Freddy Vs Jason é aquele típico filme que todo mundo que acompanha o cinema de terror sabia que mais cedo ou mais tarde ia acontecer, goste ou não das duas figuras, ou de um deles, ou de nenhum deles, se você nasceu anos 80 ou viveu os anos 90, com certeza deve ter cansado de ver tanto Freddy quanto Jason dando as caras diversas vezes nos cinemas e no mínimo viu inúmeras reprises das series sexta-feira 13 e a hora do pesadelo nos mais diversos canais de tv.
Mais do que um primor de filme, ou uma completa babaquice,
FVS é talvez o projeto que mais tempo foi planejado no cinema do horror, seu
esboço foi criado no imaginário popular no meio dos anos 80 quando a serie
sexta-feira 13 já estava no seu 6º filme e a hora do pesadelo caminhava para a
3º parte, ambos os assassinos seriais estavam no seu auge de fama e publico nos
cinemas, e isso obviamente chamava a atenção dos estúdios Paramount e new line
cinema, detentores dos direitos dos personagens Jason e respectivamente Freddy
Krueger.
Os responsáveis pelos estúdios e as franquias chegaram a se
reunir formalmente em 1987, porem as duas partes não chegaram a um acordo sobre
qual caminho seguir ou o que fazer com a junção das 2 franquias, e o caminho
natural foi cada um seguir o seu rumo natural lançando sequencias cada vez
piores a cada ano.
Em 1989, após o pífio desempenho nos cinemas do filme ‘Jason
ataca em Nova York’, o criador de Jason, Sean cunningham obcecado com a ideia
de realizar Freddy VS Jason, decidiu que era o momento de aliar-se ao estúdio
new line cinema para realizar o já esperado filme, e iniciou uma briga com a
Paramount para readquirir os diretor de sua franquia, no inicio da década de 90
a Paramount já desanimada e sem perspectivas com os direitos da serie, vendeu definitivamente
os direitos do personagem para a new line cinema.
A partir dai o caminho estava livre para realizar a
produção, porem a new line a caráter de teste lançou sequencias para as duas series
como ’finais’ das franquias, de certa forma pré-anunciando o encontro dos
monstros, o 1º foi o ‘ultimo pesadelo – Freddy morre’ de 1991, e posteriormente
‘Jason vai para o inferno – a ultima sexta feira 13’ neste ultimo, o seu
desfecho inclusive já mostrava as garras de Freddy puxando a mascara de Jason
para dentro de uma areia movediça, reproduzindo o encontro dos monstros em um
provável inferno.
A verdade é que devido a divergências criativas entre os
criadores das franquias, e a constante troca de diretores á frente do projeto,
além dos 18 roteiros encomendados pelo estúdio entre 1993 e 2002, acabaram
atrasando consideravelmente as filmagens e o posterior lançamento de Freddy VS
Jason nos cinemas, mas o fato é que o filme nunca havia saído da cabeça do publico
e dos envolvidos no projeto, e finalmente no ano de 2002, após muitas analises
e reanalises, os executivos da new line cinema resolveram que não podiam
arriscar em um projeto que se arrastava ha mais de uma década e ainda gerava
enorme expectativa em grande parte do público, trouxeram para a direção o
cineasta chinês Ronny Yu que já havia realizado para os estúdios universal em
1999 um trabalho excepcional trazendo do estaleiro o boneco Chuck com uma nova
roupagem e um toque de humor e violência gore, no infame, grotesco e divertido
‘a noiva de Chuck’ e optaram por um roteiro que acima de tudo, respeitasse as
origens e características dos 2 personagens, ainda assim conseguindo transitar
de forma aceitável entre os distintos universos das fictícias Crystal Lake e
Elm Street, o resultado realmente foi extremamente agradável e divertido,
agradável para os fãs de ambas as franquias, e certamente divertido para os fãs
das duas franquias, além do público em geral.
Eu me recordo muito bem que em dado momento da década de 90
(creio que 1997 ou 1998) ficava me perguntando se ainda havia espaço na mídia
para Jason Vorhees ou Freddy Krueger, estávamos em meio a uma leva de slasher
movies daquela geração, boas franquias como a inteligente serie pânico (que
inclusive fora elaborada por Wes Craven criador de Freddy) seguida por boas
produções que bombavam no mercado interno e cinemas brasucas como: eu sei o que
vocês fizeram no verão passado, a prova final, lenda urbana e outros.
Em 1998 quando os estúdios dimension, divisão popular da
miramax lançaram nos cinemas Halloween H20, fazendo o clássico e famigerado
assassino criado em 1978 por John Carpenter, Michael Myers voltar com tudo para
as telonas e revivendo os seus melhores dias eu pensei: ha espaço para Jason e
Freddy! e anos depois ‘a noiva de Chuck’ me deu a certeza de que os ícones do
cinema de terror estavam voltando com a corda toda, uma pena que a década de
2000 acabou revelando para esses produtores os remakes, que desde então tem
sido o carro chefe dos estúdios para desenterrar antigas franquias.
Voltando para o foco, Freddy VS Jason não só é uma obra
memorável pelo seu histórico e a mitologia das duas criaturas presentes, mas
trata-se do encerramento de um ciclo clássico, já que as duas franquias foram
reiniciadas no final da década de 2000, portanto essa foi à despedida de Robert
england interpretando o impagável Freddy Krueger de a hora do pesadelo de 1984 além
das suas 6 sequencias a serie de tv, e tudo que tenha envolvido o personagem
nos anos 80 e 90. Da parte de Jason ficou o retorno do personagem a sua origem
clássica de monstro matador, criada pelo meio dos anos 80 e destruída nos
péssimos filmes Jason vai para o inferno e Jason x.
A historia criada por Damian Shannnon e Mark Swift inicia
com um prologo de Freddy Krueger narrado pelo próprio assassino, mostrando seu
hobbie predileto quando humano: matar crianças, e o seu posterior assassinato,
sendo queimado vivo pelos país residentes na rua Elm Street.
Com o passar de sua narrativa, percebemos que Freddy esta
esquecido no imaginário dos jovens da época atual, portanto não conseguia
voltar a atormentar os sonhos das pessoas, e consequentemente não matava mais
ninguém.
E para voltar á ativa, Freddy Krueger tira das entranhas
escuras de Crystal Lake o defunto Jason Vorhees, passando-se pela sua finada e
idolatrada mãe, dando ordens para que o mesmo vá até Elm Street (de que forma
ele chegou até lá eu nem imagino) e mate os jovens daquele lugar.
Assim o plano de Freddy era simples: Jason matar alguns
jovens, e o seu histórico assombrar Springwood, assim revivendo sua lenda, e
dando força para trazê-lo de volta, porem os planos de Freddy começam a serem
frustrados pelo próprio Jason que na sua sede de matança, acaba atacando todas às
vitimas de Freddy e impossibilitando o mesmo de adquirir força.
Em meio a isso é obvio que haveriam de ter histórias paralelas
de jovens estereótipos que seriam as presas dos assassinos, para posteriormente
serem mortas das mais diversas formas, além de é claro, o casalzinho para
combater os vilões, e isso fica claro com Lori (Monica Keena), típica garota
sensível e direita que vive frustrada pela morte da mãe além do sumiço do
namorado, e Will (Jason Ritter) o namorado sumido desta que foi internado em um
sanatório acusado de um crime que não cometeu, quando Will consegue fugir com
um amigo, ambos dão conta do retorno de Freddy Krueger a Elm Street e tentam
informar as pessoas, porem é claro que já seria muito tarde, e logo tanto
Freddy quanto Jason estariam matando adoidado e literalmente promovendo o
terror na pequena Springwood.
Em uma época onde o publico já estava acostumado com filmes
de terror dinâmicos e com boa dose de bom-humor além do sangue habitual, os
produtores precisavam apresentar Freddy e Jason em boa forma, afinal o cinema
de terror no inicio da década de 2000 era diferente do cinema de terror nos
anos 80, portanto não bastava produzir qualquer tosqueira, e nesse ponto Freddy
VS Jason foi eficiente, trazendo cenas memoráveis, por exemplo, o primeiro
assassinato de Jason em Springwood é curioso, com o assassino atravessando a
faca no garoto e posteriormente dobrando a cama e o corpo do mesmo, bem
original.
Outros pontos relevantes positiva e negativamente em FVS:
A cena onde a personagem de Kelly Rowland tem o pesadelo de
Freddy cortando o seu nariz com as garras ficou divertida e bem feita.
A cena onde Freddy atrai a garota até uma usina abandonada é
bem legal, já que relembra uma clássica cena do 1º filme da serie a hora do
pesadelo, uma espécie de homenagem, mas infelizmente Jason acaba interferindo
nos planos de Freddy, também há neste cenário o 1º embate entre as criaturas.
A cena de Jason estragando a Rave dos jovens de Springwood
também é divertidíssima, a cena do gordinho correndo e sendo atingido pela
lança é digna de boas lembranças.
A uma parte completamente desnecessária onde Freddy
transforma-se em uma espécie de monstro rastejante e incorpora o personagem
maconheiro em uma de suas ‘brisas’ já que logo ele tornaria-se Freddy
novamente, me perguntei na 1º vez que assisti ao filme: pra que essa cena?
A cena que retrata a infância de Jason com a inclusão de
freddy na sacanagem com uma instrutora do acampamento também é infame.
Na verdade o filme chaga nos seus ‘finalmentes’ quando a
história parte para Crystal Lake, é ali que acontecerão as melhores cenas quanto
ao que você que quis assistir a esse filme tanto esperou: Freddy VS Jason.
Conclusão: Freddy VS Jason certamente não vai agradar a 100%
de nenhum dos fãs das duas franquias e principalmente não agradou a maior parte
do publico na época, pois se trata de um filme que foi realizado sob pressão,
pois precisava respeitar a mitologia das duas franquias e ser o máximo fiel às
características mostradas nos 17 filmes anteriores das duas franquias, e
levando-se em consideração todos os percalços que ocorreram até que o filme
saísse do papel, as cogitações já feitas incluindo roteiros tão bestas quanto
os piores filmes das duas series, e principalmente tudo o que ambos os
personagens representam não só para os fãs, mas para a história do cinema em
geral (já que de fato conseguiram tornar-se referencias dentro do seu gênero)
enxergo que Freddy VS Jason foi exatamente aquilo que deveria ser: um filme
digno de um ‘sexta-feira’ 13 ou a ‘hora do pesadelo’ de meados dos anos 80, com
um humor moderado para a sua época, e um publico desacostumado com assassinos
imortais como Jason Vorhees e Freddy Krueger, e acostumado com filmes de terror
e suspense com histórias bem mais inteligentes e elaboradas como premonição, o
chamado, os outros e extermínio.
Freddy VS Jason
Direção: Ronny Yu
Elenco: Robert Englund, Ken Kirzinger, Monica Keena, Jason Ritter, Kelly Rowland, Chris Marquette, Brendan Fletcher, Katharine Isabelle, Lochlyn Munro, Kyle Labine, Tom Butler, David Kopp, Paula Shaw, Jesse Hutch, Zack Ward, Garry Chalk, Brent Chapman, Spencer Stump, Joëlle Antonissen, Alistair Abell, Robert Shaye, Chris Gauthier, Colby Johannson, Kimberley Warnat, Kevin Hansen, Alex Green, Odessa Munroe, Jamie Mayo, Blake Mawson, Viv Leacock, Tony Willett, Claire Riley, Sharon Peters, Sarah-Anne Hepher, Kirsti Forbes, Taryn McCulloch, Eileen Pedde, Sean Tyler Foley, Jacqueline Stewart, Laura Boddington, Colton Shock, Spencer Doduk, Anysha Berthot![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-6FBVsgxX3Stg1LcGOsFnmB-6i48adRpUAkH7YcZqXFWsIr28gfhO-vC3FQa7p6leLyQHqxV4Kvg1QGZkGwbmOuQ0BMeG-OtNlqyTbMFde2zgOKpBtvHqg2N6e10Lj79l8oNZersKQ5c/s400/cartas.jpg)
Direção: Ronny Yu
Produção: Sean S. Cunningham
Roteiro: David S. Goyer, Damian Shannon, Mark Swift
Fotografia: Fred Murphy
Trilha Sonora: Graeme Revell, Corey Taylor
Duração: 97 min.
Ano: 2003
País: EUA/ Itália/ Canadá
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: New Line Cinema / Avery Pix / Cecchi Gori Group Tiger Cinematografica / Sean S. Cunningham Films / WTC Productions / Yannix Technology Corporation
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