Pesquisar este blog

quinta-feira, 18 de abril de 2013

FREDDY VS JASON (2003)

PLANEJADO DESDE OS ANOS 80, O CROSSOVER DE SEXTA-FEIRA 13 E A HORA DO PESADELO É POLITICO E PROCURA AGRADAR AOS FÃS DAS DUAS SERIES!   

Freddy Vs Jason é aquele típico filme que todo mundo que acompanha o cinema de terror sabia que mais cedo ou mais tarde ia acontecer, goste ou não das duas figuras, ou de um deles, ou de nenhum deles, se você nasceu anos 80 ou viveu os anos 90, com certeza deve ter cansado de ver tanto Freddy quanto Jason dando as caras diversas vezes nos cinemas e no mínimo viu inúmeras reprises das series sexta-feira 13 e a hora do pesadelo nos mais diversos canais de tv.

Mais do que um primor de filme, ou uma completa babaquice, FVS é talvez o projeto que mais tempo foi planejado no cinema do horror, seu esboço foi criado no imaginário popular no meio dos anos 80 quando a serie sexta-feira 13 já estava no seu 6º filme e a hora do pesadelo caminhava para a 3º parte, ambos os assassinos seriais estavam no seu auge de fama e publico nos cinemas, e isso obviamente chamava a atenção dos estúdios Paramount e new line cinema, detentores dos direitos dos personagens Jason e respectivamente Freddy Krueger.
Os responsáveis pelos estúdios e as franquias chegaram a se reunir formalmente em 1987, porem as duas partes não chegaram a um acordo sobre qual caminho seguir ou o que fazer com a junção das 2 franquias, e o caminho natural foi cada um seguir o seu rumo natural lançando sequencias cada vez piores a cada ano.
Em 1989, após o pífio desempenho nos cinemas do filme ‘Jason ataca em Nova York’, o criador de Jason, Sean cunningham obcecado com a ideia de realizar Freddy VS Jason, decidiu que era o momento de aliar-se ao estúdio new line cinema para realizar o já esperado filme, e iniciou uma briga com a Paramount para readquirir os diretor de sua franquia, no inicio da década de 90 a Paramount já desanimada e sem perspectivas com os direitos da serie, vendeu definitivamente os direitos do personagem para a new line cinema.
A partir dai o caminho estava livre para realizar a produção, porem a new line a caráter de teste lançou sequencias para as duas series como ’finais’ das franquias, de certa forma pré-anunciando o encontro dos monstros, o 1º foi o ‘ultimo pesadelo – Freddy morre’ de 1991, e posteriormente ‘Jason vai para o inferno – a ultima sexta feira 13’ neste ultimo, o seu desfecho inclusive já mostrava as garras de Freddy puxando a mascara de Jason para dentro de uma areia movediça, reproduzindo o encontro dos monstros em um provável inferno.

A verdade é que devido a divergências criativas entre os criadores das franquias, e a constante troca de diretores á frente do projeto, além dos 18 roteiros encomendados pelo estúdio entre 1993 e 2002, acabaram atrasando consideravelmente as filmagens e o posterior lançamento de Freddy VS Jason nos cinemas, mas o fato é que o filme nunca havia saído da cabeça do publico e dos envolvidos no projeto, e finalmente no ano de 2002, após muitas analises e reanalises, os executivos da new line cinema resolveram que não podiam arriscar em um projeto que se arrastava ha mais de uma década e ainda gerava enorme expectativa em grande parte do público, trouxeram para a direção o cineasta chinês Ronny Yu que já havia realizado para os estúdios universal em 1999 um trabalho excepcional trazendo do estaleiro o boneco Chuck com uma nova roupagem e um toque de humor e violência gore, no infame, grotesco e divertido ‘a noiva de Chuck’ e optaram por um roteiro que acima de tudo, respeitasse as origens e características dos 2 personagens, ainda assim conseguindo transitar de forma aceitável entre os distintos universos das fictícias Crystal Lake e Elm Street, o resultado realmente foi extremamente agradável e divertido, agradável para os fãs de ambas as franquias, e certamente divertido para os fãs das duas franquias, além do público em geral.

Eu me recordo muito bem que em dado momento da década de 90 (creio que 1997 ou 1998) ficava me perguntando se ainda havia espaço na mídia para Jason Vorhees ou Freddy Krueger, estávamos em meio a uma leva de slasher movies daquela geração, boas franquias como a inteligente serie pânico (que inclusive fora elaborada por Wes Craven criador de Freddy) seguida por boas produções que bombavam no mercado interno e cinemas brasucas como: eu sei o que vocês fizeram no verão passado, a prova final, lenda urbana e outros.
Em 1998 quando os estúdios dimension, divisão popular da miramax lançaram nos cinemas Halloween H20, fazendo o clássico e famigerado assassino criado em 1978 por John Carpenter, Michael Myers voltar com tudo para as telonas e revivendo os seus melhores dias eu pensei: ha espaço para Jason e Freddy! e anos depois ‘a noiva de Chuck’ me deu a certeza de que os ícones do cinema de terror estavam voltando com a corda toda, uma pena que a década de 2000 acabou revelando para esses produtores os remakes, que desde então tem sido o carro chefe dos estúdios para desenterrar antigas franquias.
Voltando para o foco, Freddy VS Jason não só é uma obra memorável pelo seu histórico e a mitologia das duas criaturas presentes, mas trata-se do encerramento de um ciclo clássico, já que as duas franquias foram reiniciadas no final da década de 2000, portanto essa foi à despedida de Robert england interpretando o impagável Freddy Krueger de a hora do pesadelo de 1984 além das suas 6 sequencias a serie de tv, e tudo que tenha envolvido o personagem nos anos 80 e 90. Da parte de Jason ficou o retorno do personagem a sua origem clássica de monstro matador, criada pelo meio dos anos 80 e destruída nos péssimos filmes Jason vai para o inferno e Jason x.
A historia criada por Damian Shannnon e Mark Swift inicia com um prologo de Freddy Krueger narrado pelo próprio assassino, mostrando seu hobbie predileto quando humano: matar crianças, e o seu posterior assassinato, sendo queimado vivo pelos país residentes na rua Elm Street.

Com o passar de sua narrativa, percebemos que Freddy esta esquecido no imaginário dos jovens da época atual, portanto não conseguia voltar a atormentar os sonhos das pessoas, e consequentemente não matava mais ninguém.
E para voltar á ativa, Freddy Krueger tira das entranhas escuras de Crystal Lake o defunto Jason Vorhees, passando-se pela sua finada e idolatrada mãe, dando ordens para que o mesmo vá até Elm Street (de que forma ele chegou até lá eu nem imagino) e mate os jovens daquele lugar.
Assim o plano de Freddy era simples: Jason matar alguns jovens, e o seu histórico assombrar Springwood, assim revivendo sua lenda, e dando força para trazê-lo de volta, porem os planos de Freddy começam a serem frustrados pelo próprio Jason que na sua sede de matança, acaba atacando todas às vitimas de Freddy e impossibilitando o mesmo de adquirir força.
Em meio a isso é obvio que haveriam de ter histórias paralelas de jovens estereótipos que seriam as presas dos assassinos, para posteriormente serem mortas das mais diversas formas, além de é claro, o casalzinho para combater os vilões, e isso fica claro com Lori (Monica Keena), típica garota sensível e direita que vive frustrada pela morte da mãe além do sumiço do namorado, e Will (Jason Ritter) o namorado sumido desta que foi internado em um sanatório acusado de um crime que não cometeu, quando Will consegue fugir com um amigo, ambos dão conta do retorno de Freddy Krueger a Elm Street e tentam informar as pessoas, porem é claro que já seria muito tarde, e logo tanto Freddy quanto Jason estariam matando adoidado e literalmente promovendo o terror na pequena Springwood.

Em uma época onde o publico já estava acostumado com filmes de terror dinâmicos e com boa dose de bom-humor além do sangue habitual, os produtores precisavam apresentar Freddy e Jason em boa forma, afinal o cinema de terror no inicio da década de 2000 era diferente do cinema de terror nos anos 80, portanto não bastava produzir qualquer tosqueira, e nesse ponto Freddy VS Jason foi eficiente, trazendo cenas memoráveis, por exemplo, o primeiro assassinato de Jason em Springwood é curioso, com o assassino atravessando a faca no garoto e posteriormente dobrando a cama e o corpo do mesmo, bem original.
Outros pontos relevantes positiva e negativamente em FVS:
A cena onde a personagem de Kelly Rowland tem o pesadelo de Freddy cortando o seu nariz com as garras ficou divertida e bem feita.

A cena onde Freddy atrai a garota até uma usina abandonada é bem legal, já que relembra uma clássica cena do 1º filme da serie a hora do pesadelo, uma espécie de homenagem, mas infelizmente Jason acaba interferindo nos planos de Freddy, também há neste cenário o 1º embate entre as criaturas.
A cena de Jason estragando a Rave dos jovens de Springwood também é divertidíssima, a cena do gordinho correndo e sendo atingido pela lança é digna de boas lembranças.
A uma parte completamente desnecessária onde Freddy transforma-se em uma espécie de monstro rastejante e incorpora o personagem maconheiro em uma de suas ‘brisas’ já que logo ele tornaria-se Freddy novamente, me perguntei na 1º vez que assisti ao filme: pra que essa cena?
A cena que retrata a infância de Jason com a inclusão de freddy na sacanagem com uma instrutora do acampamento também é infame.
Na verdade o filme chaga nos seus ‘finalmentes’ quando a história parte para Crystal Lake, é ali que acontecerão as melhores cenas quanto ao que você que quis assistir a esse filme tanto esperou: Freddy VS Jason.

Conclusão: Freddy VS Jason certamente não vai agradar a 100% de nenhum dos fãs das duas franquias e principalmente não agradou a maior parte do publico na época, pois se trata de um filme que foi realizado sob pressão, pois precisava respeitar a mitologia das duas franquias e ser o máximo fiel às características mostradas nos 17 filmes anteriores das duas franquias, e levando-se em consideração todos os percalços que ocorreram até que o filme saísse do papel, as cogitações já feitas incluindo roteiros tão bestas quanto os piores filmes das duas series, e principalmente tudo o que ambos os personagens representam não só para os fãs, mas para a história do cinema em geral (já que de fato conseguiram tornar-se referencias dentro do seu gênero) enxergo que Freddy VS Jason foi exatamente aquilo que deveria ser: um filme digno de um ‘sexta-feira’ 13 ou a ‘hora do pesadelo’ de meados dos anos 80, com um humor moderado para a sua época, e um publico desacostumado com assassinos imortais como Jason Vorhees e Freddy Krueger, e acostumado com filmes de terror e suspense com histórias bem mais inteligentes e elaboradas como premonição, o chamado, os outros e extermínio.




Freddy VS Jason
Direção: Ronny Yu
Elenco: Robert Englund, Ken Kirzinger, Monica Keena, Jason Ritter, Kelly Rowland, Chris Marquette, Brendan Fletcher, Katharine Isabelle, Lochlyn Munro, Kyle Labine, Tom Butler, David Kopp, Paula Shaw, Jesse Hutch, Zack Ward, Garry Chalk, Brent Chapman, Spencer Stump, Joëlle Antonissen, Alistair Abell, Robert Shaye, Chris Gauthier, Colby Johannson, Kimberley Warnat, Kevin Hansen, Alex Green, Odessa Munroe, Jamie Mayo, Blake Mawson, Viv Leacock, Tony Willett, Claire Riley, Sharon Peters, Sarah-Anne Hepher, Kirsti Forbes, Taryn McCulloch, Eileen Pedde, Sean Tyler Foley, Jacqueline Stewart, Laura Boddington, Colton Shock, Spencer Doduk, Anysha Berthot
Produção: Sean S. Cunningham
Roteiro: David S. Goyer, Damian Shannon, Mark Swift
Fotografia: Fred Murphy
Trilha Sonora: Graeme Revell, Corey Taylor
Duração: 97 min.
Ano: 2003
País: EUA/ Itália/ Canadá
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: New Line Cinema / Avery Pix / Cecchi Gori Group Tiger Cinematografica / Sean S. Cunningham Films / WTC Productions / Yannix Technology Corporation


Nenhum comentário:

Postar um comentário