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domingo, 23 de junho de 2013

JOVENS BRUXAS (1996)

Filmes envolvendo bruxas nunca foram novidade nos cinemas, as temidas magas do mal vira e mexe protagonizam diversas produções, como os ótimos ‘as bruxas de eastiwick’ e ‘Elvira a rainha das trevas’ no inicio dos anos 80, passando pelo divertido convenção das bruxas e contrastando com o impactante: as bruxas de Salem. Nos últimos anos as bruxas voltaram com tudo em produções boas e outras péssimas como o ótimo arraste-me para o inferno e o infame ‘dezesseis luas’ que nitidamente pega carona no recente conceito criado pela juvenil saga crepúsculo.
Recentemente assistindo nos cinemas ao péssimo ‘João e Maria – caçadores de bruxas’ me recordo como se fosse hoje de um comentário da bruxa líder e grande vilã do filme interpretada pela belíssima Famke Janssen fazendo um comentário mais ou menos assim:
- Vocês esperavam por uma bruxa horrível não é? Mas os tempos mudaram.
Ou seja, a produção se vangloriava com o conceito de que traz bruxas más na pele de belas atrizes, ao ouvir este comentário imediatamente me veio à cabeça um filme que havia alugado na locadora em meados de 1997 e que me trazia ótimas lembranças, para ter certeza que não estava tendo devaneios assisti novamente a esta produção há uns dias atrás e a minha grata surpresa é que o filme realmente é esplendido, e prendeu minha atenção do inicio ao fim. O filme em questão trata-se de ‘jovens bruxas’ (the craft), produção lançada nos cinemas americanos em Maio de 1996 e no final do mesmo ano nos cinemas brasileiros, embora tenha adquirido certa notoriedade no país em seu lançamento em VHS em 1997. 
A trama acompanha a jovem Sarah Bailey (Robin Tuney) que se muda com a família para Los Angeles. Apresentando sérios problemas de relacionamento, no 1º dia de aula na nova escola Sarah aproxima-se de três garotas góticas que a principio também não demonstram grandes dotes de sociabilidade, porem uma das jovens nota que Sarah tem habilidades paranormais e resolve dar uma chance para a garota se enturmar com o trio.
Ao mesmo tempo que se aproximou das garotas, Sarah envolveu-se em um relacionamento de alguns dias com Chris (Skeet Ulrich) e acabou sendo extremamente magoada.
A proximidade das três amigas com a magia e o ocultismo acabou envolvendo Sarah que com sua força sobrenatural acabou por criar poderes nas garotas que tornaram-se bruxas e tiveram seus ritos atendidos.
Porem quanto mais cada uma delas experimentava os benefícios dos seus desejos e poderes, mais utilizavam a magia para finalidades negativas, e Sarah passou a perceber o que estava acontecendo, porem as coisas começaram a tomar proporções incontroláveis e após Nancy (Fairuza Balk) invocar uma força maligna, passa a perseguir Sarah em um embate que certamente não terminaria bem para um dos lados.
Jovens bruxas na época empregou efeitos especiais de ponta sendo produzido pelo estúdio recém-inaugurado da Sony Technologies e ajudou a divulgar juntamente com indivíduos como Marylin Manson o conceito gótico que foi moda para grupos de jovens na época, tornando popular comportamentos ligados ao paganismo e a bruxaria, especialmente Wicca.
Embora não tenha tido um grande lançamento por parte da columbia pictures, jovens bruxas foi bem sucedido dentro do que o estúdio esperava e o seu lançamento no mercado de home vídeo e posteriormente dvd acabou mais do que dobrando o faturamento total da produção.
Embora nos dias atuais jovens bruxas não tenha deixado um legado significativo, virado franquia ou lançado alguém que se tornou uma megaestrela (afinal a protagonista Robin Tuney hoje faz ponta em algumas series como the mentalist e prision brake), o filme conquistou uma legião expressiva de fãs, o que pode ser notado em uma rápida pesquisa na internet, e até hoje é referencia para os cultuadores do ocultismo e bruxaria já que muitos detalhes que o filme buscou são baseados em crenças e práticas neo-pagãs.
Visão pessoal: Embora valha ressaltar que em uma assistida hoje em dia, muitos aspectos de ‘jovens bruxas’ ficou muito anos 90 (o que é plausível por questões obvias), o filme acumula muito mais aspectos positivos do que negativos. O seu roteiro tem poucos buracos para um filme do gênero, e a trama faz questão de acompanhar a história de cada uma das protagonistas, fazendo com que o publico entenda as dificuldades e motivações de cada uma delas, o que torna a história muito mais real e intensa, e as atuações de Robin Tuney como a protagonista Sarah e Fairuza Balk como a antagonista Nancy roubam a cena.
Curiosidades:
Embora façam parte do 1º escalão no elenco de jovens bruxas, Neve Campbell e Skeet Ulrich que neste filme interpretam respectivamente uma das amigas e o interesse romântico da protagonista, no final do mesmo ano ambos protagonizariam ‘pânico’ que tornaria-se sucesso absoluto, e este sim uma grande franquia no que restou da década de 90 e referencia para filmes de terror até os dias atuais.
Em 1998, 2 anos após o lançamento deste filme, o canal americano Warner Brothers estreou uma serie televisa chamada 'Charmed' que era centrada em 3 jovens bruxas porem irmãs, o fator mais curioso é que a serie em suas primeiras temporadas utilizou como tema de abertura uma versão da canção How son is now? dos smiths que havia sido gravada pela banda Love Spit Love justamente para este filme. Será que a serie charmed (que tambem curiosamente foi intitulada de jovens bruxas no Brasil) se inspirou neste filme? eu creio que 100%.   
Resumindo, Embora seja um filme que divida opiniões, jovens bruxas passa muito longe de ser um filme ruim, e merece ser conferido nos dias atuais por novas gerações, diria que se já não é um filme cult, certamente deve adquirir este status em um futuro próximo.


Jovens bruxas

Titulo original: The craft
Direção: Andrew Fleming
Roteiro: Andrew Fleming, Peter Filardi
Elenco: Breckin Meyer, Christine Taylor,
Fairuza Balk, Neve Campbell, Rachel True,
Robin Tunney, Skeet Ulrich
Produção: Douglas Wick
Fotografia: Alexander Gruszynski
Trilha Sonora: Graeme Revell
Duração: 101 min.
Ano: 1996

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