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quinta-feira, 31 de março de 2011

A MALDIÇÃO DE CARRIE (1999)

Uma das mais conhecidas obviedades no cinema é a premissa básica de reaproveitar tudo aquilo que deu certo, afinal se o filme foi um sucesso de critica e publico ou pelo menos só de publico vale a pena apostar na mesma formula novamente não é?, pensando exatamente nisso que os produtores da united artists demonstrando claramente um surto de idéias originais resolveram desenterrar das profundezas do estúdio um dos grandes sucessos da produtora e do cinema há exatos 23 anos anteriores, e em 1999 estreava nos cinemas norte americanos e no mundo a maldição de carrie, seqüência do sucesso carrie a estranha dirigido por Brian de Palma e eternamente reverenciado pelos fans do cinema de horror.
O fato dos gênios da united artists abraçarem uma seqüência de um filme ainda que sucesso absoluto mas há 23 anos atrás já é bem absurdo levando em consideração que o publico alvo que reverenciou o longa original não são os adolescentes que engordam as bilheterias de hoje (1999 neste caso) e que talvez muitos destes adolescentes nem sequer saibam do que se trata o filme original.
Há também o fato de que uma seqüência de carrie a estranha já soaria bastante bizarro levando em consideração o desfecho dos acontecimentos no filme original, então pensaríamos: voltaria Carrie das profundezas do inferno como sugeriu a difamada seqüência final do longa de 1977 ?, eu e a maioria das pessoas sensatas devemos pensar que não, afinal a pobre carrie não teria qualquer motivo de ir para o inferno analisando os fatos, ainda que tenha matado 79 vitimas pelas contas revistas em dada altura deste longa.
Bem, o fato curioso e animador é que apesar dos diversos empecilhos especificados aqui a seqüência de Carrie a estranha é realmente um bom filme que respeita a mitologia do longa original, o roteiro escrito por Rafael moreu (que já havia escrito o eficiente hackers - piratas de computador em 1995) consegue resgatar a mitologia dos acontecimentos do filme original de forma bastante inovadora e o mais importante para o estúdio: dar uma roupagem completamente atual para a historia que certamente agrada a platéia atual e convence quem já assistiu ao filme original de 1977.

Apesar de levar consigo o titulo original de a fúria - carrie 2 (the fury – carrie 2), como poderíamos esperar de uma seqüência descente, nada vemos de carrie por aqui pois a mesma esta morta e muito bem enterrada aos exatos 23 anos passados, porem logo no inicio somos apresentados a Rachell ou melhor: a sua mãe que inicia o longa demonstrando claramente um fanatismo semelhante ao da atriz Piper laurie que viveu a mãe da Carrie no longa original em 1977, já a pequena Rachell logo se mostra apresentando problemas semelhantes ao de Carrie White, os fatos que se passam logo confirmam que a pequena garota apresenta algum parentesco com a falecida e rapidamente o filme trata de partir para os dias atuais, a vida afetiva de Rachel, como era a de Carrie, é um desastre. Sua mãe está em internada em uma clínica para doentes mentais, a família que restou a trata como um cachorro, e ela é ridicularizada na escola por seus modos estranhos. Sua única amiga é Lisa (Mena Suvari), que comete suicídio saltando do telhado da escola ao ser abandonada pelo jogador de futebol que a desvirginou, este fato começa a abrir diversos paralelos na trama após Rachell descobrir uma foto revelando os motivos do suicidio da amiga, passando a perseguir o tal jogador de futebol inclusive envolvendo a policia local no caso, neste mesmo tempo Jesse (Jason London) o rapaz mais popular do colégio começa a nutrir uma paixão por Rachell que cede as investidas do rapaz.


Em meio a toda esta premissa construtiva da historia que aparece um dos fatos mais curiosos e sustentáveis do longa, a sobrevivente e personagem chave do longa original 'Sue Snell' (novamente vivida pela atriz Amy Irving) reaparece na historia agora como conselheira da escola onde estes fatos ocorrem, impressionada com as pequenas demonstrações telecinéticas de Rachell, Sue passa a correr contra o tempo para tentar evitar que uma tragédia semelhante à de 23 anos atrás ocorra, na verdade o resgate da personagem Sue Snell e obviamente o retorno de Amy Irving para reprisar o papel torna-se o grande atrativo deste a maldição de carrie, pois de maneira inteligente o diretor Katt Shea utiliza flashbacks do longa original em dados confrontos psicológicos entre as personagens de Rachell e Sue, contraste muito interessante que se mescla com boa parte do roteiro escrito por Rafael Moreu que também procura investir na personagem de Sue Snell, desde sua aproximação em Rachell até sua busca desenfreada por indícios que provem que sua tese em comparar Rachell com Carrie tinha fundamentos (fato este que se comprova ao descobrir que Rachell é meia irmã de Carrie), observe que há até mesmo uma riqueza de detalhes quando Sue leva Rachell até as ruinas da escola destruída por carrie nos fatos do longa original onde Sue inclusive fala sobre os anos que passou internada recuperando-se do trauma vivido devido a estes acontecimentos, fato este que se casa completamente com a cena final de carrie a estranha onde a personagem demonstra claros indícios de perturbação e loucura, enfim, Rachell ignora completamente os conselhos de Sue e passa a introduzir-se cada vez mais com os novos e populares amigos da escola porem a garota nem desconfiava que toda a situação causada em dedurar o rapaz do time de futebol e relacionar-se com Jesse causaria uma vingança maligna e cruel em uma festa e que serviria de estopim para liberar todo o ódio de Rachell que tomada pelos poderes cinéticos causaria um estrago semelhante ao da meia irmã 23 anos atrás, repare nesta seqüência da festa e note semelhanças com o baile do longa original, não mentiria que foi uma bela diversão assistir a esta seqüência que com os efeitos atuais atinge um nível bem mais violento, alem de nostálgico é uma bela diversão ao telespectador.
Enfim, a maldição de carrie jamais deve ser comparado á obra original de 1977 já que seus personagens jamais conseguem alcançar a profundidade necessária para que o publico se apegue a alguém, até mesmo Emily Bergl jamais consegue dar uma intensidade a Rachell de forma que realmente nos sensibilize com ela diferente da memorável Carrie de sissy Spacek, e o romance entre Rachell e Jesse também soa forçado e todos percebem desde o primeiro contato que os dois jamais ficarão juntos e felizes para sempre, ainda assim é uma boa diversão que merece ser conferida tanto por quem procura uma boa diversão de horror e principalmente para aqueles que já são conhecedores do filme original.

A maldição de carrie
Título Original: The Rage: Carrie 2
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 105 minutos
Distribuição: MGM / UIP
Direção: Katt Shea
Roteiro: Rafael Moreu
Elenco: Emily Bergl (Rachel Lang), Jason London (Jesse Ryan), Dylan Bruno (Mark Bing), J.Smith-Cameron (Barbara Lang), Amy Irving (Sue Snell)

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