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segunda-feira, 8 de abril de 2013

A VOLTA DOS MORTOS VIVOS (1985)


Muito antes de existir The Walking dead ou Resident Evil e tantas outras ferramentas midiáticas que exploram o mercado de zumbis, o conceito de mortos-vivos como eram chamados antigamente, já era disseminado no mundo, e não, eu não vou falar do cult ‘a noite dos mortos vivos’ de George Romero nos anos 60, mas sim de uma clássica obra do terror / humor dos anos 80 que deixou saudades: a noite dos mortos vivos, pequeno clássico do gênero que carrega uma legião de fãs pelo mundo sem fazer o estardalhaço das obras de Romero.

A primeira recordação que eu tenho deste belo filme, era um VHS da globo filmes com a caixa velha e empoeirada na locadora, acredito que eu era o único que alugava aquela fita, e quando não alugava sempre colocava a caixa em um lugar de destaque na sessão dos filmes de terror, não à toa anos depois de anos consegui comprar essa fita do dono da locadora, porem com o tempo acabou embolorando, sendo posteriormente substituída por um DVD que eu com muita sorte comprei pela internet.  
Voltando ao conceito do filme, na verdade a volta dos mortos vivos teve a intenção de trazer uma nova roupagem para o na época cansativo gênero dos filmes de zumbis nos anos 80, a ideia do longa foi explorar ao máximo as características que esquentavam na metade da década, a onda punk, vestimentas da época, paredes pixadas, rebeldia jovem e muito rock and roll.

A criativa história acompanha dois funcionários de um armazém de abastecimento para testes clínicos, onde o supervisor do local Frank (James Karen) na tentativa de impressionar o novato Freddy (Thom Mathews) mostra tambores de experimentos militares que acidentalmente foram parar no porão do local, porem um deslize acaba abrindo o gás toxico contido ali e os fatos dão inicio aos acontecimentos do longa.
Logo aquele gás toxico traria de volta a vida diversos experimentos do local como uma metade de um cachorro, borboletas, e até um corpo que permanecia refrigerado no local, em uma cena canastra onde os envolvidos tentam dar fim aquele humanoide.
Em contrapartida fora dali, um grupo de amigos aguarda a saída de Freddy do trabalho e para passar o tempo resolvem invadir um cemitério.

É impossível bater o olho nos personagens e não associar diretamente cada um ali a grupos musicais que estouravam na época como The cure, Joy division, Alice cooper, Madona e tantos outros figurões da década de 80, realmente caricato.
Após despedaçar o humanoide em pedacinhos e perceber que as partes ainda se mexiam, Frank e Freddy junto do dono do armazém Burt (Clu Gulager) procuram Ernie (Don Calfa), responsável pelo necrotério local para botarem fogo no corpo desmembrado do humanoide e assim por fim aquele grande e novo problema, porem a ideia acaba sendo desastrosa, e a fumaça gerada pela queima do corpo, acaba causando uma chuva acida que espalhada pelo cemitério acaba por levantar todos os mortos de suas tumbas, e o resultado é pânico, mortes e carnificina por todos os lados, sobrando para o grupo de jovens punks tentar a sobrevivência, aliado a isso Ernie e Burt tem de lidar com a questão de Frank e Freddy estarem virando zumbis devido a fumaça inalada no inicio da história.

Além do divertidíssimo roteiro, a noite dos mortos vivos foi o responsável por popularizar a temática dos zumbis comerem cérebro ao invés de apenas carne humana, o morto-vivo popularmente chamado de ‘tarman’ que sai de dentro do tanque militar e fica preso no armazém é até hoje lembrado como uma figura extremamente aterrorizante e ao mesmo tempo engraçada aos gritos de braaiiinsss (traduzindo: ceeeeleeebrooo), inclusive o personagem é costumeiramente lembrado na serie, inclusive na ultima fraca sequencia de a volta dos mortos vivos em 2005.
Outro grande destaque no longa é a garota punk Trash (Linea Quigley) que em uma cena no cemitério dizia que sonhava ser devorada por zumbis, e ironicamente é morta desta forma, tornando-se um letal zumbi de grande destaque até as ultimas cenas do filme


Os efeitos especiais produzidos na época também impressionam, obviamente que qualquer idiota que comparar o filme com qualquer porcaria produzida atualmente vai notar grandes limitações, porem para a época o filme foi tremendamente bem produzido, um dos grandes responsáveis é Alan Trautman, habitual parceiro de Jin Henson em Muppets, aqui criou conceitos bem interessantes com bonecos de mortos vivos.


A volta dos mortos vivos permanece com inabalável status de clássico do horror oitentista pelo mundo afora e já recebeu diferentes edições especiais com pequenas mudanças na trilha sonora e em trechos específicos, o ultimo lançamento oficial ocorreu nos EUA em 2010 numa luxuosa edição em blue ray disc, porem você brasileiro vai ficar na saudade, porque a MGM sequer teve a decência de replicar o lançamento aqui, o máximo que você vai encontrar é uma versão em DVD lançada há alguns anos, que faz o desfavor de não legendar os extras, ou seja: se você não entender inglês é melhor se conformar em assistir o filme e só.


Observação pertinente: a volta dos mortos vivos ganhou diversas sequencias ao longo dos anos, porem eu não destacaria nada de especial, trata-se de historias bestas e que na maioria se perdem do filme original com apenas vagas referências, muito me surpreende que nessa onda de remakes ninguém tenha inventado de refilmar este belíssimo filme, ainda mais em uma época onde qualquer porcaria que envolva zumbis faz relativo sucesso.  


A volta dos mortos vivos
Diretor: Dan O'Bannon
Elenco: Clu Gulager, James Karen, Don Calfa, Thom Mathews, Beverly Randolph, John Philbin, Jewel Shepard, Miguel Nunes.
Produção: John Daly, Tom Fox, Derek Gibson
Roteiro: Dan O'Bannon, John A. Russo, Russ Streiner
Fotografia: Jules Brenner
Trilha Sonora: Matt Clifford, Barry Goldberg
Duração: 91 min.
Ano: 1985
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida

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