Os anos 70 foram terra fértil para a proliferação de gêneros
no cinema do horror, grandes conceitos clássicos foram criados e principalmente
expandidos nessa década e talvez o maior deles tenha sido os slasher movies
afinal surgiu nada mais, nada menos do que o saudoso Michael Myers pelas mãos
de John Carpenter, além de filmes macabros como ‘o exorcista’, dentre as
grandes febres nessa época talvez a maior que surgiu tenha sido o
terror oriundo das profundezas do mar.
A grande inspiração e impulsão para esse tipo de filme
certamente veio com o lançamento do hoje mega-classico do na época desconhecido
diretor Steven Spielberg: Tubarão em 1975, o longa rapidamente tornou-se febre
entre os jovens nos EUA e o sucesso espalhou-se pelo mundo, seguindo a sina
mercadológica do cinema, não demorou quase nada para que os estúdios
rapidamente pegassem carona no sucesso de Tubarão. No ano seguinte é lançado Tintorera,
contando a história de um tubarão tigre que ataca uma costa marítima no México, em 1977 a esperada sequencia de
tubarão rivalizaria nos cinemas com ‘orca: a baleia assassina’ que segue os
mesmos passos do tubarão original, além do razoável longa ‘tentáculos’ lançado
em 1978, em meio a essa leva de filmes que se seguiram nos anos seguintes, há
uma obra que se destacou e seguiu vida própria tendo tornando-se um clássico do
gênero, talvez o único que possa de alguma forma ser colocado no mesmo patamar
que o Tubarão de Spielberg, este filme é Piranha, longa ambicioso lançado nos
cinemas em 1978 pelo cineasta Joe Dante.
O na época novato diretor Joe Dante tinha como parceiro e espécie
de mentor cinematográfico o lendário diretor de longas de horror Roger Corman,
que na época ficou antenadíssimo ao sucesso de tubarão e a subsequente onda dos
filmes do gênero na época, foi então que em um encontro dos dois surgiu à ideia
de fazer um filme de baixo orçamento inspirado nesse tema, porem com piranhas como
vilãs, peixes carnívoros tropicais, e como colocar peixes de clima tropical em
pleno Texas? Em uma exposta cutucada a temerosa guerra no Vietnã que assolava
os jovens estadunidenses na época, o roteiro criado por John Sayles conta
experiências em uma base militar no Texas, EUA onde um cientista que
desenvolvia armadilhas contra os vietnamitas na guerra acaba criando as tais
piranhas assassinas que por um acidente invadem um lago local, os militares
norte-americanos em uma atitude de abafar o caso resolvem esconder os fatos, e
sobra para o casal central formado por um caipira local e uma garota vinda da
cidade em busca de um casal desparecido, resolverem a situação.
Piranha foi uma proposta diferente na época, a ideia dos
idealizadores foi realizar uma produção barata porem que trouxesse um novo
paradoxo de efeitos de realismo, tal conceito foi efetuado com sucesso, e quem
assiste o filme mesmo nos dias de hoje observa que alguns efeitos tal como os
peixes mutantes que aparecem na cena do laboratório foram elaborados de maneira
convincente, tendo em vista que essa tecnologia seria muito utilizada muitos
anos depois em filmes como robocop e exterminador do futuro, já os efeitos de
maquiagem observando nos dias atuais deixam e muito a desejar, o que pode ser
facilmente averiguado na cena do ataque final das piranhas aos adolescentes no
lago.
A prova que ‘piranha’ foi de fato um sucesso na época é uma
liminar que a universal pictures (produtora do lançamento tubarão 2 em 1977) ameaçou
juridicamente acionar a New World pictures (pequena produtora de do longa
piranha) com a justificativa de plagio, reza a lenda que a liminar só não se
concretizou devido a conselhos do próprio Steven Spielberg que na época ocupava
o cargo de conselheiro artístico de tubarão 2.
Porem ao assistir Piranha, o que enxergamos é uma obra
extremamente divertida e descompromissada de modismos ou em copiar clichês de
seu primo rico ‘tubrarão’ como tantos filmes na é´poca o fizeram, tal
descompromisso é notado em detalhes como a cena pós-inicial onde a protagonista
Maggie (Heather Menzies) aparece jogando um fliperama oficial do filme tubarão,
ou na cena em que os policiais estão assistindo a um filme preto e branco
mostrando um enorme monstro d’agua (se alguém souber o nome do filme citado
favor informar pois eu procurei e não consegui descobrir), a garota na beira da
praia lendo ao clássico livro da baleia assassina Moby Dick, todos esses
detalhes da produção mostram que os idealizadores de piranha na verdade fazem
uma grande homenagem a todos os elementos similares que o sucederam com o bom
humor que viria a se caracterizar nos filmes de Joe Dante.
Enfim, Piranha também se tornou um clássico com o passar dos
anos, com uma história extremamente envolvente e feitos especiais esforçados. 3
anos após seu lançamento ganhou uma sequencia um tanto quanto trash onde o foco
absurdamente foram piranhas voadoras, atualmente o filme é mais lembrado como o
debute do grande cineasta James Cameron nas telonas, já sobre os remakes:
piranha 3D de 2010 e piranha 3D2 de 2012 analiso como tentativas frustradas de
recriar filmes clássicos apenas com interesses financeiros, tendo em vista que
ambos os filmes focam mais nudez feminina e situações engraçadas do que horror
de fato, não que eu não goste de nudez feminina e filmes engraçados, porem acho
que quando alguém quer ver coisas do tipo vai procurar respectivamente às
seções de filmes pornográficos e comédias pastelão.
Piranha
Título original: Piranha
Ano: 1978 País: Estados Unidos Duração: 94 min. Gênero: Suspense Elenco: Bradford Dillman, Kevin McCarthy, Heather Menzies, Keenan Wynn. Diretor: Joe Dante Produtor: Roger Corman Trilha Sonora: Pino Donaggio
Antes de mais nada, penso que a crítica geral precisa
começar a analisar os remakes não apenas como adversários diretos das obras originais,
mas sim como oportunidades de mostrar boas histórias que já foram contadas,
agora sob uma nova perspectiva e para uma nova geração, e se quem for analisar
esse ‘a morte do demônio’ desta maneira, sem querer a todo momento da projeção
comparar a obra do jovem cineasta uruguaio Fede Alvarez com o clássico dirigido por Sam Raimi em 1981, certamente vai se dar conta que se trata de um excelente
filme gore e violento para o publico atual.
Sem colocar o freio de mão nos palavrões, escatologia e
principalmente na violência e literalmente no sangue, a morte do demônio
reconta a história de 1981 porem desbravando outros caminhos, portanto esqueça
aqui a presença de Ash, a mesma cronologia e o bom humor habitual da serie 'uma noite alucinante', o que você vai ver são elementos bem diferentes, embora o livro dos mortos e a garota possuída no porão
ainda estão aqui, eu diria que a sensação é de chegar em um destino que eu já conhecia, porem utilizando um caminho onde fui por ruas diferentes.
O inicio da história mostra uma jovem sendo capturada na floresta,
e logo percebemos que a mesma esta possuída por alguma entidade maligna, logo a
garota seria queimada conforme os ritos satânicos no livro ali ensinam, portanto
já fica claro o que vem pela frente.
Após a introdução o filme não perde tempo e apresenta o
grupo de jovens amigos que resolvem passar um fim de semana na velha
cabana dos irmãos Mia (Jane Levy) e David (Shiloh Fernandes), porem esqueça os
motivos óbvios, aqui não haverá sexo ou comentários cretinos, o motivo é nobre,
a intenção daquele fim de semana é desintoxicar Mia que sofre com o vicio em drogas
e recentemente sofreu uma overdose, para isso os amigos se uniram em prol da
causa, ainda que haja as divergências comuns.
Conforme as horas vão passando a abstinência de Mia piora, e
se isso não bastasse, os amigos descobrem que no porão da cabana há diversos
animais mortos presos ao teto além de algo embalado em um saco revestido por
arames farpados (o que viria a ser o famigerado livro dos mortos agora em versão
ray tech com a capa revestida de pele humana costurada (estilo mascara do
Letharface)).
É obvio que aqui também temos um curioso que vai desbravar o
livro inclusive desvendando as palavras que vem a invocar o demônio do titulo,
e a partir dai a presa mais fácil daquele lugar (a fragilizada Mia) ira incorporar
o mal na sua pior face.
A cena do estupro das arvores também é reencenada neste remake
e ficou bem legal, alias uma das sacadas interessantes do diretor Fede Alvares
que também cuidou do roteiro (sempre com as orientações dos paizões da serie: Sam
Raimi e Bruce Campbell) foi procurar não se apegar completamente ao filme
original, portanto os elementos aqui se diferenciam completamente do filme
original, note que esse ‘a morte do demônio’ usa e abusa das tomadas a luz do
dia, dando grande ênfase ao clima frio e a neblina em contraste com os galhos e
folhas secas, já o filme original concentrou-se praticamente o filme todo no
período da noite.
E não é só nisso que o filme inova, obviamente temos
elementos clássicos da serie como a motosserra, a mão decepada e tantos outros como já fora
falado, porem esse filme se aproveita de elementos bem interessantes para
tornar a obra assustadora e escatológica, isso inclui cenas como um mega vomito
de sangue na cara de uma garota, uma garota decepando a própria mão após se dar
conta que a mesma esta infectada (não confundir com a cena da mão decepada do personagem principal),
uma garota possuída cortando um pedaço considerável do próprio rosto, um ataque
bizarro de um personagem possuído com uma arma de pregos e tantas outras cenas nojentas
e memoráveis, além de no seu final distanciar-se do obvio e apresentar uma nova
figura como personagem principal.
Realmente esse ‘a morte do demônio’ provavelmente não deve
alcançar o status da obra original de Sam Raimi, até porque desta vez trata-se
de uma história já consagrada e rodeada por pessoas com grande prestigio no cinema
mundial como é o caso do próprio Raimi, porem em uma época onde o cinema esta
cada vez mais burocrático, e os estúdios na intenção de não perder o publico
teen nas telonas tem obrigado os filmes a pegar bem leve na violência e no
sangue, temos de no mínimo tirar o chapéu para os produtores terem concebido um
filme desse apelo com uma classificação acima de 18 anos.
Observação reveladora nos créditos finais (se não quiser
descobrir não leia):
Certamente a maior surpresa para o publico e principalmente os
fãs da ‘serie uma noite alucinante’ será notar que esse filme não se trata
de um reinicio ou reboot (como dizem hoje em dia) da serie, mas sim uma sequencia
que não ignora os fatos que ocorreram na serie, inclusive mostrando Bruce Campbell
(o clássico protagonista Ash da serie) já quase no final dos créditos narrando os acontecimentos que acabara de acontecer como uma especie de registro dos fatos, agora de que forma os
produtores vão juntar Ash junto com a nova heroína Mia será a duvida do publico,
fato é que não deve demorar muito para uma nova sequencia sair, só tenho minhas
duvidas se Bruce Campbell ainda esta em forma para reviver o personagem Ash.
A Morte do Demônio
titulo original: Evil Dead Ano: 2013
duração: 100 minutos
Éstreia nacional:19/04/2013
elenco:Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas, Elizabeth Blackmore, Phoenix Connolly, Jim McLarty, Sian Davis, Stephen Butterworth, Karl Willetts, Randal Wilson roteiro: Fede Alvarez, Diablo Cody, Sam Raimi, Rodo Sayagues Mendez Produção executiva: Joseph Drake, Maya Fukuzawa, Nathan Kahane, Peter Schlessel produção: Bruce Campbell, Sam Raimi, Robert G. Tapert Direção: Federico Alvarez
PLANEJADO DESDE OS ANOS 80, O CROSSOVER DE SEXTA-FEIRA 13 E A HORA DO PESADELO É POLITICO E PROCURA AGRADAR AOS FÃS DAS DUAS SERIES! Freddy Vs Jason é aquele típico filme que todo mundo que
acompanha o cinema de terror sabia que mais cedo ou mais tarde ia acontecer,
goste ou não das duas figuras, ou de um deles, ou de nenhum deles, se você
nasceu anos 80 ou viveu os anos 90, com certeza deve ter cansado de ver tanto
Freddy quanto Jason dando as caras diversas vezes nos cinemas e no mínimo viu
inúmeras reprises das series sexta-feira 13 e a hora do pesadelo nos mais
diversos canais de tv.
Mais do que um primor de filme, ou uma completa babaquice,
FVS é talvez o projeto que mais tempo foi planejado no cinema do horror, seu
esboço foi criado no imaginário popular no meio dos anos 80 quando a serie
sexta-feira 13 já estava no seu 6º filme e a hora do pesadelo caminhava para a
3º parte, ambos os assassinos seriais estavam no seu auge de fama e publico nos
cinemas, e isso obviamente chamava a atenção dos estúdios Paramount e new line
cinema, detentores dos direitos dos personagens Jason e respectivamente Freddy
Krueger.
Os responsáveis pelos estúdios e as franquias chegaram a se
reunir formalmente em 1987, porem as duas partes não chegaram a um acordo sobre
qual caminho seguir ou o que fazer com a junção das 2 franquias, e o caminho
natural foi cada um seguir o seu rumo natural lançando sequencias cada vez
piores a cada ano.
Em 1989, após o pífio desempenho nos cinemas do filme ‘Jason
ataca em Nova York’, o criador de Jason, Sean cunningham obcecado com a ideia
de realizar Freddy VS Jason, decidiu que era o momento de aliar-se ao estúdio
new line cinema para realizar o já esperado filme, e iniciou uma briga com a
Paramount para readquirir os diretor de sua franquia, no inicio da década de 90
a Paramount já desanimada e sem perspectivas com os direitos da serie, vendeu definitivamente
os direitos do personagem para a new line cinema.
A partir dai o caminho estava livre para realizar a
produção, porem a new line a caráter de teste lançou sequencias para as duas series
como ’finais’ das franquias, de certa forma pré-anunciando o encontro dos
monstros, o 1º foi o ‘ultimo pesadelo – Freddy morre’ de 1991, e posteriormente
‘Jason vai para o inferno – a ultima sexta feira 13’ neste ultimo, o seu
desfecho inclusive já mostrava as garras de Freddy puxando a mascara de Jason
para dentro de uma areia movediça, reproduzindo o encontro dos monstros em um
provável inferno.
A verdade é que devido a divergências criativas entre os
criadores das franquias, e a constante troca de diretores á frente do projeto,
além dos 18 roteiros encomendados pelo estúdio entre 1993 e 2002, acabaram
atrasando consideravelmente as filmagens e o posterior lançamento de Freddy VS
Jason nos cinemas, mas o fato é que o filme nunca havia saído da cabeça do publico
e dos envolvidos no projeto, e finalmente no ano de 2002, após muitas analises
e reanalises, os executivos da new line cinema resolveram que não podiam
arriscar em um projeto que se arrastava ha mais de uma década e ainda gerava
enorme expectativa em grande parte do público, trouxeram para a direção o
cineasta chinês Ronny Yu que já havia realizado para os estúdios universal em
1999 um trabalho excepcional trazendo do estaleiro o boneco Chuck com uma nova
roupagem e um toque de humor e violência gore, no infame, grotesco e divertido
‘a noiva de Chuck’ e optaram por um roteiro que acima de tudo, respeitasse as
origens e características dos 2 personagens, ainda assim conseguindo transitar
de forma aceitável entre os distintos universos das fictícias Crystal Lake e
Elm Street, o resultado realmente foi extremamente agradável e divertido,
agradável para os fãs de ambas as franquias, e certamente divertido para os fãs
das duas franquias, além do público em geral.
Eu me recordo muito bem que em dado momento da década de 90
(creio que 1997 ou 1998) ficava me perguntando se ainda havia espaço na mídia
para Jason Vorhees ou Freddy Krueger, estávamos em meio a uma leva de slasher
movies daquela geração, boas franquias como a inteligente serie pânico (que
inclusive fora elaborada por Wes Craven criador de Freddy) seguida por boas
produções que bombavam no mercado interno e cinemas brasucas como: eu sei o que
vocês fizeram no verão passado, a prova final, lenda urbana e outros.
Em 1998 quando os estúdios dimension, divisão popular da
miramax lançaram nos cinemas Halloween H20, fazendo o clássico e famigerado
assassino criado em 1978 por John Carpenter, Michael Myers voltar com tudo para
as telonas e revivendo os seus melhores dias eu pensei: ha espaço para Jason e
Freddy! e anos depois ‘a noiva de Chuck’ me deu a certeza de que os ícones do
cinema de terror estavam voltando com a corda toda, uma pena que a década de
2000 acabou revelando para esses produtores os remakes, que desde então tem
sido o carro chefe dos estúdios para desenterrar antigas franquias.
Voltando para o foco, Freddy VS Jason não só é uma obra
memorável pelo seu histórico e a mitologia das duas criaturas presentes, mas
trata-se do encerramento de um ciclo clássico, já que as duas franquias foram
reiniciadas no final da década de 2000, portanto essa foi à despedida de Robert
england interpretando o impagável Freddy Krueger de a hora do pesadelo de 1984 além
das suas 6 sequencias a serie de tv, e tudo que tenha envolvido o personagem
nos anos 80 e 90. Da parte de Jason ficou o retorno do personagem a sua origem
clássica de monstro matador, criada pelo meio dos anos 80 e destruída nos
péssimos filmes Jason vai para o inferno e Jason x.
A historia criada por Damian Shannnon e Mark Swift inicia
com um prologo de Freddy Krueger narrado pelo próprio assassino, mostrando seu
hobbie predileto quando humano: matar crianças, e o seu posterior assassinato,
sendo queimado vivo pelos país residentes na rua Elm Street.
Com o passar de sua narrativa, percebemos que Freddy esta
esquecido no imaginário dos jovens da época atual, portanto não conseguia
voltar a atormentar os sonhos das pessoas, e consequentemente não matava mais
ninguém.
E para voltar á ativa, Freddy Krueger tira das entranhas
escuras de Crystal Lake o defunto Jason Vorhees, passando-se pela sua finada e
idolatrada mãe, dando ordens para que o mesmo vá até Elm Street (de que forma
ele chegou até lá eu nem imagino) e mate os jovens daquele lugar.
Assim o plano de Freddy era simples: Jason matar alguns
jovens, e o seu histórico assombrar Springwood, assim revivendo sua lenda, e
dando força para trazê-lo de volta, porem os planos de Freddy começam a serem
frustrados pelo próprio Jason que na sua sede de matança, acaba atacando todas às
vitimas de Freddy e impossibilitando o mesmo de adquirir força.
Em meio a isso é obvio que haveriam de ter histórias paralelas
de jovens estereótipos que seriam as presas dos assassinos, para posteriormente
serem mortas das mais diversas formas, além de é claro, o casalzinho para
combater os vilões, e isso fica claro com Lori (Monica Keena), típica garota
sensível e direita que vive frustrada pela morte da mãe além do sumiço do
namorado, e Will (Jason Ritter) o namorado sumido desta que foi internado em um
sanatório acusado de um crime que não cometeu, quando Will consegue fugir com
um amigo, ambos dão conta do retorno de Freddy Krueger a Elm Street e tentam
informar as pessoas, porem é claro que já seria muito tarde, e logo tanto
Freddy quanto Jason estariam matando adoidado e literalmente promovendo o
terror na pequena Springwood.
Em uma época onde o publico já estava acostumado com filmes
de terror dinâmicos e com boa dose de bom-humor além do sangue habitual, os
produtores precisavam apresentar Freddy e Jason em boa forma, afinal o cinema
de terror no inicio da década de 2000 era diferente do cinema de terror nos
anos 80, portanto não bastava produzir qualquer tosqueira, e nesse ponto Freddy
VS Jason foi eficiente, trazendo cenas memoráveis, por exemplo, o primeiro
assassinato de Jason em Springwood é curioso, com o assassino atravessando a
faca no garoto e posteriormente dobrando a cama e o corpo do mesmo, bem
original.
Outros pontos relevantes positiva e negativamente em FVS:
A cena onde a personagem de Kelly Rowland tem o pesadelo de
Freddy cortando o seu nariz com as garras ficou divertida e bem feita.
A cena onde Freddy atrai a garota até uma usina abandonada é
bem legal, já que relembra uma clássica cena do 1º filme da serie a hora do
pesadelo, uma espécie de homenagem, mas infelizmente Jason acaba interferindo
nos planos de Freddy, também há neste cenário o 1º embate entre as criaturas.
A cena de Jason estragando a Rave dos jovens de Springwood
também é divertidíssima, a cena do gordinho correndo e sendo atingido pela
lança é digna de boas lembranças.
A uma parte completamente desnecessária onde Freddy
transforma-se em uma espécie de monstro rastejante e incorpora o personagem
maconheiro em uma de suas ‘brisas’ já que logo ele tornaria-se Freddy
novamente, me perguntei na 1º vez que assisti ao filme: pra que essa cena?
A cena que retrata a infância de Jason com a inclusão de
freddy na sacanagem com uma instrutora do acampamento também é infame.
Na verdade o filme chaga nos seus ‘finalmentes’ quando a
história parte para Crystal Lake, é ali que acontecerão as melhores cenas quanto
ao que você que quis assistir a esse filme tanto esperou: Freddy VS Jason.
Conclusão: Freddy VS Jason certamente não vai agradar a 100%
de nenhum dos fãs das duas franquias e principalmente não agradou a maior parte
do publico na época, pois se trata de um filme que foi realizado sob pressão,
pois precisava respeitar a mitologia das duas franquias e ser o máximo fiel às
características mostradas nos 17 filmes anteriores das duas franquias, e
levando-se em consideração todos os percalços que ocorreram até que o filme
saísse do papel, as cogitações já feitas incluindo roteiros tão bestas quanto
os piores filmes das duas series, e principalmente tudo o que ambos os
personagens representam não só para os fãs, mas para a história do cinema em
geral (já que de fato conseguiram tornar-se referencias dentro do seu gênero)
enxergo que Freddy VS Jason foi exatamente aquilo que deveria ser: um filme
digno de um ‘sexta-feira’ 13 ou a ‘hora do pesadelo’ de meados dos anos 80, com
um humor moderado para a sua época, e um publico desacostumado com assassinos
imortais como Jason Vorhees e Freddy Krueger, e acostumado com filmes de terror
e suspense com histórias bem mais inteligentes e elaboradas como premonição, o
chamado, os outros e extermínio.
Freddy VS Jason Direção: Ronny Yu
Elenco: Robert Englund, Ken Kirzinger, Monica Keena, Jason Ritter, Kelly Rowland, Chris Marquette, Brendan Fletcher, Katharine Isabelle, Lochlyn Munro, Kyle Labine, Tom Butler, David Kopp, Paula Shaw, Jesse Hutch, Zack Ward, Garry Chalk, Brent Chapman, Spencer Stump, Joëlle Antonissen, Alistair Abell, Robert Shaye, Chris Gauthier, Colby Johannson, Kimberley Warnat, Kevin Hansen, Alex Green, Odessa Munroe, Jamie Mayo, Blake Mawson, Viv Leacock, Tony Willett, Claire Riley, Sharon Peters, Sarah-Anne Hepher, Kirsti Forbes, Taryn McCulloch, Eileen Pedde, Sean Tyler Foley, Jacqueline Stewart, Laura Boddington, Colton Shock, Spencer Doduk, Anysha Berthot Produção: Sean S. Cunningham Roteiro: David S. Goyer, Damian Shannon, Mark Swift Fotografia: Fred Murphy Trilha Sonora: Graeme Revell, Corey Taylor Duração: 97 min. Ano: 2003 País: EUA/ Itália/ Canadá Gênero: Terror Cor: Colorido Distribuidora: Não definida Estúdio: New Line Cinema / Avery Pix / Cecchi Gori Group Tiger Cinematografica / Sean S. Cunningham Films / WTC Productions / Yannix Technology Corporation
Funhouse ou ‘pague para entrar, reze para sair’ como é intitulado
no Brasil trata-se do 5º filme da irregular carreira do diretor Tobe Hopper,
concebendo o épico massacre da serra elétrica anos antes, o diretor se
aventurou em alguns projetos de pouca (ou nenhuma) projeção e só então no
distante ano de 1981 foi convidado pela universal a dirigir este terror que se
passa em um lugar bastante excêntrico, mas que viria a se tornar bastante
explorado nos próximos anos, um parque de diversões.
Dentro deste enigmático
contexto, pague para entrar, reze para sair consegue se sair muito bem
trabalhando todos os supostos enigmas que poderiam existir em um parque de
diversões desabitado, sua premissa também não é nada absurda, dois casais de jovens
em busca de diversão decidem ir ao parque de diversões, até ai tudo normal,
porem um dos rapazes tem a brilhante idéia de todos passarem a noite dentro do
parque para pura diversão, porem nenhum deles imaginava o quão sofrimento
aquela noite poderia reservar-lhes.
Apesar desta obra de Tobe Hopper não ser
nem de longe um primor, o filme consegue ser um dos melhores do diretor, até
porque a historia segue a cartilha básica dos filmes de terror dos anos 80,
jovens, diversão, mortes e tudo dentro de um contexto provável e seguindo
personagens onde não existe a necessidade de aprofundar-se em suas vidas, outro
dos bons méritos de pague para entrar reze para sair consiste exatamente na
idéia de utilizar um parque de diversões como já citado, o local mostra um
clima forçado para assustar as pessoas com seus trens fantasmas e Cia. Porem
quando os portões são fechados o grande mal parte de pessoas normais (ou quase
normais) como eu e você, e a idéia de mostrar com extrema freqüência os
sinistros bonecos do parque dentro do escuro clima do longa também ajudam a
criar o clima necessário de tensão para o filme, tamanha a idéia de longa na
utilização dos bonecos pode ser reparada em sua introdução que se inicia com
uma quase apresentação destes bonecos ao publico, alias o enorme boneco de uma
mulher sentada dando risada no desfecho do longa também caiu muito bem para
fechar o quão traumatizante foi à experiência no parque para a garota em
questão.
Pague para entrar, reze para sair, nem de perto é um
clássico, e tampouco foi sucesso absoluto ou referencia, ainda assim certamente
não passa despercebido, tanto na filmografia de Tobe Hopper como dentro dos
filmes de horror de sua época, acredito que uma exibição do filme nos dias de
hoje para um publico jovem proporcionaria boas gargalhadas e constrangimentos a
nova geração já que se trata de um filme visivelmente ultrapassado, ainda assim
funciona muito bem dentro do contexto dos filmes de terror memoráveis e em
tempos de remakes desenfreados como os dias de hoje não duvide rever este mesmo
funhouse (seu titulo original) ganhando uma nova roupagem, alias devido aos
fatos já citados acho que seria uma boa pedida.
PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR
The Funhouse , Estados Unidos,
ano: 1981
Duração: 96 minutos
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: Lawrence Block
Produção: Steven Bernhardt
Produção Executiva: Mark L. Lester; Mace Neufeld
Edição: Jack Hofstra
Fotografia: Andrew Laszlo
Música: John Beal
Direção de Arte: Jose Duarte
Desenho de Produção: Mort Rabinowitz
Maquiagem: Rick Baker; Craig Reardon
Elenco: Elizabeth Berridge (Amy Harper); Shawn Carson (Joey Harper); Jeanne Austin (Mrs. Harper); Jack McDermott (Mr. Harper); Cooper Huckabee (Buzz); Largo Woodruff (Liz); Miles Chapin (Richie); David Carson (Geek); Sonia Zomina; Ralph Morino; Kevin Conway; Herb Robins; Mona Agar; Wayne Doba; William Finley; Susie Malnik
Dentre os muitos filmes de zumbis lançados nos anos 70, a maioria
dos títulos passa despercebido nos dias de hoje, porem ha produções que por sua
originalidade e excelente roteiro e andamento da história conseguiram ter o seu
lugar ao sol e ser lembrada por boa parte dos fãs do gênero, a produção
espano-italiana filmada na Inglaterra (haja Europa) Zumbi 3 ou ‘let sleeping
corpses lie’ se enquadra nessa lista de filmes.
A história acompanha George (Ray Lovelock) que após um
incidente causado em sua moto por Edna (Cristina Galbo) em um posto de
gasolina, acaba viajando junto á garota em seu carro para seguir o seu destino,
porem devido á urgência o rapaz acompanha Edna em uma visita a irmã da mesma em
um condado no interior da Inglaterra.
Após alguns desencontros os dois chegam na localidade e
George embrenha-se pelo campo em busca de informações sobre a moradia da irmã
de Edna, nesse mesmo tempo a garota é peseguida por um tipo extremamente
estranho que mostra de cara ser um zumbi, enquanto George é apresentado a um
grupo de campistas que fazem testes em uma maquina pesticida que através de
radiação ultrassônica elimina os insetos, na verdade essa questão passa a tomar
mais importância na história bem depois.
Enquanto Martin e Edna continuam a procura, somos
apresentados ao casal Katie (Jeanine Mestre) (a tal irmã de Edna) e Martin
(José Lifante) que enfrentam alguns problemas devido a Katie ser viciada em heroína,
não demoraria muito para o mesmo zumbi que atacou Edna ir atrás de Katie que
corre desenfreada atrás do marido Martin que acabaria sendo morto em confronto
com o zumbi, em meio aos fatos um velho sargento durão da policia (Arthur
Kennedy) acostumado a resolver as coisas na truculência (bem ao estilo John
Wayne, um tipo que não se aplica mais aos dias atuais) acha que Katie foi à autora
do assassinato do marido, e pra complicar as coisas acaba indiciando George e
Edna como cumplices, e se você achava que a coisa não podia piorar, o tal
sargento ainda acha heroína na casa de Katie, o que confirma ainda mais as
suspeitas que a mesma agora sob efeito de drogas tenha cometido o crime.
E partir dai a narrativa da história se concentra no casal
formado por George e Edna tentarem provar à inocência de Katie, e em meio a
isso descobrirem que algum mal maior atormenta aquele condado com mortos
levantando de suas tumbas, e pra complicar e muito a vida dos 2, o tal sargento
vai permanecer no encalço deles por todo o filme, na verdade o personagem de
Arthur Kennedy é o contraponto da história, e podemos enxergar ai uma situação
cultural na época, um velho e truculento oficial da policia acostumado a impor a
ordem e o cumprimento da lei em seu condado sob qualquer circunstancia, e ele
vai fazer a lei ser cumprida nem que seja para agir sob as ultimas consequências,
e isso inclui até matar um cidadão a balas sem sequer ter provas concretas de
um crime (ainda que o cometimento de um crime não seja sequer motivo para esse alguém
ser assassinado, pelo menos pelas leis de nosso país), o tamanho censo de
rigidez do sargento fica nítido em cenas onde o mesmo parte para a agressão e
embate principalmente com George, onde fica claro o desprezo ao jovem, criticado
pelas vestimentas que utiliza (modismos dos jovens ingleses nos anos 70) e taxado
constantemente junto a Edna como drogados, satanistas e praticantes do sexo
desregrado (clichês clássicos na época para classificar os jovens).
Ainda que esse tipo de personagem (policial velho e durão) seria
muito habitual em filmes dessa época, fica claro um tom de crítica por parte do
diretor espanhol Jorge Grau em uma das cenas onde um chefe do depto. De policia
fala ao sargento:
- Não aprovo o seu método sargento, a policia não devia usar
violência.
E é retrucado fervorosamente falando que se a policia em
geral tivesse pulso firme com esses marginais as coisas não estariam hoje como
estão.
O casal central formado pelos atores Ray Lovelack
(George) e Cristina Galbo
(Edna) também se mostra convincente na maior parte da trama fazendo com que o
espectador mergulhe mais na história.
Zumbis e radiação:
Outro ponto bastante original em ‘Zumbi 3’ é o fato de a
origem dos zumbis não partirem de nenhum vírus ou doença e sim da radiação exposta
por uma maquina pesticida (a mesma citada no inicio do texto), tal fato também serve
como uma critica do filme as tecnologias desenfreadas que surgiam na época sem
os devidos testes em seres- humanos.
18 nomes diferentes para um mesmo filme: Pois é, a maior curiosidade a cerca deste longa é o seu infame
histórico de ter carregado cerca de 18 nomes diferentes em todo o seu histórico
entre exibições nos cinemas, grindhouses (seções duplas nos EUA) e em diversos
países pelos anos 70 e lançamentos em VHS e posteriormente DVD, dentre os títulos
mais conhecidos pelos seus cultuadores estão:
- EUA: Let
sleeping corpses lie
- Italia: non si deve profanare il sonno dei morti
- Inglaterra:
the living dead at Manchester morgue
Quanto ao titulo veiculado na Inglaterra nos anos 70 (traduzindo: os mortos vivem no necrotério de Manchester)
foi pura jogada comercial, pois em momento nenhum a história sequer passa pela
cidade de Manchester, sendo apenas citada por um medico em dado momento do
longa, muito embora dado à fama na época, o titulo foi inclusive recentemente
lançado em blue ray no reino unido como:
the living dead at manchester morgue.
Porque o titulo: ‘zumbi 3’ no brasil?
Na verdade não achei até hoje dados certos sobre essa
cretinice de batizar esse filme no brasil como Zumbi 3 porem não fica difícil de
se imaginar, pintou em algumas salas de cinema nos anos 70 porem ficou
conhecido assim como tantas outras obras, na popularização do VHS que se deu no
meio dos anos 80, quando a distribuidora ‘poderosa video’ (uma das pioneiras em
lançamento de títulos em VHS no Brasil) comprou os direitos de lançamento no Brasil
certamente usou o artificio de atrelar a obra a outros tantos filmes de zumbis
que foram lançados na época, principalmente as obras de George Romero e Zombie de
Lucio Fulci também batizado de zumbi 2 no Brasil e tantos outros países.
Zumbi 3 ou o titulo que você prefira chamar dentre
tantos existentes, trata-se de uma obra interessantíssima e que além de
excelente exploitation serve de referência até hoje para excelentes diretores como
Edgar Wright do também infame: tá todo mundo quase morto de 2004 além de clássico
do seu gênero. Observação quanto ao final do filme (se não assistiu e pretende assistir não leia: embora o desfecho da história não seja dos mais convencionais, já que os mocinhos da história acabam mortos, inclusive George de forma pifia na mão do sargento, o final guarda um dos momentos mais hilários da história, quando o durão sargento abate e balas de fogo George, e ao chutar seu corpo de frente fala em tom de ironia: queria que os mortos voltassem a vida só para poder te matar de novo, minutos depois, de forma obviamente ironica o sargento é morto em um hotel pelo mesmo George desta vez como um zumbi, certamente foi a forma encontrada pelo diretor espanhol Jorge Grau, de o truculento sargento ter o seu troco por toda a maldade e injustiça que cometeu durante todo o filme.
zumbi 3 (let sleeping corpses lie / living dead at manchester morgue
ano: 1974
diretor: Jorge Grau
elenco: Ray Lovelock Cristina Galbo Arthur Kennedy Aldo Massasso Giorgio Trestini Roberto Posse José Lifante Jeannine Mestre Gengher Gatti Fernando Hilbeck Vera Drudi Vicente Vega Francisco Sanz duração: 91 minutos
O massacre da serra elétrica trata-se de um dos maiores
clássicos do horror já realizados pelo cinema, com um roteiro escrito através
dos tratamentos do produtor Kim Henkel e o promissor cineasta Tobe Hopper, inspirava-se
na historia verídica do serial killer Ed Gein que se alimentava de carne humana
e utilizava uma mascara feita de pele humana.
Os anos foram passando e muitas pessoas questionavam Hopper
sobre uma possível seqüência de o massacre da serra elétrica, porem Hopper
preferia tocar outros projetos e nem pensar no caso, em 1983 após os problemas
de Hopper na direção do sucesso poltergeist a então produtora Cannon group
ofereceu um contrato para Hopper envolvendo três filmes e dentre eles estaria à
direção do que seria este pífio o massacre da serra elétrica 2.
Filmado e lançado nos cinemas no distante ano de 1986, o
massacre da serra elétrica 2 foi concebido com grande expectativa pela imprensa
e o publico e não seria para menos, era a seqüência de um dos mais fortes e
perturbadores slashers produzidos até então, e viria em uma época onde o
publico já estava acostumado a grandes exibições de gala do tipo afinal, Jason
Vorhees, Freddy Krueger e Michael Myers davam as caras praticamente todos os
anos nesta mesma época, devido a isso o esperado retorno do bizarro leatherface
era esperado com grande expectativa por todos, alem do mais, as noticias em
torno do filme eram as mais animadoras possíveis, alem de conseguir trazer
quase toda a família de canibais do 1º filme (os interpretes de old man e o
caroneiro estão de volta) o experiente ator Dennis Hopper faria o papel do
herói principal e o longa ainda contava com o lendário Tom Savini encarregado
de cuidar da maquiagem e efeitos especiais.
Infelizmente desta vez ninguém pode utilizar a velha frase
‘valeu a pena esperar’ MSE 2 conseguiu ser uma das piores sequências já
realizadas não só dentro do cinema de horror mas sim da historia do cinema, e
ainda por cima sujar ainda mais a carreira do diretor tobe Hopper, e o pior
principalmente da saudosa franquia que depois desta bomba levou muitos anos
para conseguir ser levada a sério.
MSE 2 conseguiu a proeza de falhar em diversos pontos
cruciais e o que tinha de bom seus produtores não souberam aproveitar, porem a grande
culpa caiu sob o diretor Tobe Hopper que concebeu o original de forma brilhante
e conseguiu literalmente jogar toda a cronologia criada por ele mesmo na lata
do lixo, portanto vamos analisar os prováveis pontos que levaram a esta
medíocre seqüência.
1º como citado o contrato de Hopper envolvia 3 filmes, e MSE
2 foi o ultimo a ser concebido, os outros 2 foram verdadeiras bombas que sequer
pagaram o seu custo, portanto, ao que consta Tobe Hopper teve seu MSE 2
constantemente editado pelos braços fortes da Cannon group, os produtores Menahem Golam e Yoram Globus.
2º O roteiro de MSE 2 teve todos
os tratamentos e foi originalmente concebido pelo roteirista L. M. Kit Carlson
que tinha na carreira apenas o bom drama paris Texas em 1984, quando Alvin
sarget roteirizou homem aranha 2 foi algo estranho um cara que escrevia Dramas
fazer homem aranha 2, porem ainda tinha certo nexo e deu muito certo esta
sensibilidade na historia de Peter Parker e Cia., porem concordemos que um
roteirista de drama pra escrever a seqüência de um dos mais pesados e
psicológicos filmes do horror já realizados nem o mais retardado dos produtores
contrataria, até porque eles tinham ali o próprio criador e também roteirista
do original na direção, porque não dar mais esta liberdade criativa ao próprio Tobe
Hopper?
Enfim, alem de enfiar todos os pés
pelas mãos, os parlapatões conseguiram construir uma historia sem qualquer
fundamento e desrespeitando toda a mitologia do 1º filme a começar do grande
símbolo da franquia o letharface, antes visto como um perturbado e enfurecido
doente mental que era extremamente brutal e perigoso exatamente pelos seus
desvios mentais e a loucura desenfreada que convivia em sua própria família,
neste MSE 2 somos apresentados a um letharface fisicamente bem menos avantajado
que o alterego interpretado no 1º filme com brilhantismo por Gunnar Hansen,
alem deste revés, este letharface não passa de um pau mandado do tal chop top e
aje como um leão de chácara burro que nada mais sabe fazer se não seguir
ordens, e se já não estivesse ridículo, o roteiro de carlson junto da direção
infame de Tobe Hopper criam uma paixão do personagem com a mocinha do filme,
algo que consegue deixar letharface parecendo mais amável do que o slot do
goonies, apesar do interprete do caroneiro no 1º filme Bill moseley ter
retornado a franquia, aqui ele faz o infame papel de chop top o irmão gêmeo
deste que por sua vez estava no Vietnã nos acontecimentos do filme original,
daí a explicação da ridícula placa de metal que o retardado usa na cabeça, e completando
a família esta drayton Sawyer (era conhecido apenas como old man no original) o
intelecto da família desde o 1º longa aqui parece ser o que mais é fiel ao
estilo real de seu personagem nos primórdios, ainda assim seu personagem tem
uma atuação fraquíssima se comparado ao apenas old man do 1º longa e assim como
o resto da trupe deixa e muito a desejar.
Da trupe do bem a situação fica
pior ainda, se no MSE original contamos com uma atuação soberba da excelente
merilyn Burns no papel da vitima da família de canibais, desta vez o roteiro
constrói as mesmas situações deixando a cargo da péssima Caroline Willians a incumbência
de dramatizar as cenas, o resultado é pífio, chega a ser constrangedor ver a
tentativa fajuta de Hopper ao recriar as cenas tentando levar alguma
dramaticidade ou realidade, o resultado é realmente terrível, ainda assim
Caroline Willians não deixou de ter suas oportunidades como scream Queen
realizando mais pra frente à seqüência o massacre da serra elétrica 3, o
padrasto 2, o duende 3 e agora mais recentemente H2 (halloween 2) de robby
zombie.
Pra completar as bombas no elenco,
os produtores da Cannon na tentativa de darem credibilidade ao longa trouxeram
para o papel do xerife que teve seus irmãos mortos pelo próprio letharface (nos
acontecimentos do 1º longa) e busca vingança a qualquer custo o experiente ator
Dennis Hopper que tem uma historia no cinema semelhante à de seu chara o
diretor Tobe Hopper, Dennis surgiu para o cinema aos 17 anos no drama clássico
juventude transviada em 1955 porem só conquistou sucesso e percepção do publico
em 1969 ao dirigir e atuar ao lado do amigo Peter Fonda o mega-classico do
cinema sem destino (easy rider), MSE 2 seria o 46º filme da carreira de Dennis
Hopper e sua época de franca ascendência no cinema já havia passado, anos
depois o próprio ator confidenciou que MSE 2 foi um dos piores filmes de sua
carreira e que também recebeu duras criticas na época.
O único dado positivo sobre MSE 2
(pois é, existe um, mas para nós não diz muita coisa) é que a produção orçada
4,7 milhões de dólares rendeu 8 milhões nas bilheterias estadunidenses, ainda
assim o diretor Tobe Hopper saiu da Cannon pela porta dos fundos e muito
criticado por todos após a realização deste MSE 2, do mais não é preciso falar
que a franquia MSE ainda renderia outros filmes que tentaram de todas as formas
resgatar as origens sombrias do longa original, porem o erro crucial estava
feito e a franquia não conseguiu se desassociar deste infame e hilário 2º longa
até o remake da platinun dannes em 2003.
O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA 2 (The Texas Chain Saw Massacre 2, Estados Unidos, 1986). Vortex, 82 minutos, Cores
Direção: Tobe Hooper
Roteiro: L.M. Kit Carson, a partir de personagens criados por Kin Henkel e Tobe Hooper
Produção: Yoram Globus; Menahem Golan
Música: Jerry Lambert e Tobe Hooper
Fotografia: Richard Kooris
Edição: Alain Jakubowicz
Direção de Arte: Cary White
Figurino: Carin Hooper
Elenco: Dennis Hopper (Lieutenant 'Lefty' Enright); Caroline Williams (Vantia 'Stretch' Brock); Jim Siedow (Cozinheiro - Drayton Sawyer); Bill Moseley (Chop Top); Bill Johnson (Leatherface); Ken Evert (vovô); Harlan Jordan; Kirk Sisco; James N. Harrell; Lou Perry; Barry Kinyon; Chris Douridas; Judy Kelly; John Martin Ivey; Kinky Friedman
Muito antes de existir The Walking dead ou Resident Evil e
tantas outras ferramentas midiáticas que exploram o mercado de zumbis, o
conceito de mortos-vivos como eram chamados antigamente, já era disseminado no
mundo, e não, eu não vou falar do cult ‘a noite dos mortos vivos’ de George
Romero nos anos 60, mas sim de uma clássica obra do terror / humor dos anos 80
que deixou saudades: a noite dos mortos vivos, pequeno clássico do gênero que carrega
uma legião de fãs pelo mundo sem fazer o estardalhaço das obras de Romero.
A primeira recordação que eu tenho deste belo filme, era um
VHS da globo filmes com a caixa velha e empoeirada na locadora, acredito que eu
era o único que alugava aquela fita, e quando não alugava sempre colocava a
caixa em um lugar de destaque na sessão dos filmes de terror, não à toa anos
depois de anos consegui comprar essa fita do dono da locadora, porem com o
tempo acabou embolorando, sendo posteriormente substituída por um DVD que eu
com muita sorte comprei pela internet.
Voltando ao conceito do filme, na verdade a volta dos mortos
vivos teve a intenção de trazer uma nova roupagem para o na época cansativo gênero
dos filmes de zumbis nos anos 80, a ideia do longa foi explorar ao máximo as características
que esquentavam na metade da década, a onda punk, vestimentas da época, paredes
pixadas, rebeldia jovem e muito rock and roll.
A criativa história acompanha dois funcionários de um armazém
de abastecimento para testes clínicos, onde o supervisor do local Frank (James
Karen) na tentativa de impressionar o novato Freddy (Thom Mathews) mostra
tambores de experimentos militares que acidentalmente foram parar no porão do
local, porem um deslize acaba abrindo o gás toxico contido ali e os fatos dão
inicio aos acontecimentos do longa.
Logo aquele gás toxico traria de volta a vida diversos
experimentos do local como uma metade de um cachorro, borboletas, e até um
corpo que permanecia refrigerado no local, em uma cena canastra onde os
envolvidos tentam dar fim aquele humanoide.
Em contrapartida fora dali, um grupo de amigos aguarda a saída
de Freddy do trabalho e para passar o tempo resolvem invadir um cemitério.
É impossível bater o olho nos personagens e não associar
diretamente cada um ali a grupos musicais que estouravam na época como The
cure, Joy division, Alice cooper, Madona e tantos outros figurões da década de
80, realmente caricato.
Após despedaçar o humanoide em pedacinhos e perceber que as
partes ainda se mexiam, Frank e Freddy junto do dono do armazém Burt (Clu Gulager)
procuram Ernie (Don Calfa), responsável pelo necrotério local para botarem fogo
no corpo desmembrado do humanoide e assim por fim aquele grande e novo
problema, porem a ideia acaba sendo desastrosa, e a fumaça gerada pela queima
do corpo, acaba causando uma chuva acida que espalhada pelo cemitério acaba por
levantar todos os mortos de suas tumbas, e o resultado é pânico, mortes e
carnificina por todos os lados, sobrando para o grupo de jovens punks tentar a sobrevivência,
aliado a isso Ernie e Burt tem de lidar com a questão de Frank e Freddy estarem
virando zumbis devido a fumaça inalada no inicio da história.
Além do divertidíssimo roteiro, a noite dos mortos vivos foi
o responsável por popularizar a temática dos zumbis comerem cérebro ao invés de
apenas carne humana, o morto-vivo popularmente chamado de ‘tarman’ que sai de
dentro do tanque militar e fica preso no armazém é até hoje lembrado como uma
figura extremamente aterrorizante e ao mesmo tempo engraçada aos gritos de braaiiinsss
(traduzindo: ceeeeleeebrooo), inclusive o personagem é costumeiramente lembrado
na serie, inclusive na ultima fraca sequencia de a volta dos mortos vivos em
2005.
Outro grande destaque no longa é a garota punk Trash (Linea Quigley) que em uma cena no cemitério dizia que sonhava ser devorada por zumbis, e ironicamente é morta desta forma, tornando-se um letal zumbi de grande destaque até as ultimas cenas do filme
Os efeitos especiais produzidos na época também impressionam,
obviamente que qualquer idiota que comparar o filme com qualquer porcaria
produzida atualmente vai notar grandes limitações, porem para a época o filme
foi tremendamente bem produzido, um dos grandes responsáveis é Alan Trautman,
habitual parceiro de Jin Henson em Muppets, aqui criou conceitos bem interessantes
com bonecos de mortos vivos.
A volta dos mortos vivos permanece com inabalável status de clássico
do horror oitentista pelo mundo afora e já recebeu diferentes edições especiais
com pequenas mudanças na trilha sonora e em trechos específicos, o ultimo
lançamento oficial ocorreu nos EUA em 2010 numa luxuosa edição em blue ray disc,
porem você brasileiro vai ficar na saudade, porque a MGM sequer teve a decência
de replicar o lançamento aqui, o máximo que você vai encontrar é uma versão em
DVD lançada há alguns anos, que faz o desfavor de não legendar os extras, ou
seja: se você não entender inglês é melhor se conformar em assistir o filme e
só.
Observação pertinente: a volta dos mortos vivos ganhou diversas
sequencias ao longo dos anos, porem eu não destacaria nada de especial, trata-se
de historias bestas e que na maioria se perdem do filme original com apenas
vagas referências, muito me surpreende que nessa onda de remakes ninguém tenha
inventado de refilmar este belíssimo filme, ainda mais em uma época onde
qualquer porcaria que envolva zumbis faz relativo sucesso.
A volta dos mortos vivos Diretor: Dan O'Bannon Elenco: Clu Gulager, James Karen, Don Calfa, Thom Mathews, Beverly Randolph, John Philbin, Jewel Shepard, Miguel Nunes. Produção: John Daly, Tom Fox, Derek Gibson Roteiro: Dan O'Bannon, John A. Russo, Russ Streiner Fotografia: Jules Brenner Trilha Sonora: Matt Clifford, Barry Goldberg Duração: 91 min. Ano: 1985 País: EUA Gênero: Terror Cor: Colorido Distribuidora: Não definida