de Danilo Bach revela-se como uma brincadeira perigosa a todo o momento, desde o inicio acontecem os bons (e velhos) trotes que jovens ao estilo do Shelley de sexta feira 13 parte 3 gostam de aplicar nos amigos, o grande problema começa quando todos chegam na casa que já esta caracterizada para o esperado 1º de abril, brincadeiras e trotes estão espelhados a todo momento e por toda casa, e conforme o passar do tempo percebemos que os jovens começam a serem realmente eliminados um a um e quando uma das garotas cai acidentalmente no poço e reconhece o corpo de dois amigos a situação passa a ficar desesperadora e a brincadeira de inicio torna-se pura tensão.


- ATENÇÃO: A PARTE FINAL DO FILME SERÁ CONTADA, SE NÃO ASSISTIU E NÃO QUER ESTRAGAR A SURPRESA NÃO LEIA O TREXO A SEGUIR:
Como de praxe, o caminhar dos 70 minutos de filme obviamente revelariam a assassina misteriosa que com o desespero atual da cena preparasse lentamente para matar a sobrevivente final, é ai que a mesma abre a porta do ultimo cômodo a se esconder e encontra todos os integrantes do grupo de amigos, e ai?, o que acontece?, pois é... eu também achei bizarro quando assisti pela primeira vez, a verdade é que todos pregaram uma peça uns nos outros, um a um conforme o andar da carruagem, e sobrou pro casalzinho final a agonia de serem os últimos a descobrirem a brincadeira, frustração?, raiva? Confesso que fica um sentimento de que fui enganado durante boa parte da projeção, aquela mesma raiva imagino eu do casal que descobre a brincadeira, apenas nos próximos minutos com as gargalhadas e o estouro de champagne das pessoas é que me dei conta do quão eficiente o filme conseguiu ser, entretenimento, produção de primeira qualidade, tensão interrupta tudo em um mesmo filme, uma boa produção que faz jus ao seu conjunto da obra, méritos para toda a equipe técnica, a direção segura de Fred Walton, e o frenético, tenso, e no final, fechando com chave de ouro divertido roteiro de Danilo Bach que não deixa de pregar peças em seu telespectador nem mesmo segundos antes dos créditos finais do filme.

 

Este bom april fools Day não teve seqüências (graças a deus) porem recentemente com a onda de remakes o mesmo recebeu uma refilmagem pelas mãos da sonny pictures que  até funciona razoavelmente bem pra quem não viu o original, pois se trata de uma copia deslavada cena a cena, eu ainda fico com este original.


A NOITE DAS BRINCADEIRAS MORTAIS
TITULO ORIGINAL: ABRIL FOOL,S DAY
ANO:   1986
PAÍS:   EUA
DURAÇÃO:    090 minutos
DIREÇÃO:   Fred Walton
ELENCO:    Amy steel, Deborah Foreman; Griffin O'Neal; Clayton Rohner; Thomas F Wilson; Deborah Goodrich
CARACTERÍSTICAS:    Colorido; Legendado/Dublado

ARRASTE-ME PARA O INFERNO (2009)

Sam raimi trata-se de um dos melhores cineastas do cinema fantástico que surgiram nas ultimas décadas, corajoso, jamais temeu vender-se para os estudios com filmes puramente comerciais, embora a maior parte de seus filmes tenham um fortíssimo enfoque comercial, mas a bem dizer da verdade Raimi jamais deixou de impor seu forte feeling para lidar com temas bizarros ou cenas escatológicas, por vezes fez isso maravilhosamente bem como na sua clássica serie the evil dead (a morte do demônio), por vezes errou grosseiramente como em o dom da premonição.

Confesso que depois de ver o cineasta envolvido a quase 10 anos e alcançar um sucesso e reconhecimento descomunais através dos filmes do homem aranha acreditei que não mais veria Raimi envolver-se no gênero do horror, estava redondamente enganado... arraste me para o inferno é a prova de que o cineasta não abandona suas origens e permance fiel ao gênero que o consagrou para hollywood.
Claro que não se deve esperar nada absurdo do ponto de vista genial, produzido pela universal pictures o filme não escapa dos clichês máximos de um pípocão bem editado para a platéia jovem, na historia temos a premissa de uma maldição da lâmia que uma vez lançada sobre alguém, jamais pode ser desfeita.
Após uma intodução básica e auto-explicativa somos apresentados a Christine Brown (Alison Lohman) uma esforçada operadora de credito que nega um empréstimo a Srta. Ganush (Lorna Raver) com intenções de assumir o vago cargo de vice diretora no banco, mas o que a garota não esperava é que a velha senhora ofendida com a negativa e tomada de ódio lançaria a tal maldição da lâmia na garota, daí pra frente o que temos é uma sucessão de desastres escatológicos que conduzem a vida de Christine literalmente para o inferno conforme o titulo do filme.

No elenco que nada oferece de absurdo mas também não compromete, Alison Lohman confere um bom desempenho como a sofrida protagonista Christine Brown, admito que muito me fez lembrar o clássico personagem Ash de Bruce Campbell no primeiro filme da serie The evil dead, Justin Long como seu apaixonado namorado Clay Dalton faz o básico e nada acrescenta alem de um alivio romântico, já Lorna Raver da show como a temível e abominável Srta.Ganush, alias o duelo escatológico travado entre a velha e a garota mesmo após a morte da Srta. Gamush É o destaque do filme, divertidíssimo confere gás ao filme.

As tiradinhas clássicas do filme como a entrada com o logo antigo da universal usado nos anos 70 e 80 e o desfecho com o letreiro: ‘visite os estúdios universal’ também usado na mesma época confere certo glamour a obra que muitas vezes realmente lembra um horror das antigas, sem duvida bela jogada de muita originalidade.


Com um desfecho esperado mas de arrepiar, arraste-me para o inferno é a prova de que o velho Raimi nada mudou desde seus primórdios e essa sua nova aposta depois de encarar a badalada trilogia do homem aranha nas telonas mostra que ainda podemos esperar boas novidades do cineasta e sua ghost house pictures.

ARRASTE-ME PARA O INFERNO
Diretor: Sam Raimi
Elenco: Justin Long, Alison Lohman, Jessica Lucas, Lorna Raver, David Paymer, Dileep Rao, Reggie Lee.
Produção: Grant Curtis, Sam Raimi, Robert G. Tapert
Roteiro: Sam Raimi, Ivan Raimi
Fotografia: Peter Deming
Trilha Sonora: Christopher Young
Duração: 99 min.
Ano: 2009
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido







QUADRILHA DE SADICOS / THE HILLS HAVE EYES (1977)

Wes craven trata-se de um dos mais geniais cineastas do horror que surgiram na década de 70, e um dos filmes que ajudaram a consolidar a carreira deste hoje mestre do horror nos cinemas é este excelente e original ‘quadrilha de sádicos’ (the hills have eyes)  filmado e lançado nos cinemas no ano de 1977.

Após chocar o publico em sua estréia nos cinemas com o bizarro last house on the left (aniversário macabro) em 1972, Craven amargou alguns anos na geladeira e constantemente perdendo projetos devido ma fama criada pela veracidade e selvageria mostrada em seu 1º filme, foi então que em 1977 o produtor Peter Locke resolveu apostar em Wes Craven um novo projeto de horror mas com a condição que se passasse no deserto.
Após algumas análises e pesquisas, em 2 meses Craven concluiu o roteiro e apresentou a Locke que satisfeito captou um fundo de 230 mil dólares e então começava a escalada de atores e as filmagens de ‘quadrilha de sádicos’ no deserto de Mojave na Califórnia.
Após os créditos iniciais somos apresentados a um local de clima árido ao estilo das regiões isoladas do Texas, em um velho posto de gasolina assistimos ao dialogo de duas figuras centrais da trama: o velho Fred aparentemente o dono do posto e uma garota chamada Ruby, logo nos primeiros diálogos percebemos que a garota trata-se de uma espécie de nativa da região, suja e coberta por pele de animais a garota resmunga ao velho querer viver uma vida normal e é repreendida com Fred resmungando que a garota e outros de sua espécie não passam de animais selvagens, neste ponto podemos observar um certo parentesco ou familiaridade das duas figuras, logo o dialogo seria interrompido com a chegada de clientes no posto (o que não deve ser corriqueiro naquele buraco).     
Novamente buscando o pesadelo em uma raiz da família norte-americana como já havia sido em last house on the left, Craven agora adentra em uma viagem interestadual em um carro/thiller chefiado pelo patriarca Carter ‘big bob’(Russ Grieve) e sua bela família composta pela esposa Ethel (Virginia Vincent) e os filhos: a caçula Brenda (Susan Lanier), o garoto Bobby (Robert Houston), e a primogênita Lynne (dee Wallace Stone) que trazia o marido Doug Wood (Martin Speer) e a filha recém-nascida katy alem da família levar na viagem os cães: bela e fera (sim, um casal canino), o que poucos imaginariam é o quanto o cachorro de nome fera seria importante no roteiro escrito por Wes Craven.
Após abastecer a família segue viagem normalmente apesar da agitação dos cachorros e de todos sentirem que estavam sendo observados por mais alguém, o velho Fred orienta para que a família siga a estrada central porem o velho e astuto ex-xerife da policia big bob ignora a orientação e resolve cruzar a precária estrada secundaria para o azar de todos ali.
Após seguir pela estrada secundaria a família é surpreendida com a constatação de que aquela zona é utilizada para testes nucleares pelo governo americano, a distração com a passagem de aviões da força aérea faz com que big bob acabe saindo da estrada e batendo o carro/thiller em alguns arbustos.
Neste momento somos apresentados a questão X do longa: uma família composta por 7 pessoas perdidos no meio do deserto e o pior: vemos tomadas de alguém observando tudo através de um binóculos ou seja: eles não estão sozinhos. Logo big bob e o genro Doug se dividem para buscar ajuda enquanto o resto da família fica a espera do socorro no thiller, claro que big bob carrega seu revolver e um reserva para emergências que ficaria com o garoto Bobby para proteção das mulheres da família, mas antes a matriarca faria questão que todos rezassem juntos para o bem da família, mais uma das insinuações de Craven em ressaltar a tradicional áurea sagrada dos valores acerca da família americana já que o que viria a seguir era tamanha brutalidade na época que chocaria até os mais acostumados com o cinema de horror americano na época.

Tomando conta das coisas no thiller o garoto Bobby vai atrás da cadela bela que foge deserto afora, após subir em uma colina o garoto depara-se com os restos da cadela estripados nas rochas, chocado sai correndo dali certo de que aquelas colinas abrigam seres bem piores do que simples animais selvagens, neste mesmo momento porem longe dali Big Bob reencontra o velho posto de Fred e logo parte a procura do velho que se encontrava pronto para se matar nos fundos do posto, após uma rápida discussão Fred explica a Big Bob que 30 anos atrás sua esposa geriu um filho que pesava 10 kilos e era coberto por pelos em todo o corpo, os anos se passaram e a criança que mais parecia um animal passava a matar animais e agir de modo estranho, certo dia o garoto supostamente botou fogo em sua casa matando sua esposa e o filho primogênito porem ficando intacto aos danos, tomado de ódio Fred acertou o garoto inúmeras vezes com uma barra de ferro e depois o jogou no deserto, porem o que ele não esperava era que aquela criança se criaria nas colinas e geraria sua própria família que Fred ainda ajudava mantendo o sentimento de família mesmo que bem de longe.
Segundos após finalizar sua triste historia o Velho é puxado por um homem enorme que mais parece um animal, o homem era Júpiter o filho rejeitado de Fred e realizava a vingança planejada anos a fio, Big Bob assustado assistindo a cena resolve encarar a fera porem acaba dominado e logo teria um destino trágico.

De volta ao Thiller, o garoto Bobby chega ao anoitecer perplexo com o que viu nas colinas porem mantém o silencio para não assustar as garotas, logo doug também chega com diversas bugigangas encontradas em um depósito de carros abandonados próximo dali (uma analogia as diversas vitimas que foram mortas pela família de canibais), após algum tempo um clarão se ascende perto dali, quando Doug e Bobby correm para verificar encontram o velho patriarca Big Bob queimando vivo preso por pregos em arvores, uma das cenas mais chocantes de um longa na época, perplexos e abalados os familiares em vão tentam apagar as chamas de bob com um extintor, se não bastasse tamanha brutalidade os filhos de Júpiter: o defeituoso Pluto (Michael Barryman) e o sádico assassino Mars (Lance Gordon) aproveitando a deixa adentram no thiller e em mais uma cena de brutalidade matam a Srta. Carter e Lynne a filha mais velha, há também nesta cena uma analogia de um estupro envolvendo a garota Brenda no quarto do thiller, cena que provavelmente recebeu cortes devido á censura da época enfim, alem de tudo isso os malfeitores aproveitaram para saquear o thiller, filar o passarinho da família a sangue frio e seqüestrar o bebe Katy que serviria como refeição para a família canibal.

Neste momento Quadrilha de sádicos chega no seu clímax mais intenso onde os sobreviventes do massacre: o garoto Bobby sua irmã Brenda, Doug e o cão Júpiter (responsável por boa parte do que viria a seguir) se vêem tomados de revolta e desespero devido ás trágicas perdas, com uma arma nas mãos (a outra fora utilizada e levada por Mars) e tomados de ódio resta ao que sobrou dos Carter resgatar a pequena Katy e buscar a tão desejada vingança a qualquer custo.
A frase que promoveu o longa na época de seu lançamento resume o que vemos no filme: Uma típica família americana. Eles não queriam matar. Mas também não queriam morrer. Algo que traduz exatamente o sentimento dos protagonistas de Quadrilha de sádicos que forçadamente passam por um extremo teste psicológico que mudaria completamente tudo o que aquela família tinha enraizado de valores e princípios alterando completamente seus paradigmas conquistados no convívio de anos e anos em sociedade para tornarem-se tão cruéis quanto àquela família de canibais selvagens que cruzariam o seus caminhos, o filme marca uma sombria época de ouro do horror nos cinemas e foi a prova de que todos estavam diante de um promissor cineasta e roteirista hoje mais conhecido por projetos mega-comerciais como o à hora do pesadelo original e a trilogia panico, Quadrilha de sádicos trata-se de um clássico do gênero e apesar de ter sido ultrapassado na violência com o passar dos anos merece ser conferido por quem gosta de um bom e velho entretenimento.


Observações interessantes de saber:

- No ano de 1985 Wes Craven novamente ao lado de Peter Locke aceitou filmar quadrilha de sádicos parte 2, o filme é terrível e sem nexo algum, trata-se da maior bomba no currículo do diretor que admitiu ter filmado a seqüência apenas por dinheiro.  

- Em 2006 o francês Alexandre Aja concebeu de forma fantástica o remake deste Quadrilha de sádicos com o titulo nacional de ‘viagem maldita’, trata-se de um raríssimo caso onde o remake ultrapassa a obra original.

- Quadrilha de sádicos até o presente momento não foi lançado em ou blue ray ou DVD no Brasil, o que existe é o VHS velhíssimo da extinta look vídeo, milagre é acha-lo.


quadrilha de sádicos
(The Hills Have Eyes, EUA 1977). 89 minutos
Direção: Wes Craven
Roteiro: Wes Craven
Produção: Peter Locke
Música: Don Peake
Fotografia: Eric Saarinen
Edição: Wes Craven
Maquiagem: Dave Ayres; RaMona Fleetwood; Karen Grant; Ken Horn; Donald Mulderick
Figurino: Joanne Jaffe
Direção de Arte: Robert A. Burns
Efeitos Especiais: Greg Auer; John Frazier
Elenco: Susan Lanier (Brenda Carter); Robert Houston (Bobby Carter); Martin Speer (Doug Wood); Dee Wallace-Stone (Lynne Wood); Russ Grieve (Big Bob Carter); John Steadman (Fred); James Whitworth (Jupiter); Virginia Vincent (Ethel Carter); Lance Gordon (Mars); Michael Berryman (Pluto); Janus Blythe (Ruby); Cordy Clark (Mama); Brenda Marinoff (Katy); Peter Locke (Mercury); Flora (Beauty); Striker (The Beast)

NATAL SANGRENTO (1984)


O natal sempre é uma época memoravel... musicas a la dingol bel, troca de presentes, luzes pisca-pisca e outros enfeites mirabolantes nas casas bairros afora, arvores gigantes enfeitadas pelas ruas enfim, é o tão comemorado espírito natalino que toma conta dos pobres mortais, em meio a todo este clima maravilhoso o cinema do horror obviamente não poderia deixar de aproveitar-se de toda esta comemoração agitadíssima e criar o seu serial killer da vez, é ai que chegamos aos saudosos anos 80 onde tudo (ou quase tudo) humanamente possível de ser filmado foi realizado, e exatamente no ano de 1984 que a tristar pictures lançou (ou pelo menos tentou) nos cinemas norte americanos natal sangrento (silent night, deadly night).

Seu prelúdio é no ano de 1971 onde acompanhamos o pequeno Billy Chapman junto do país e o irmão menor em uma viagem para visitarem o seu avô que se encontra em um sanatório em estado vegetativo, após os país de Billy e o médico saírem da sala seu avô mostra que pode falar e inicia uma pequena conversa com Billy onde enlouquecidamente fala ao garoto que o papai Noel pune as más crianças, neste momento também assistimos a uma cena onde um malfeitor vestido de papai Noel assalta uma loja e mata o dono que tentara reagir, logo a família estaria retornando para sua casa para passar o natal em família e no caminho encontra o malfeitor do assalto anterior que com o carro quebrado pedia ajuda na estrada, Billy lembrando o que dissera seu avô horas antes fica assustado, porem seus país não vêem aparentes problemas em ajudar o alterego de papai Noel, o resultado é que o malfeitor acerta um tiro matando o pai de Billy, o garoto consegue se esconder na mata e perplexo assiste a morte da mãe à facadas.
Logo o filme pula para o ano de 1974 quando acompanhamos o mesmo Billy agora sendo criado junto com seu irmão menor e outras crianças em um orfanato católico gerido por freiras, neste ponto o que reparamos é uma criança extremamente fragilizada devido as traumáticas experiências vividas 3 anos antes, este trauma infantil de Billy apenas piora com o passar dos dias no orfanato já que a autoritária madre superior que comanda as praticas de ensino no orfanato entende que Billy necessita de disciplina e pulso firme e castiga o garoto constantemente chegando a dar-lhe chicotadas e amarrando-o na cama, enquanto isso o garoto continua a gerir seu trauma natal após natal.

A trama passa 10 anos e chega a 1984 (ano atual na época) quando a irmã Margaret que desde a chegada do garoto tem ajudado-o arruma um emprego para Billy em uma loja de brinquedos, Billy agora com 20 anos demonstra-se um rapaz saudável e proativo alem de manter uma excelente relação com todos os companheiros na loja, porem os dias de normalidade de Billy chegam ao fim quando é chegado mais um natal e o rapaz passa a enfrentar os antigos traumas com a figura do papai Noel, pra piorar o alterego que se fantasiaria de papai Noel na loja se acidenta e sobra exatamente pra Billy o cargo de bom velhinho, exatamente na noite de natal em uma confraternização entre os funcionários dentro da loja Billy presencia a funcionária da qual nutre uma pequena paixão sendo violentada por outro funcionário no estoque da loja, relembrando os traumáticos momentos que passou na infância, Billy agora enlouquecido e fora de si passa a matar tudo e todos a sua volta iniciando a jornada sangrenta pelos funcionários da loja que ali estavam.

Aniversario macabro trata-se de uma produção modesta que orçou por volta de 750.000 dólares e gerou grande controvérsia na época de seu lançamento devido a mostrar a figura do papai Noel como um sádico assassino, a censura da época lutou para que o filme fosse retirado do maior numero possível de salas de cinema, fato curiosos é que já haviam sido lançados nos cinemas norte-americanos outros filmes de horror que usavam a mesma premissa do natal como black christimas em 1974 e mais recentemente christimas evil em 1980 onde inclusive já tínhamos a figura de um paspalho com a roupa de papai Noel como um assassino perturbado.

Outro fator que soa estranho em natal sangrento é o jovem Robert Brian Wilson que da vida ao traumatizado e vingativo Billy Chapman, apesar de se esforçar para aparentar um enlouquecido Billy o ator jamais convence como um assassino louco e cruel, o ator não possui uma estatura suficiente para impor medo e pavor nas vitimas e da a impressão de um adolescente comum, podemos inclusive reparar a dificuldade do mesmo em uma briga corporal com uma vitima homem durante a projeção, apesar destes improváveis a celebre frase punish (punição) que o assassino falava antes de matar as vitimas tornou-se muito popular na época ajudando a compor o sucesso e a controvérsia de natal sangrento.
Com uma historia simples aliada a modestos efeitos e maquiagem (note as cenas de facadas aquela bisnaga que simula o sangue kkk), natal sangrento marcou também por freqüentar o seleto grupo dos grandes slashers produzidos nos anos 80, por estar nesta lista o longa traz memoráveis cenas de mortes, violência e claro: sexo, muito sexo em diversas situações diferentes, inclusive podemos reparar uma tara alucinada do diretor Charles E. Sellier Jr em mostrar seios femininos ao longo da projeção, a recíproca básica é que os seios a mostra traduzem a proximidade da morte da vitima na projeção, fato que não foge muito do que víamos na época, por estes motivos já citados a produção criou diversos inimigos públicos na mídia e fora dela, poderosos críticos norte-americanos como Siskel Hebert e Leonard Maltin definiram a produção como lixo e uma vergonha atribuindo zero estrelas ao longa, se não bastasse isso uma multidão de mães em todo o país norte-americano juntaram-se nas proximidades das salas de cinema que exibiam o longa para protestarem, a excessiva pressão fez resultado e a tristar pictures (estúdio responsável na época pela distribuição do longa por terras norte-americanas) retirou todas as copias dos cinemas pouco tempo depois, fato que não impediria que um distribuidor independente relançasse a obra nos cinemas pouco tempo depois, porem desta vez em um numero muito menor de salas e sem o estardalhaço da primeira vez.

 

Enfim, natal sangrento trata-se uma das excelentes produções slashers realizadas nos anos 80 e tem seu lugar cativo no gênero, assistido hoje seus efeitos já estão batidos e soam bem ultrapassados, ainda assim a historia continua chocante e os toques de humor negro da época dão um fôlego a projeção, pra quem tiver curiosidade (e paciência) longa ganhou nada menos que outras 4 seqüências das que selecionaria assistivel apenas a 2º parte que segue o mínimo de critério pegando rabeira na deixa final propositalmente filmada no desfecho deste original, no inicio de 2007 a screem gens anunciou que tentaria a contratação de Alexandre Aja para realizar um remake de natal sangrento para o ano seguinte porem o diretor com a agenda cheia preferiu não se comprometer com a direção e o roteiro do longa que desde então continua na geladeira, baseado nos últimos remakes que a screem gens lançou (proom night e april fools day) eu realmente espero que o remake de natal sangrento continue na geladeira por um longo período.


NATAL SANGRENTO

Titulo original: silent night, Deadly Night
Diretor: Charles E. Sellier Jr
Produtor: Ira Richard Barmak
Roteiro: Paul Caimi e Michael Hickey
Maquiagem: Perri Sorel
Efeitos especiais: Rick Josephson
Efeitos especiais de maquiagem: Karl Wesson
Elenco: Robert Brian Wilson (Billy Chapman) lilyan Chauvin (madre superior), Gilmer Mccomrck (irmã Margaret), Toni Nero (Pamela), Britt Leach (Mr Sims), Nancy Borgenicht (Mrs Randall), H.E.D Hedford (captain Richards)

ALLIGATOR (1980)

Alligátor trata-se de um filme estadunidense oitentista do horror, me recordo que era exibido inúmeras vezes no extinto cinema em casa do SBT nos anos 90 e por isso lembrava-me perfeitamente de sua premissa básica tratando de um enorme crocodilo (da raça citada obvio) que habitava os grandes e escuros esgotos da cidade de nova York, devido a isso quando (com muito custo) anos depois consegui o velho VHS de alligator, obviamente já sabia exatamente o que encontraria, também por isso qualquer um que reparar na entrada do filme já deve perceber logo de cara que aquele lagartinho que a menina compra, dentro do passar dos anos na historia viria a se tornar o grande vilão, os fatos que seguem logo após este ato citado apenas compravam o obvio, apesar da idéia soar claramente absurda (o bichano conseguir sobreviver a tudo aquilo e ainda por cima crescer descontroladamente), acredito que a introdução que se segue logo após o pai da menina dar descarga e jogar o lagarto na privada é bem interessante mostrando todo o curso do animal pelos encanamentos até chegar ao esgoto vivo e os acontecimentos que o filme introduz passado 12 anos deste ato passam ao publico a clara explicação de como o Alligator titulo conseguiu não só sobreviver como tornar-se um letal caçador.

Depois das habituais mortes que seguem aos que se se embrenham nos esgotos novayorkinos atrás do crocodilo, grande destaque para a tomada em que o crocodilo gigante quebra uma via de um bairro da cidade e sai pelas ruas fazendo vitimas, quando se assiste aos primeiros 40 minutos de alligator se tem a impressão de que não há equipe técnica para a produção da presa, pois as mortes no esgoto tratavam do velho clichê da câmera se aproximando da vitima e a mesma aos gritos e ponto final, levando em consideração que as imagens usadas nestas tomadas do esgoto ficam claras serem tiradas de um nacional geographic, ou seja, nada convincente, a partir do momento que o animal passa a atacar na cidade o filme apresenta um boneco mecanizado (semelhante ao famoso tubarão de Spielberg) o que soa bem convincente e muda o panorama da produção, pois admito que se o animal / vilão da historia se resumisse as tomadas de relance do esgoto o filme seria uma piada pronta enfim, alligator esta longe de ser uma obra prima até porque trata de um assunto bem batido até para a época e seu elenco é pífio a começar pelo casalzinho interpretado pelos péssimos Robert Foster (policial que investiga as mortes no esgoto) e Robin riker (especialista em crocodilos e principalmente alivio romântico do personagem anterior) desde o infame Henry silva (especialista em caçar crocodilos), ainda assim alligator é um programa divertidíssimo pra quem gosta de mortes, sangue e principalmente não exigir um roteiro primoroso.

Como de praxe, alligator deixou quela famosa pontinha final pra render uma sequencia, e isso naturalmente veio a ocorrer em 1992 com alligator 2 a mutação, porem a qualidade e bastante inferior ao original.




ALLIGATOR
 ANO:   1980
PAÍS:    EUA
DURAÇÃO:    85 minutos
DISTRIBUIDORA:     Paris Vídeo
DIREÇÃO:   Lewis Teague
ROTEIRO:   Frank Ray Perilli (história); John Sayles
ELENCO:     Robert Foster, Robin Riker, Michael V. Gazzo, Henry Silva, Perry Lang e Robert Doyle
CARACTERÍSTICAS:
    colorido; Legendado

A VINGANÇA DE JENNIFER (1978)

A vingança de jennifer ou simplesmente I Spit in Your Grave (seu titulo original) é um memorável filme independente da saudosa época dos chamados sexploitation (exploração abusiva de sexo e violência) produzido em 1978, a vingança de Jennifer tornou-se bastante conhecido, comentado na época e lembrado até hoje tratando de um tema recorrente dentro da sociedade, o estupro, e para contar esta historia de violência seguida de muito mais violência o cineasta, produtor e roteirista Israelita criado nos EUA Meir Zarchi não poupou esforços para chegar o mais próximo da realidade.

Dentro da premissa básica o filme utiliza como base três pontos fundamentais que apóiam a trama: 1º a chegada da personagem titulo a localidade interiorana para passar alguns dias de folga, o que desperta o interesse de quatro caipiras da localidade na forasteira, 2º baseado neste interesse os quatro rapazes passam a agir de forma cada vez mais estranha com a garota o que antecede ao estupro brutal de fato e que ocorre bem mais de uma vez em três localidades diferentes com tomadas extensas, e 3º e ultimo, a trama fecha com a personagem titulo que sobrevive as atrocidades e é poupada da morte após um dos rapazes, aparente retardado mental e que alimenta uma paixão pela garota poupa-a da morte, fato este que seria crucial para que a mesma se recuperasse fisicamente e trabalhasse lentamente a morte de um a um dos quatro espertões, a produção como já citado é independente, portanto não apresenta qualidades técnicas apuradas, porem este fato foi crucial para o sucesso do longa, pois a partir do momento que nenhum grande estúdio distribuiria a vingança de Jennifer, foi dada liberdade criativa para que o filme pegasse pesado em todos os pontos, e exibido nas corriqueiras grindhouses estadunidenses na época foi sucesso imediato.

A trama seca como se segue perturba pelo fato de não se limitar a partir dos limites cinematográficos que conhecemos, por isso fica sempre a torcida para que os vilões deixem a garota em paz ou a matem logo para se ter fim aquela agonia, porem nenhuma das coisas ocorrem e o expectador passa a ficar realmente chocado, o mesmo pode ser dito quando a situação se inverte e a personagem titulo caça cada um dos seus estupradores fazendo mortes bem pesadas, uma das grandes sacadas da produção (acredito que mais pela modéstia da produção) é que o filme não tem trilha sonora, ou seja, as exaustivas cenas de estupro e mortes são acompanhadas apenas do som ambiente, o que deixa o filme mais sombrio ainda.

A vingança de Jennifer é uma das melhores produções sexploitation já realizadas pelo cinema, e pra finalizar, se tiver alguma duvida sobre o conteúdo citado leia a frase abaixo contida no cartaz original da produção:

Esta mulher apenas cortou, destruiu e queimou quatro homens, mas nenhum júri na América irá condená-la!

Simplesmente tenebroso.

Observação: a vingança de jennifer ganhou um remake interessante em 2011 intitulado no Brasil de: doce vingança, trata-se de uma roupagem atual para a trama, e eu diria ser um dos poucos remakes atuais que vale a pena assistir.




A VINGANÇA DE JENNIFER (I Spit in Your Grave, EUA, 1978). 100 minutos
Direção: Meir Zarchi
Roteiro: Meir Zarchi
Fotografia: Yuri Haviv
Edição: Meir Zarchi
Produção: Meir Zarchi e Joseph Zbeda
Maquiagem: Armine Minassian; Joan Puma
Efeitos Especiais: Beriau Picard; Bill Tasgal
Elenco: Camille Keaton (Jennifer Hill); Eron Tabor (Johnny); Richard Pace (Matthew); Anthony Nichols (Stanley); Gunter Kleemann (Andy); Alexis Magnotti; Tammy Zarchi; Terry Zarchi; Traci Ferrante; Bill Tasgal; Isaac Agami; Ronit Haviv

SEXTA FEIRA 13 (2009)

O REBOOT DE UMA DAS MAIORES FRANQUIAS DA HISTÓRIA DO TERROR FAZ O "FEIJÃO COM ARROZ" DOS PRIMEIROS FILMES DA SERIE, POREM ERRA AO INSERIR NOVOS CONCEITOS EM UM PERSONAGEM CONSAGRADO!

Quem gosta de cinema já esta acostumado com os remakes / reboots, vivemos uma época em que os produtores atuais na falta de projetos empolgantes, e na maioria das vezes com medo de apostar em algo novo, descobriram que o grande filão é dar nova roupagem ao que já deu certo, e nessa onda grandes franquias foram retomadas começando do zero, é obvio que a serie com mais continuações no cinema depois de 007 seria retomada, e a Platinum Danes, produtora de orçamento baixo-médio de Michael Bay que até então já havia refeito filmes como: A morte pede carona, o Massacre da serra elétrica e Horror em Amytiville, conseguiu os direitos para refilmar sua grande obra até então: Sexta feira 13.
Eu como fã incondicional da franquia desde a infância na época comemorei bastante a noticia porem tive minhas desconfianças a cerca do projeto, afinal de que forma os produtores Brad Fuller e Andrew Form iriam abordar o inicio da saga de Jason Vorhees? que vinha de sequencias péssimas nos anos 90 e inicio da década de 2000 além do infame Freddy VS Jason.

Este Sexta feira 13 preserva boa parte das origens do clássico assassino da mascara de hockey e introduz algumas peculiaridades, O seu primeiro ato já mostra que realmente o foco da história será em Jason, já nos seus primeiros minutos a trama se inicia com uma campista de Crystal Lake fugindo e posteriormente decepando a desequilibrada mãe de Jason, fato que arrastou toda a trama do sexta feira 13 original de 1980, na sequencia da cena vemos Jason ainda criança se aproximando do corpo da mãe que acabara de ser morta, abrindo o filme com esta cena o longa do diretor Marcos Nispel já tem liberdade total para seguir focando naquilo que interessa e que todos os expectadores daquele sexta feira 13 esperavam ansiosamente: Jason Vorhees.
Antes de iniciar a trama que se estendera por todo o filme, o longa mostra um grupo de típicos jovens mochileiros que estão nas redondezas de Crystal lake procurando uma plantação de maconha, dai já subentendesse o que viria nos minutos seguintes: sacanagem entre jovens, sexo, piadas escrotas, consumo de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas além de um romancezinho que não iria durar muito, e logo um brutal ataque do repaginado Jason versão 2009 que a principio já mostra honrar suas origens clássicas vistas nos três primeiros filmes em que deu as caras no inicio dos anos 80.

Dois fatores da franquia original chamam a atenção nessa cena: a cabana arcaica onde o personagem vive e o pano amarrado na face do assassino, o visual clássico do personagem e sua moradia são mostrados a todo o momento em sexta feira 13 parte 2 de 1981, o fator dos idealizadores do filme se atentarem a esses detalhes mostra que os produtores Fuller e Form honrariam o que haviam se proposto a fazer nesse filme, seguir a linha dos primeiros filmes da franquia.
Após o titulo do filme quando já teríamos quase 20 minutos de trama logo vemos o cenário que a história se amarra: em um primeiro plano temos Clay (Jared Padaleck) um jovem em busca de sua irmã desaparecida (a mesma vitima do ultimo ataque de Jason na cena descrita anteriormente) e no segundo plano um grupo de jovens que buscam um fim de semana de muita diversão (sexo, comentários escrotos e tudo o que você já espera em um SF13) na casa de um playboyzinho líder do grupo, desde as cenas iniciais já fica obvio que as histórias de Clay e do grupo, principalmente do seu principio amoroso (Danielle Panabaker) se cruzariam a todo o momento, enquanto isso Jason seguiria fazendo suas vitimas em Crystal Lake tendo como foco principal os jovens que ali chegariam, ou seja: nada fora do padrão.

Ao longo da trama os idealizadores recriaram a forma como o assassino encontra a sua clássica mascara de hockey, eu ainda prefiro a maneira do filme original: sexta feira 13 parte 3, afinal achar a mascara jogada em um velho porão não combina muito com a história, acho que poderiam ter sido mais criativos, até mesmo trazendo um alivio comico decente a trama como tinha sido o gordo desastrado Shelly em 1983.
outro ponto que foi difícil de entender neste filme é a idéia de Jason manter a jovem Whitney (Amanda Righetti) em cárcere privado, até entendo que foi uma forma do roteiro manter viva a personagem irmã de Clay que daria todo o tom da história, porem a questão do assassino mante-la viva devido á semelhança com sua finada mãe soou confusa a origem da serie simplesmente pelo fato de que jamais Jason manteve alguém em cárcere privado, não é uma característica do assassino, me pareceu mais uma característica de Letharface, talvez seja o fato dos produtores anos antes terem refeito o massacre da serra elétrica, de toda forma o fato não combinou com a mitologia da franquia.
Fora isso a segue um paradoxo normal, e admito que foi legal ver o Jason com características claramente humanas, realmente fez muita gente se lembrar dos primeiros filmes afinal já havia enchido o saco ver o Jason monstro criado ao longo dos anos 80 e historicamente disseminado.
Enfim, apesar de algumas falhas características, este remake ou tentativa de refilmar a origem do personagem se mostra convicente dentro de sua proposta e apresenta a geração restart o personagem oitentista com muito folego, uma grande decepção é a cena final, pois vejo que a produção deveria desatrelar a imagem imortal do personagem, de toda forma pode ser considerado como uma homenagem á franquia.



Sexta feira 13
EUA , 2009 – 97 min. Terror, Direção: Marcus Nispel, Roteiro: Damian Shannon, Mark Swift, Mark Wheaton, Elenco: Jared Padalecki, Danielle Panabaker, Amanda Righetti, Travis Van Winkle, Derek Mears, Aaron Yoo.